Principal maratonista do Brasil na atualidade, Daniel Nascimento desistiu de disputar sua prova preferida em Santiago-2023, mas vai reforçar o país nas pistas. Ele vai correr os 10000 m rasos para defender o título de Ederson Vilela Pereira, que conquistou o título nos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019. No feminino, nenhuma brasileira vai competir na prova.
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Nossos pódios
O momento mais marcante do Brasil nos 10000 m masculino dos Jogos Pan-Americanos aconteceu em Guadalajara 2011. Dois atletas brasileiros subiram ao pódio, Marílson Gomes, que vinha de dois vice-campeonatos seguidos em Santo Domingo 2003 e Rio de Janeiro 2007, finalmente conseguiu a medalha de ouro, enquanto Giovani dos Santos completou a prova na terceira colocação e ficou com o bronze. A vitória de Marílson foi maiúscula. O atleta brasileiro chegou mais de 40 segundos na frente do mexicano Juan Carlos Romero, que terminou em segundo lugar.
Além de Guadalajara 2011, o Brasil teve dois atletas no pódio em Mar Del Plata em 1995 nos 10000 m rasos masculino. Mas o vencedor da prova foi o mexicano Armando Quintanilla. Valdenor dos Santos ficou com a medalha de prata e Ronaldo da Costa ficou com o bronze. Quatro anos depois, em Winnipeg 1999, Elenílson da Silva conquistou o ouro, deixando para trás o mexicano David Galván, que ficou com a prata, e o americano Pete Julian, que acabou em terceiro lugar. Para completar, em Lima-2019, Ederson Vilela Pereira conquistou a terceira vitória do país na história da prova.
A estrela dos Jogos
Falecido em fevereiro de 2018, o argentino Osvaldo Suárez é a grande estrela dos 10000 m rasos masculino da história dos Jogos Pan-Americanos. Ele foi bicampeão da competição na Cidade do México 1955 e Chicago 1959 e ficou com a medalha de prata em São Paulo 1963. Em 1955 e 1963, ele também faturou o ouro nos 5000m rasos, prova em que ficou com o segundo lugar em 1959.
Ele representou seu país nas Olimpíadas de Roma 1960 e Tóquio 1964 e ficou muito conhecido no Brasil por ter ganho três vezes a Corrida Internacional de São Silvestre em 1958, 1959 e 1960. Nos últimos anos de sua vida, dedicou-se a ensinar crianças e adolescentes interessadas em aprender atletismo, em um Cenard (Centro Nacional de Alto Rendimento Esportivo, em tradução literal). Seu falecimento foi lamentado por esportistas e jornais argentinos, que o classificaram como “lenda” e “principal nome do esporte do país”.
Medalhistas
ANO | TEMPO | TEMPO | TEMPO | |||
1951 | Curt Stone EUA | 31:08.6 | Ricardo Bralo Argentina | 31:09.4 | Ezequiel Bustamente Argentina | 32:31.8 |
1955 | Osvaldo Suárez Argentina | 32:42.6 | Vicente Sánchez México | 33:00.4 | Jaime Correa Chile | 33:42.6 |
1959 | Osvaldo Suárez Argentina | 30:17.2 | Doug Kyle Canadá | 30:18.0 | Bob Soth EUA | 30:21.8 |
1963 | Pete McArdle EUA | 29:52.2 | Osvaldo Suárez Argentina | 30:26.6 | Eligio Galicia México | 30:27.9 |
1967 | Van Nelson EUA | 29:17.4 | Dave Ellis Canadá | 29:18.4 | Tom Laris EUA | 29:21.6 |
1971 | Frank Shorter EUA | 28:50.8 | Juan Martínez México | 29:05.1 | Álvaro Mejía Colômbia | 29:07.0 |
1975 | Luis Hernández México | 29:19.3 | Rodolfo Gómez México | 29:21.2 | Domingo Tibaduiza Colômbia | 29:25.5 |
1979 | Rodolfo Gómez México | 29:02.4 | Enrique Aquino México | 29:03.9 | Frank Shorter EUA | 29:06.4 |
1983 | José Gómez México | 29:14.7 | Domingo Tibaduiza Colômbia | 29:17.1 | Mark Nenow EUA | 29:22.5 |
1987 | Bruce Bickford EUA | 28:20.4 | Rolando Vera Equador | 28:22.6 | Paul McCloy Canadá | 28:38.1 |
1991 | Martín Pitayo México | 29:45.5 | Ángel Rodríguez Cuba | 29:54.4 | Juan Linares Cuba | 30:09.6 |
1995 | Armando Quintanilla México | 28:57.4 | Valdenor dos Santos Brasil | 29:04.8 | Ronaldo da Costa Brasil | 29:07.7 |
1999 | Elenilson da Silva Brasil | 28:43.5 | David Galván México | 28:44.0 | Pete Julian EUA | 28:44.5 |
2003 | Teodoro Vega México | 28:49.4 | Marílson Gomes dos Santos Brasil | 28:49.5 | Dan Browne EUA | 29:06.2 |
2007 | José David Galván México | 28:08.7 | Marílson Gomes dos Santos Brasil | 28:09.3 | Alejandro Suárez México | 28:10.0 |
2011 | Marílson Gomes dos Santos Brasil | 29:00.6 | Juan Carlos Romero México | 29:41.0 | Giovani dos Santos Brasil | 29:51.7 |
2015 | Mohammed Ahmed Canadá | 28:50.0 | Aron Rono EUA | 28:50.8 | Juan Luis Barrios México | 28:51.6 |
2019 | Ederson Vilela Pereira Brasil | 28:27.47 | Reid Buchanan EUA | 28:28.41 | Lawi Lalang EUA | 28:31.75 |
Quadro de medalhas dos 10000 rasos masculino
A estrela dos Jogos
Conhecida no Brasil por ter vencido três vezes a tradicional Corrida de São Silvestre (1989, 1990 e 1992), Maria Del Carmen Diaz é a maior vencedora dos 10000m rasos feminino dos Jogos Pan-Americanos. A mexicana ganhou a medalha de ouro em Havana 1991 e o bronze em Mar Del Plata 1995. Além das duas medalhas, a atleta subiu ao pódio nos 3000m de Havana e nos 5000m de Mar Del Plata. Ela também participou da Olimpíada de Atlanta, em 1996, terminando a maratona na 33ª. colocação.
