Daniel Nascimento, recordista sul-americano e principal nome do Brasil na maratona, desistiu de correr a prova de 42 km nos Jogos Pan-Americanos de Santiago-2023, mas vai defender o país nos 10000 m rasos.
Com isso, o Brasil será representado na maratona masculina pelo experiente Paulo Roberto de Paula e Johnatas Cruz. No feminino, Andreia Hessel e Valdilene dos Santos Silva.
O Brasil tem tradição nos Jogos Pan-Americanos na maratona e lidera o quadro histórico de medalhas tanto no masculino como no feminino.
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Nossos pódios
Dono do direito de acender a pira olímpica dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro 2016, Vanderlei Cordeiro de Lima é um dos grandes heróis do esporte nacional por conta da medalha de bronze conquistada por ele em Atenas 2004. Ele liderava a prova, mas foi agarrado por uma padre irlandês, que tentou tirá-lo da corrida. Mas Vanderlei não desistiu, voltou para a maratona e ainda completou a prova em terceiro lugar.
Apesar deste ter sido o maior momento da carreira de Vanderlei Cordeiro de Lima, o paranaense de Cruzeiro do Oeste fez história também nos Jogos Pan-Americanos. O brasileiro é o maior vencedor da maratona masculina da competição que reúne os país das Américas do Sul, Central e do Norte. Ele é o único atleta da história do Pan com duas medalhas de ouro, que foram conquistadas em Winnipeg 1999 (foto) e Santo Domingo 2003.
Mais pódios
Além das duas medalhas de ouro conquistadas por Vanderlei Cordeiro de Lima, o Brasil subiu outras três vezes ao lugar mais alto do pódio da maratona masculina dos Jogos Pan-Americanos com Ivo Rodrigues em Indianápolis 1987, Franck Caldeira no Rio de Janeiro 2007 e com Solonei Silva em Guadalajara 2011.
Ao todo, são oito medalhas. Além das cinco de ouro, o Brasil ganhou prata com José Santana em Havana 1991 e bronze com Luiz da Silva em Mar Del Plata 1995 e Luiz Fialho em Winnipeg 1999.
Medalhistas
ANO | TEMPO | TEMPO | TEMPO | |||
1951 | Delfo Cabrera Argentina | 02:35:01 | Reinaldo Gorno Argentina | 02:45:00 | Luis Valázquez Guatemala | 02:46:03 |
1955 | Doroteo Flores Guatemala | 02:59:10 | Onésimo Rodríguez México | 03:02:22 | Luis Valázquez Guatemala | 03:05:26 |
1959 | John J. Kelley EUA | 02:27:55 | Jim Green EUA | 02:32:17 | Gordon Dickson Canadá | 02:36:19 |
1963 | Fidel Negrete México | 02:27:56 | Gordon McKenzie EUA | 02:31:18 | Pete McArdle EUA | 02:34:14 |
1967 | Andy Boychuk Canadá | 02:23:03 | Agustín Calle Colômbia | 02:25:51 | Alfredo Peñaloza México | 02:27:49 |
1971 | Frank Shorter EUA | 02:22:40 | José García México | 02:26:30 | Hernán Barreneche Colômbia | 02:27:19 |
1975 | Rigoberto Mendoza Cuba | 02:25:03 | Charles “Chuck” Smead EUA | 02:25:32 | Tom Howard Canadá | 02:25:46 |
1979 | Radamés González Cuba | 02:24:09 | Luis Barbosa Colômbia | 02:24:44 | Rich Hughson Canadá | 02:25:34 |
1983 | Jorge González Porto Rico | 02:12:43 | César Mercado Porto Rico | 02:20:30 | Miguel Cruz México | 02:21:12 |
1987 | Ivo Rodrígues Brasil | 02:20:13 | Ronald Lanzoni Costa Rica | 02:20:39 | Jorge González Porto Rico | 02:21:14 |
1991 | Alberto Cuba Cuba | 02:19:27 | José Santana Brasil | 02:19:29 | Radamés González Cuba | 02:23:05 |
1995 | Benjamín Paredes México | 02:14:44 | Mark Coogan EUA | 02:15:21 | Luiz da Silva Brasil | 02:15:46 |
1999 | Vanderlei de Lima Brasil | 02:17:20 | Rubén Maza Venezuela | 02:19:56 | Éder Fialho Brasil | 02:20:09 |
2003 | Vanderlei de Lima Brasil | 02:19:08 | Bruce Deacon Canadá | 02:20:35 | Diego Colorado Colômbia | 02:21:48 |
2007 | Franck Caldeira Brasil | 02:14:03 | Amado García Guatemala | 02:14:27 | Procopio Franco México | 02:15:18 |
2011 | Solonei da Silva Brasil | 02:16:37 | Diego Colorado Colômbia | 02:17:13 | Juan Carlos Cardona Colômbia | 02:18:20 |
2015 | Richer Pérez Cuba | 02:17:04 | Raúl Pacheco Peru | 02:17:13 | Mariano Mastromarino Argentina | 02:17:45 |
2019 | Cristhian Pacheco Peru | 2:09:31 | José Luis Santana México | 2:10:54 | Juan Joel Pacheco México | 2:12:10 |
Quadro de medalhas
Nossos pódios
Atual bicampeã da maratona feminina nos Jogos Pan-Americanas, a brasileira Adriana Aparecida da Silva é o grande nome da prova na história da competição. Ninguém subiu mais vezes no lugar mais alto da maratona feminina, que começou a ser disputada apenas em Indianápolis 1987. Ao todo, a competição esteve presente em oito edições e o Brasil é o líder do quadro de medalhas com três ouros, uma prata e dois bronzes. A frente do México, que tem dois ouros, uma prata e um bronze. Estados Unidos, Cuba e Peru, com um ouro cada, completam a lista de países que já ganharam a prova.
