Nos últimos anos, o Brasil vem conseguindo resultados históricos nos saltos ornamentais, com os atletas do país melhorando seus desempenhos nas competições internacionais. Um desses saltadores é Isaac Souza, medalhista de bronze nos Jogos Pan-Americanos Lima-2019 e semifinalista no Campeonato Mundial do mesmo ano. O jovem atleta, que completou 24 anos nesta sexta-feira (23) conversou com o Olimpíada Todo Dia e falou sobre seu desempenho recente e metas para o futuro.
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Isaac Souza começou no esporte através da ginástica artística. Aos 10 anos, o atleta fez um teste no Parque Aquático Júlio Delamare e assim passou para os saltos ornamentais. Logo, Isaac se destacou e entrou para a seleção brasileira. E, aos 12 anos, fez sua primeira viagem internacional, participando de um training camp na China, a maior potência da modalidade. “Fomos para lá para refinar nossa técnica e aprender com a técnica dos chineses que é a melhor do mundo. Ficamos lá dois meses aprendendo alguns saltos do zero e isso cooperou bastante para o meu nível técnico de hoje”, afirmou o atleta.
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Isaac Souza teve uma virada na sua carreira em 2019, quando conquistou alguns dos seus maiores resultados. Ele terminou na 13ª colocação no Campeonato Mundial (apenas 10 pontos da final) e ficou em terceiro lugar na plataforma sincronizada, ao lado de Kawan Pereira, nos Jogos Pan-Americanos. “Foi uma emoção gigantesca não só pela medalha, mas também pelo feito inédito já que foi a primeira medalha do Brasil na prova”, comentou o medalhista pan-americano.
Caminho turbulento até Tóquio
O caminho até os Jogos Olímpicos de Tóquio foi complicado. O atleta ficou próximo de garantir a vaga já no Mundial de 2019, ficando apenas uma posição das 12 primeiras vagas olímpicas. Em seguida, ele disputou a Copa do Mundo de saltos ornamentais, que distribuiria as vagas restantes em Tóquio-2020, onde inicialmente, os 18 semifinalistas garantiriam a classificação. Porém, a Federação Internacional superestimou o total de vagas e decidiu cortar as vagas durante a Copa do Mundo. Assim, Isaac teria ficado fora dos Jogos Olímpicos. Desmotivado, o atleta diminuiu sua carga de treinos. Mas algumas semanas depois, ele conseguiu a classificação através do processo de realocação de cotas olímpicas.
“A princípio eu estava com a vaga garantida. Mas quando a gente voltou para o Brasil, ficamos sabendo que a FINA no meio da competição mudou a regra e tirou a vaga de algumas colocações e nisso afetou a minha vaga e a de outra atleta do Brasil. Com a notícia fiquei muito chateado e isso influenciou no meu nível técnico e nos meus treinos. E aí quando eles recolocaram a vaga eu não estava totalmente preparado para a Olimpíada do jeito que eu gostaria”
Isaac Souza ficou em 20º lugar na fase preliminar da plataforma de 10m nos Jogos Olímpicos de Tóquio e não avançou para a semifinal. Apesar de não ter tido um bom desempenho na Olimpíada, a experiência foi importante para o atleta. “Por mais que eu não acertei os saltos que gostaria de ter acertado eu tirei experiência disso. Eu pude conviver com atletas de alto nível que eu só via na televisão. Então minha vivência em Tóquio foi completamente positiva”, afirmou Isaac.
Em busca da final
Por conta da pandemia de Covid-19, o calendário internacional dos esportes aquáticos ficou apertado, com a federação internacional decidindo realizar campeonatos mundiais em três anos seguidos. Dessa forma, os atletas tem menos tempo de preparo entre as competições. Isaac ficou preocupado com o calendário apertado, já que precisou tratar uma lesão no cotovelo recentemente, mas agora já está melhor e focado em conseguir bons resultados no Campeonato Mundial em Fukuoka e nos Jogos Pan-Americanos Santiago-2023.
O Mundial de Fukuoka já está próximo e os atletas brasileiros dos saltos ornamentais viajam para o Japão no dia 6 de julho. “A preparação está sendo feita com bastante cuidado. Estou conseguindo treinar dentro do possível e fazendo os saltos que vou realizar no Mundial”, afirmou. Dessa vez, Isaac quer garantir um top-12 no Mundial, para já assegurar a vaga nos Jogos Olímpicos com antecedência. Já em Paris, o brasileiro tem como meta conseguir sua primeira final olímpica e quem sabe uma medalha. “Estou treinando bastante para isso e vou dar tudo de mim”, completou.