Em uma modalidade que muitos encaram como lazer, Stephanie Martins quer mostrar que o Brasil é forte no Boliche nos Jogos Pan-Americanos. A atleta viaja para Santiago, no Chile, sobretudo, com alvos na mente: os pinos e medalhas no individual e em duplas. Para isso, tem duas miras que dão mais precisão em seus objetivos, os olhos e o dedão apontado para frente.
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O boliche é um esporte levado a sério em muitos locais e é uma das modalidades que estarão nos Jogos Pan-Americanos de Santiago. Um dos países que não está para brincadeira ou para apenas participar da competição continental é o Brasil. A equipe vai com quatro atletas, dois de cada naipe, para as disputas no individual e por duplas. Dessa forma, Stephanie Martins, Roberta Rodrigues, Bruno Costa e Marcelo Suartz representarão o país e têm boas chances de buscarem medalhas.
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Nos Jogos Pan-Americanos, o boliche teve sua primeira aparição em Caracas, 1983, na Venezuela, embora foi apenas como demonstração. Nos Jogos de 1991, em Havana, Cuba, foi oficialmente incluído no calendário esportivo pan-americano. Serão 25 atletas de cada gênero, com um limite de dois por país. As competições de boliche em Santiago ocorrem da quinta-feira, 2 de novembro, ao domingo de encerramento, dia 5.
Durante a COB Expo, Stephanie Martins deu uma entrevista exclusiva para o OTD, falando das diferenças do boliche de lazer para o esporte de alto rendimento. Além disso, explicou as chances do Brasil de medalhas e quem são os principais adversários. Ademais, relatou como faz para gerar um efeito impressionante na bola e acertar os pinos. Tem um segredo para quem pensa em tornar-se um atleta.
Muito prazer, Stephanie!
“Sou Stephanie Martins, tenho 32 anos, sou recordista pan-americana no boliche, que é minha modalidade. Pode não parecer, mas o boliche é um esporte, é uma modalidade Pan-Americana. Ainda não é olímpico, mas quem sabe em 2032 na Austrália. A gente tem uma esperança muito grande. Eu estou falando com o OTD, porque vou participar nos Jogos Pan-Americanos. Lá vamos disputar na fase de duplas e individual”, apresentou-se Stephanie.
Em seguida, a atleta, que busca a primeira medalha na história do Brasil em Pan-Americanos no boliche feminino explicou como funcionam as disputas. “A fase de duplas são oito partidas corridas, quem derrubar mais pinos leva as medalhas. Na fase individual, são dois dias de oito partidas. Classificando entre as quarto, já somos, no mínimo, bronze.”
Experiência no Pan
Dois fatores aumentam a esperança de pódio para Stephanie. A brasileira já participou de outras edições de Jogos Pan-Americanos. Em Guadalajara-2011, ficou em 16º na classificatória no individual. Venceu a norte-americana Kelly Kullick, nas oitavas, contudo perdeu para a canadense Caroline Lagrange na fase seguinte. E ficou em 10º nas duplas, ao lado de Marizete Scheer. Em Toronto-2015, foi 19ª no individual e 11ª nas duplas, ao lado de sua parceira atual. Por fim, no Pan de Lima-2019, foi 14ª no individual e repetiu o 11º lugar em duplas.
O segundo motivo, Stephanie mesmo explica: “Ano passado, a Roberta e eu ficamos em terceiro no Pan-Americano da modalidade. Esse ano, as chances são muito grandes para a gente disputar lá em cima. Os meninos vêm super bem também, faz dois ou três anos que estão jogando juntos, a ‘química’ vem aumentando. Também vejo com grandes possibilidades nas duplas dessa edição”, ressaltou.
Ela também apontou as potências na briga por medalhas: “No feminino, eu diria que são os Estados Unidos, Colômbia, Aruba e México. No masculino, acho que são os Estados Unidos, Canadá, Venezuela, Colômbia e Porto Rico, nesse naipe é mais parelho.
Como jogar profissionalmente
“No lazer, a pessoa vai para se divertir. Não que não nos divertimos, não é isso. [No profissional] Exige um pouco mais de foco, concentração, de seriedade mesmo. O nosso caminhar, que chamamos de timing, é um processo bem longo para se aprender”, explicou Stephanie.
Para quem já viu uma transmissão de uma partida, as imagens da bola girando impressionam pelo “spinning”, ou o efeito que a esfera ganha”. Todavia, a atleta explica que é um longo caminho até chegar nesse nível: “Não basta aprender, precisa repetir 99% das vezes. Se você tiver esse caminhar, essa repetição 99% das vezes correta, seu giro vem aos poucos, aí que você aprende a ‘manipular’ sua mão. Porque, na nossa mão, segundo o que estudei nos Estados Unidos, temos mais de 300 tipos de saque. Tendo esse timing certo, como uma maquinha, você consegue manipular e aprender o efeito. Mas, para isso, você precisa aprender o caminhar no boliche”.
“Não é um esporte fácil, exige muita concentração, muita mira e muita técnica também. Qualquer um consegue sair da brincadeira para seguir em uma competição, basta querer. Mesmo quando estou treinando, chega uma pessoa e pergunta, a gente sempre dá uma dica, principalmente com o dedão para frente. As pessoas têm a mania de virar o dedão para querer o efeito. Porém, antes de aprender o efeito, você precisa saber mirar. A mira que nós usamos, além dos olhos é o dedão”, concluiu Stephanie.
Desse modo, o Brasil espera que ela calibre bem a mira, acerte no alvo e possa apontar o polegar para cima no sinal de positivo ou usar para segurar uma medalha.