Nossos pódios
O Brasil é o terceiro colocado no quadro de medalhas dos 10000m rasos feminino, que só começou a ser disputado em Indianápolis 1987. O país fica atrás apenas de México e Estados Unidos com três medalhas conquistadas. A primeira delas foi a de ouro de Carmen Oliveira em Mar Del Plata 1995. Depois, Lucélia Peres foi bronze no Rio de Janeiro 2007 e Cruz Nonata foi prata em Guadalajara 2011.
Medalhistas
ANO | TEMPO | TEMPO | TEMPO | |||
1987 | Marty Cooksey EUA | 33:00.0 | Nancy Tinari Canadá | 33:02.4 | Patty Murray EUA | 33:38.1 |
1991 | María del Carmen Díaz México | 34:21.1 | Lisa Harvey Canadá | 34:25.5 | María Luisa Servín México | 34:55.9 |
1995 | Carmen Oliveira Brasil | 33:10.2 | Carol Montgomery Canadá | 33:13.6 | María del Carmen Díaz México | 33:14.9 |
1999 | Nora Rocha México | 32:56.5 | Stella Castro Colômbia | 33:06.0 | Tina Connelly Canadá | 33:27.9 |
2003 | Adriana Fernández México | 33:16.0 | Yudelkis Martínez Cuba | 33:55.1 | Bertha Sánchez Colômbia | 33:56.2 |
2007 | Sara Slattery EUA | 32:54.1 | Dulce María Rodríguez México | 32:56.7 | Lucélia Peres Brasil | 33:19.5 |
2011 | Marisol Romero México | 34:07.2 | Cruz da Silva Brasil | 34:22.4 | Yolanda Caballero Colômbia | 34:39.1 |
2015 | Brenda Flores México | 32:41.3 | Desiree Davila EUA | 32:44.0 | Lanni Marchant Canadá | 32:46.0 |
2019 | Natasha Michell Canadá | 31:55.17 | Risper Biyaki Gesabwa México | 31:59.00 | Rachel Cliff Canadá | 32:13.34 |
Quadro de medalhas dos 10000 rasos feminino
Os 10000 m rasos
10000 m rasos é uma modalidade olímpica de atletismo e a mais longa distância disputada em pista, com um total de 25 voltas em torno da pista padrão de 400 metros do estádio.
Os antigos gregos já organizavam corridas de resistência semelhantes às corridas de longa distância atuais. A primeira prova semelhante aos 10 000 metros disputada na Era Moderna foi a corrida das 6 milhas (9 656 m), na Grã-Bretanha. O primeiro recorde aferido para a distância exata de 10 000 metros foi registrado em 1847. A prova entrou no programa olímpico em Estocolmo 1912, com a vitória do finlandês Hannes Kolehmainen. Durante todo o período anterior à II Guerra Mundial ela foi dominada pela Finlândia e seus fundistas, chamados de Finlandeses Voadores, como Kolehmainen, Paavo Nurmi e Ville Ritola. O último fundista deste país a vencê-la em Olimpíadas foi Lasse Viren, bicampeão olímpico em Munique 1972 e Montreal 1976. A partir dos anos 80, a distância passou a ser de domínio absoluto dos africanos, especialmente etíopes e quenianos, tanto em Jogos Olímpicos quanto em campeonatos mundiais.
Introduzida no programa olímpico para mulheres em Seul 1988, a primeira campeã olímpica foi a soviética Olga Bondarenko. Com o correr dos anos, as africanas passaram também a dominá-la, assim como a todas as provas de longa distância, como os 5000 metros e a maratona, secundadas pelas chinesas.