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Santiago 2023

‘Máquina do tempo’ homenageia ícones do jornalismo chileno

Centro de imprensa em Santiago deixa reservado dois lugares, com máquinas de escrever e bloquinhos de papel, em memória a Julio Martínez e Sergio Livingstone

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Julio Martínez imortalizado no centro de imprensa dos Jogos (Panam Sports)

Santiago – Em tempos onde a tecnologia do celular transformou por completo a rotina do jornalismo, um detalhe chama a atenção no centro de imprensa escrita dos Jogos Pan-Americanos e Parapan-americanos de Santiago 2023. Na ponta de uma das extensas bancadas, aparecem duas máquinas de escrever, uma câmera fotográfica, bloquinhos de papel e caneta. Os mais novos talvez nem saibam bem pra que serve toda aquela ‘tralha’, mas ao se aproximarem verão que se trata de uma homenagem aos ‘periodistas’ esportivos Julio Martínez e Sergio Livingstone, apresentados como os maiores na profissão da história chilena.
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Julio Martínez Prádanos empresta o nome a nada menos do que o lendário Estádio Nacional do Chile, o mais importante do país e principal sede dos Jogos Pan-Americanos e Parapan-americanos de Santiago 2023. O nome completo é Estadio Nacional Julio Martínez Prádanos. O jornalista nasceu em Temuco, localidade a 670 quilômetros ao sul da capital, em 23 de junho de 1923. Viveu por 84 anos, sendo mais de 60 deles em redações e eventos esportivos pelo Chile e fora dele. Também era conhecido pelas iniciais, “Jota Eme”. Em 1970 recebeu o Premio Nacional de Periodismo Deportivo e, 25 anos depois, o Premio Nacional de Periodismo.

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Sergio Livingstone, sucesso nos dois lados do jornalismo (Panam Sports)

Jumar

Prádanos começou a carreira em 1945 no programa Clínica Deportiva, veiculado pela radio Prat, e escrevendo para o diário La Hora. Também trabalhou nas rádios Agricultura y Minería e nos jornais impressos Las Últimas Noticias e La Segunda. Na Copa de 1950, no Brasil, entrou para a revista Estadio, onde passou a ser conhecido como Jumar. Assinou colunas históricas, como a Migajas desde meados dos anos 1950 e, nos anos 1970, a Aquí Jumar. Por quarenta anos, entre 1967 e 2007, foi o rosto das transmissões esportivas do Canal 13. Morreu em 2 de janeiro de 2008 e, em junho daquele ano, passou a batizar o Estadio Nacional, onde está o centro de imprensa de Santiago 2023.

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De notícia a jornalista

Sergio Livingstone, ou Sergio Roberto Livingstone Pohlhammer, começou a vida esportiva como notícia. Ainda aos 16 anos de idade, nasceu 26 de março de 1920, começou a carreira como goleiro defendendo o Club Hispano. Logo chegou à Universidad Católica, um dos principais clubes do país, e em 1941 já defendia a meta da seleção chilena no Sul-Americano realizado em Santiago. Já dava pistas do que viria pela frente, pois foi escolhido o melhor jogador da competição. O “Sapo” passou então a virar lenda, tendo suas atuações cada vez mais marcadas pela imprensa. Passou pelo Racing, da Argentina, mas logo voltou à Católica onde conquistou o primeiro título nacional da equipe, em 1949. Assim, no ano seguinte, desembarcou na Copa do Brasil como capitão da ‘La Roja’.

Em 1957, três anos após deixar a seleção, foi emprestado ao Colo-Colo, mas voltou novamente para a Universidad Católica e lá ficou até se retirar dos gramados em novembro de 1959. Assim, a despedida foi apoteótica, num amistoso entre Chile e Argentina com o Estádio Nacional completamente tomado.

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Julio Martínez e Sergio Livingstone estão credenciados para os Jogos (André Rossi)

Zoom Deportivo

Dali em diante, Sergio Livingstone passou a trilhar outro caminho, no qual também encontrou muito reconhecimento. Quase que imediatamente após deixar os gramados, começou a carreira como comentarista na Radio Carrera e no Canal 13. Além de redator no El Diario Ilustrado. Em 1969, foi para a Televisión Nacional de Chile. Lá marcou época até sua morte, em 11 de setembro de 2012, aos 92 anos de idade. Na Televisión Nacional de Chile participou com destaque de coberturas de diversas Copas do Mundo, a primeira da Alemanha em 1974, Jogos Olímpicos e Copas Davis, de tênis. Apresentou o programa Zoom Deportivo entre 1985 e 2011 e foi agraciado com o Premio Nacional de Periodismo Deportivo, em 1987, e o Premio a la Trayectoria Deportiva, outorgado pelo governo chileno, em 2011.

Assim, ambos seguem imortalizados na redação dos Jogos Pan-Americanos e Parapan-americanos de Santiago 2023.

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Jornalista com mais de 20 anos de profissão, mais da metade deles na área de esportes. Está no OTD desde 2019 e, por ele, já cobriu 'in loco' os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, os Olímpicos de Paris, além dos Jogos Pan-Americanos de Lima e de Santiago

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