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CEO do rúgbi traz ‘nova visão’ e incentivo à mulheres gestoras

Mariana Miné assumiu há um mês o cargo de CEO na CBRu e quer usar lá experiência de gestora em grandes empresas

Mariana Miné - Rúgbi - CBRu
Mariana Miné é formada em administração e teve experiências em grandes empresas privadas (Divulgação/CBRu)

Há pouco mais de um mês, Mariana Miné tomou posse como nova CEO da CBRu (Confederação Brasileira de Rugby). Com experiência em gestão de grandes empresas e empreendedorismo, ela chegou por acaso ao esporte, mas já se apaixonou e planeja seus próximos passos para promover o desenvolvimento do rúgbi no Brasil. 

“Tem sido super intenso. Eu não venho do universo do esporte, do rúgbi, então tem uma curva de aprendizado muito grande nesse começo, muita coisa nova para entender. Eu sou do mundo corporativo, trabalhei em marketing e vendas em grandes empresas, depois toquei minha empresa por cinco anos… E essa chegada ao esporte foi até inesperada”, explicou ao Olimpíada Todo Dia sobre sua chegada à entidade. 

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A oportunidade surgiu quando Mariana optou por deixar a sua empresa e passou a olhar para o mercado. Conversou com um headhunter que estava trabalhando justamente com a CBRu e, a partir daí, o processo foi natural e ela, então, escolhida por seis conselheiros para assumir o cargo.

Nova visão

No começo, a falta de conhecimento sobre esporte gerou uma certa insegurança na própria Mariana, mas sua “visão de fora” acabou sendo um grande trunfo. 

“No começo, acho que teve um pouco da minha parte de pensar que eu não sou do rúgbi, do esporte…. Mas eles não queriam necessariamente alguém de dentro [do esporte]. Eles queriam alguém para implementar gestão. E de repente, sendo uma pessoa de fora, poderia oxigenar tudo”.

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“E tendo trabalhado como gestora de grandes marcas, eu sentei do outro lado da cadeira. Eu já estive na posição de avaliar onde eu ia colocar o orçamento da minha marca. Então isso me traz uma vantagem de pensar o que eu vou construir no rúgbi para ser interessante para um potencial patrocinador”, completou.

Assim, suas principais prioridades nesse primeiro momento giram em torno de captar patrocínios, proporcionar mais e melhores jogos para as seleções, de forma a elevar o nível das equipes, e ter mais torneios nacionais, inclusive de base, para desenvolver a comunidade do rúgbi.

Polêmica com ex-CEO

Em setembro do ano passado, antes de Mariana Miné chegar à CBRu, a entidade se envolveu em uma polêmica, quando contratou Eric Romano como CEO. Ele próprio, no entanto, pediu demissão em menos de 24h após repercussão negativa de publicações machistas, homofóbicas e gordofóbicas nas redes sociais.

Para Mariana, entretanto, isso em nada influenciou a sua escolha para assumir o cargo. E inclusive já é algo superado na confederação.

“Eu acho que eles estavam abertos para escolher o melhor profissional. Eu sempre parto desse princípio. Sim, aconteceu, mas para nós é uma questão superada. Acho importante reforçar que o processo seletivo acontece, mas nunca vai pegar os pormenores de um candidato. Então aconteceu, mas foi superado”. 

Mulheres em cargos de gestão

Ainda hoje, é difícil ver mulheres ocupando cargos de gestão, seja no esporte ou em qualquer outra área. Aos poucos, no entanto, essa realidade vem mudando.

“Eu trabalho há bastante tempo com gestão e muitas vezes estive em momentos em que tinham poucas mulheres perto de mim. Mas de verdade, nunca foi uma coisa que me intimidou. Sempre tive uma percepção de que eu tinha que me esforçar para ser a melhor naquilo que eu estava fazendo, independente de ser mulher”.

E Mariana Miné é mais uma a quebrar essa barreira. Assim, ela não traz somente uma nova visão à CBRu, mas também um incentivo para outras mulheres seguirem o mesmo caminho. 

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“À medida que a gente vai colocando mais mulheres em cadeiras de liderança, a gente vai criando mais referências. E naturalmente mais mulheres vão se inspirando e entendendo que faz parte sim do universo delas e que podem sonhar com isso. A gente tem que formar mulheres para que elas tenham lideranças importantes no alto escalão, em clubes. E à medida que isso vai acontecendo, é natural que o esporte feminino cresça mais”.

“E olhando por uma lógica de patrocínio, a gente tem nas Yaras [seleção brasileira feminina] um produto incrível. É algo que a gente com certeza pode evoluir para um projeto de empoderamento da mulher. O rúgbi tem muitas associações à masculinidade, e a gente dando voz e luz à projeção internacional que as Yaras construíram, com certeza empodera a mulher no esporte e na vida”.

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