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Rúgbi

Yaras resgatam história e lançam nova identidade visual

Seleção feminina substitui símbolo masculino usado no uniforme, o Tupi, valorizando os povos originários e as mulheres do Brasil

Yaras - Seleção feminina de rúgbi
(Divulgação)

As Yaras têm uma nova identidade visual. Idealizada por um movimento independente criado pelas próprias atletas, a seleção feminina de rúgbi lançou a novidade na segunda-feira (24) com um vídeo-manifesto realizado pela CBRu (Confederação Brasileira de Rúgby). O símbolo vai para o novo uniforme oficial e resgata a origem do nome de batismo Yaras, escolhido também de maneira autônoma pelo grupo e que reflete o espírito guerreiro da mulher brasileira.

O tema principal da campanha é a autonomia do grupo, que iniciou todo processo de mudança. Desde que adotou o apelido de Yaras, no fim de 2013, a seleção feminina de rúgbi atuava com um símbolo masculino no peito, o Tupi. O manifesto escrito pelas próprias atletas responde, então, à seguinte pergunta: “Por que você luta?”.

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“A história da escolha do nome ‘Yaras’, da nova identidade, é uma história de coragem e coletividade das mulheres do rúgbi brasileiro. Uma história de reconhecimento que não foi pedido, foi conquistado. As atletas criaram um nome, um símbolo que representava o coletivo. Criaram um uniforme de forma completamente independente e começaram a vender para trazer receitas ao grupo. Estamos agora dando o destaque para esse processo. Acredito que todos nós temos que reconhecer e honrar esse movimento”, avaliou a CEO Mariana Miné, primeira mulher a assumir o comando da CBRu.

Veja o vídeo:

Significado 

A nova identidade estampa a imagem de uma representante dos povos originários do Brasil, em alusão à personagem Yara. Na mitologia tupi-guarani, ela é filha de Pajé e temida guerreira que, para escapar da morte, se refugiou nos rios amazônicos. Assim, é conhecida em partes do país como a “senhora das águas”. Para atletas do passado e do presente, a força do nome Yaras reside, então, no valor da coletividade, que é um traço comum entre a cultura dos povos indígenas e os princípios do rugby.  

“A essência de ser uma Yara é ter a consciência de que precisamos uma das outras para vencer nossos desafios e sonhar com mais conquistas. Esse reconhecimento é muito importante para esse grupo de mulheres que construiu identidade própria em um esporte que ainda é considerado essencialmente masculino”, ressaltou Izzy Cerullo, uma das jogadoras mais experientes e vitoriosas do atual elenco.  

Seleção feminina de rúgbi
Yara estampada no novo uniforma da seleção feminina (Divulgação)

Além disso, a coleçã foi criada pelo designer paulista e jogador de rugby Liam Piacente e a nova identidade visual foi uma encomenda das jogadoras da seleção à CBRu. Demandou do artista cerca de dois meses de pesquisas até atingir a expressão desejada, buscando sintetizar o espírito coletivo do grupo. Assim, a ideia é mostrar que não deve existir contraposição entre os dois gêneros dentro e fora do esporte.

A coleção das Yaras inclui os uniformes de jogo, treino, passeio e do staff, além de peças de comunicação visual. A partir do dia de lançamento da nova identidade, os produtos estarão disponíveis para venda no e-commerce da CBRu. Além disso, em junho, será lançada uma linha casual junto a um projeto especial voltado ao rúgbi feminino. As novas peças serão inspiradas em histórias pessoais das atletas e na cultura dos povos originários brasileiros.

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