A primeira conquista de Adriana Aparecida da Silva foi em Guadalajara 2011. Com o tempo de 2:36:37, ela não só ganhou a medalha de ouro como bateu o recorde dos Jogos Pan-Americanos. Em Toronto 2015, ela cruzou a linha de chegada em segundo lugar, mas herdou o ouro porque a peruana Gladys Tejeda foi eliminada por doping.
Das oito edições da maratona feminina na história dos Jogos Pan-Americanos, o Brasil só ficou três vezes fora do pódio, exatamente nas três primeiras. A tradição brasileira na prova começou em Winnipeg 1999 com o bronze de Viviany de Oliveira. Em Santo Domingo 2003, Márcia Narloch entrou para a história com a primeira atleta do país a vencer a maratona feminina em Pans. No Rio de Janeiro 2007, Márcia Narloch ficou perto do bi, mas perdeu a prova para a cubana Mariela Gonzalez e conquistou a medalha de prata, fazendo dobradinha no pódio com Sirlene Pinho.
Medalhistas
ANO | TEMPO | TEMPO | TEMPO | |||
1987 | María del Carmen Cárdenas México | 02:52:06 | Debbie Warner EUA | 02:54:49 | Maribel Durruty Cuba | 02:56:21 |
1991 | Olga Appell México | 02:43:36 | Maribel Durruty Cuba | 02:46:04 | Emperatriz Wilson Cuba | 02:48:48 |
1995 | Maria Trujillo EUA | 02:43:56 | Jennifer Martin EUA | 02:44:10 | Emma Cabrera México | 02:46:36 |
1999 | Erika Olivera Chile | 02:37:41 | Iglandini González Colômbia | 02:40:06 | Viviany de Oliveira Brasil | 02:40:55 |
2003 | Márcia Narloch Brasil | 02:39:54 | Mariela González Cuba | 02:42:55 | Erika Olivera Chile | 02:44:52 |
2007 | Mariela González Cuba | 02:43:11 | Márcia Narloch Brasil | 02:45:10 | Sirlene Pinho Brasil | 02:47:36 |
2011 | Adriana da Silva Brasil | 02:36:37 | Madaí Pérez México | 02:38:03 | Gladys Tejeda Peru | 02:42:09 |
2015 | Adriana Aparecida da Silva Brasil | 02:35:40 | Lindsay Flanagan EUA | 02:36:30 | Rachel Hannah Canadá | 02:41:06 |
2019 | Gladys Tejeda Peru | 2:30:55 | Bethany Sachtleben EUA | 2:31:20 | Angie Orjuela Colômbia | 2:32:27 |
Quadro de medalhas
A prova
Maratona é uma corrida realizada na distância oficial de 42,195 km, normalmente em ruas e estradas. Única modalidade esportiva que se originou de uma lenda, seu nome foi instituído como uma homenagem à antiga lenda grega do soldado ateniense Fidípides, um mensageiro do exército de Atenas, que teria corrido cerca de 40 km entre o campo de batalha de Maratona até Atenas para anunciar aos cidadãos da cidade a vitória dos exércitos atenienses contra os persas e morreu de exaustão após cumprir a missão.
A Federação Internacional de Atletismo (IAAF – International Association of Athletics Federations) estabelece que a distância oficial da maratona deva ser de exatos 42,195 km (42 mil 195 metros), com um adendo de 42 metros. Os fiscais oficiais e medidores de quilometragem destas provas acrescentam ao final mais um metro por quilômetro percorrido, para reduzir o risco de que alguma falha na medição produza uma distância final inferior à estipulada.
Para eventos sob a égide da IAAF é obrigatório que o percurso tenha marcações intercaladas da distância percorrida, de maneira a que os corredores tenham noção do ponto em que se encontram, e esses marcos devem ser a cada quilômetro.
Os recordes conquistados, sejam eles mundiais, continentais ou nacionais, só são reconhecidos em provas que cumpram as regras da IAAF, que estabelecem que o percurso precisa ter uma distância máxima entre a partida e a chegada de 50% da distância total da prova – 42,195 km – e um desnível na topografia de no máximo 1/1000 da distância total.