Em aproximadamente um mês e meio, foram nove partidas de alto nível, apenas três vitórias e seis derrotas, mas um enorme aprendizado. Depois de um início conturbado por conta de 11 casos de covid-19, o Cobras conseguiu se encontrar na reta final da Superliga Americana de Rúgbi (SLAR) e deixa o campeonato com a sensação de que tudo o que foi vivido deixa o Brasil mais forte para a disputa das Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2023.
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“A SLAR foi um treino de luxo para a qualificação para o Mundial. Saímos deles mais fortes para o nosso principal objetivo”, afirmou o jogador Felipe Sancery, um dos principais nomes da franquia brasileira que disputou a competição sul-americana. “Foi uma competição de nível altíssimo. Nos deu a possibilidade de desenvolver a equipe de uma maneira mais próxima do que vamos encontrar nas Eliminatórias. Foram nove jogos para a gente se entender e encontrar um lindo caminho de construção de equipe”, analisou o treinador Fernando Portugal.
As Eliminatórias para a Copa do Mundo de rúgbi estavam previstas para começar em junho, mas devem mudar de formato e também de datas. O que está sendo especulado é que o Brasil enfrente o Paraguai e o Chile pegue a Colômbia, com os vencedores destes confrontos se classificando para um triangular junto com o Uruguai, cujo campeão vai enfrentar o melhor da América do Norte por uma vaga no Mundial.
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“É um caminho muito difícil. Nós teremos que ganhar do Uruguai, de quem nunca ganhamos, e depois pegar, por exemplo, os Estados Unidos. Então temos que pensar jogo a jogo para chegar preparado para os desafios na nossa melhor versão”, acredita Felipe Sancery.
O caminho para chegar a esta melhor versão nas Eliminatórias começou justamente na SLAR. Foram dois meses e meio de preparação muito bem feita e detalhada para a competição, mas tudo foi prejudicado pelo surto de covid-19 que acometeu o Cobras, franquia brasileira formada com a base da seleção nacional para a disputa, às vésperas da estreia.
“Eu estava muito contente com a preparação, mas três atletas testaram positivo primeiro e depois mais oito. Da primeira notícia de contaminação até a viagem, foram 13 dias de isolamento dentro de um quarto de hotel. Atrapalhou demais, tanto que, durante esse período, paramos de pensar em desempenho para pensar apenas em participar da SLAR”, contou Fernando Portugal.
Por conta do surto, o Cobras teve que atrasar a viagem e perdeu por WO a estreia para o Jaguares, da Argentina. A estreia foi contra o Peñarol, do Uruguai, e apesar de ter perdido por 33 a 24, a equipe brasileira terminou o jogo com mais tries do que o adversário. “Foi uma boa apresentação que até nos surpreendeu, mas o esforço depois custou a preparação para os próximos jogos. O time só foi entrar na competição direito no segundo turno”, analisou o treinador.
Na sequência da SLAR, o Cobras perdeu para o Olimpia Lions, do Paraguai, por 44 a 8, mas encontrou sua primeira vitória contra o Cafeteros, da Colômbia, por 30 a 14 e voltou a perder para o Selknam, do Chile, por 66 a 10.
O returno começou com derrotas duras para Jaguares por 62 a 12 e para o Peñarol por 40 a 12. Contra o Olimpia Lions, no entanto, o Cobras começou a mostrar evolução, fez um bom jogo e acabou derrotado num jogo duro por 19 a 15. “Foi um jogo satisfatório e quando a gente começou a se encontrar na competição”, afirmou Fernando Portugal.
Depois disso, o Cobras embalou duas vitórias para encerrar a participação na SLAR: 22 a 14 no Cafeteros e 21 a 20 sobre o Selknam. “Conseguimos vitórias consecutivas, que é o que vamos precisar nas Eliminatórias. Contra o Selknam fizemos um primeiro tempo muito satisfatório e depois conseguimos a vitória no final. Foi um jogo muito parelho como devem ser os que vamos enfrentar nas Eliminatórias. Acredito que a SLAR trouxe maturidade para enfrentarmos a Qualificação”, encerrou o treinador.