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Paris 2024

Yaras vão usar uniformes com temática indígena na Olimpíada

As Yaras, como são conhecidas as jogadoras da seleção brasileira de rúgbi, conhecerem os uniformes que vão usar nos Jogos Olímpicos de Paris

Yaras conhecem os uniformes que vão usar nos Jogos Olímpicos de Paris-2024
FotoJump/Brasil Rugby

As Yaras, como são chamadas as jogadoras da seleção brasileira de rúgbi sevens, vão usar nos Jogos Olímpicos de Paris-2024 uniformes inspirados na cultura indígena.

A revelação dos uniformes aconteceu nesta terça-feira (11), em um evento para convidados, imprensa e representantes da cultura indígena, como Juma Xipaia, secretária nacional de articulação e promoção de direitos indígenas, e representantes do Museu das Culturas Indígenas (MCI), local onde a cerimônia foi realizada.

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Juma destacou a presença feminina no esporte. “É necessário respeitar a nossa existência no esporte. Independentemente do local, as mulheres são uma fortaleza. Somos o símbolo da vida e da resistência. Agradeço o esforço e dedicação. As meninas do rúgbi carregaram uma nação, a nossa ancestralidade e o sonho de muitas que desejam chegar neste espaço. Vocês são inspiração e realidade”, concluiu.

Os novos uniformes

O design das camisas amarela e verde conta com detalhes geométricos inspirados em artes indígenas e animais característicos da fauna brasileira como boto, jiboia, mico-leão e lobo-guará.

Segundo Claudio Verá, mestre de saberes do MCI, o grafismo na cultura indígena é usado apenas em ocasiões especiais como rituais de passagem, luto, casamento e festejos culturais.

As Yaras

Em 2013, a seleção feminina de rúgbi adotou o apelido Yaras, mas usava o símbolo masculino no peito, o Tupi.

Em 2021, a seleção brasileira de rúgbi feminino ganhou uma nova identidade, idealizada por um movimento independente que teve como líderes as próprias atletas. A ideia foi resgatar a origem do nome de batismo, que reflete o espírito guerreiro da mulher brasileira.

Na mitologia tupi-guarani, Yara, filha de Pajé, é uma temida guerreira que, para escapar da morte, se refugiou nos rios amazônicos. Por isso, é conhecida como a Senhora Das Águas.

Durante o evento, Mariana Miné, CEO da CBRu, destacou que o time construiu um legado que reflete nos últimos resultados históricos, como a medalha de bronze nos Jogos Pan-Americanos de Santiago e a permanência em 2025 na elite da modalidade no circuito mundial.

“O rúgbi é um esporte que tem uma tradição muito forte de reverenciar e trazer relevância para os povos originários mundiais. Exemplos como esse são a Nova Zelândia, a Austrália e Fiji, que trabalham com as matrizes culturais indígenas dentro do jogo. No Brasil, queremos esse diálogo e caminhar na mesma direção”, explica Miné.

Convocação

O evento também teve como objetivo convocar oficialmente as atletas para os Jogos e detalhar a preparação do time até o início da competição.

Um dos destaques da relação foi Luiza Campos, do Charrua (RS). Será a terceira olimpíada na carreira da capitã.

“Eu visto a amarelinha há 12 anos, já joguei com muitas referências do nosso país. Vestir este uniforme é sempre um orgulho. É representar o Brasil levando a nossa cultura pelo mundo. O Brasil não é só futebol e samba. Somos muito mais do que isso e temos muito a acrescentar. Com o Will, estamos descobrindo o jeito brasileiro de jogar. Estou feliz de estar aqui e presenciar um ano histórico. Vamos dar tudo de si e mais um pouco porque carregamos vocês com a gente. Obrigada pelo apoio nos momentos mais difíceis”, ressalta Luiza.

A lista inicial divulgada pelo técnico britânico Will Broderick conta com 18 nomes, mas apenas 14 vão jogar em Paris-2024, sendo uma na condição de suplente.

A ideia é avaliar a condição física de algumas atletas até o limite do prazo. Há jogadoras, como Aline Furtado, Milena Mariano e Rafaela Zanellato, que se recuperam de lesão.

A seleção vai fazer um período de aclimatação entre os dias 7 e 21 de julho, em Saint-Affrique, no Sul da França, que fica a 650km de distância capital Paris, local dos Jogos Olímpicos.

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