Segundo pesquisas do Ibope Repucom, o Brasil tem mais de 3,2 milhões de fãs do rugby, mais de 300 agremiações esportivas e 60 mil atletas e praticantes. Os números não negam que a modalidade vem crescendo muito no país do futebol e, para isso, a Confederação Brasileira de Rugby tem feito um extenso trabalho de desenvolvimento.
“É um esporte que vem em franco crescimento faz muitos anos. Esse crescimento foi alavancado, obviamente, pelo fato de o rugby ser olímpico. Tivemos um crescimento do interesse no rugby muito grande até 2016, e agora, graças a esta etapa, as seleções masculina e feminina vem conseguindo grandes resultados no alto rendimento. A gente continua aumentando o interesse pelo rugby no Brasil”, considerou Agustin Danza, CEO da Confederação Brasileira de Rugby, em entrevista exclusiva ao Olimpíada Todo Dia.
Além de promover cada vez mais grandes eventos, como o último amistoso da seleção brasileira contra os All Blacks Maori, para a captação de novos fãs, a entidade pensa também na expansão das categorias de base, que formarão a próxima geração de atletas brasileiros do rugby.
“O grande desafio que nós temos como Confederação e como comunidade do rugby é conectar esses clubes com as escolas, para poder criar um ecossistema que seja contínuo. Que essas crianças que jogam rugby sem contato nas escolas possam depois continuar em um clube, fazendo amizades e decidindo se querem fazer disso algo mais competitivo na sua vida ou se querem que seja um hobby. Que cada vez mais escolas adotem o esporte, que possam ter o rugby como uma parta da vida deles”, ponderou o CEO.
O recorde de público no amistoso masculino do estádio do Morumbi – 34.541 – mostra que o Brasil está no caminho certo. Quanto ao rugby feminino, a dinâmica da modalidade de sevens é diferente, com jogos mais curtos. Por isso, a realização de grandes amistosos fica difícil, levando o foco aos torneios.
“Em 2014, 2015 e 2016, nós fomos sede de uma das etapas do Circuito Mundial feminino. O Circuito tinha seis etapas no mundo: Londres, Paris, Japão e uma foi São Paulo, durante três anos. Esse foi um grande investimento que fizemos para desenvolver o rugby feminino aqui”, considerou. “A gente está trabalhando muito duro para que elas possam voltar a ser membros permanentes do Circuito Mundial, e esse é o objetivo do ano que vem com elas”, acrescentou.
2019
O calendário do próximo ano conta com torneios importantes para o rugby brasileiro. No masculino XV, acontecerá o Americas Rugby Championship, entre fevereiro e março. O Campeonato Sul-Americano será entre abril e maio. Além disso, a Confederação tem planos para jogos amistosos em junho e novembro.
Para o masculino de sevens, as competições de maior importância serão o Sul-Americano e, caso a vaga seja conquistada, os Jogos Pan-Americanos de Lima. As mulheres já se classificaram para a competição o Peru. Além disso, a seleção feminina jogará a etapa do Canadá de sevens, convidadas, em abril. Dependendo do resultado no Sul-Americano da categoria, saberão se vão para Hong Kong, que será em abril e é justamente o classificatório para ser membro permanente do Circuito Mundial a partir de 2020.
“O desenvolvimento é um trabalho de muito longo prazo, então nós estamos em um caminho hoje. Já tivemos bons resultados este ano e estamos muito otimistas. Agora cabe à nós não deixar a bola cair”, concluiu Agustin.