Um sonho, objetivo de vida e de carreira, a apenas 2.000m de ser alcançado. Essa é a distância de uma prova de remo, exatamente o que falta para Lucas Verthein entrar para a história do esporte. Nesta terça-feira (24), o principal remador do Brasil, único representante do país na modalidade nos Jogos Olímpicos de Tóquio, venceu mais uma e garantiu um lugar na final do Single Skiff no Pan de Santiago. Restam apenas algumas remadas para ele buscar uma inédita medalha de ouro.
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Desde 1987, o Brasil não conquista o ouro no Remo em um Pan-Americano. Porém, na categoria que é a especialidade de Lucas, o Single Skiff, jamais um remador brasileiro subiu ao lugar mais alto do pódio. Medalha de bronze no Pan de 2019, em Lima, no Peru, ele continua focado em elevar a bandeira verde e amarela e colocar o hino brasileiro para tocar nesta quarta-feira (25).
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Caminho de Lucas Verthein
A trajetória de Lucas Verthein nas raias chilenas da Laguna Grande de San Pedro de la Paz, em Concepción, cidade a 434Km de Santiago, começou no sábado (21), quando administrou bem sua prova, venceu a bateria com o tempo de 7min23s12 e avançou direto para as semifinais. Nesta terça, num duelo bem mais técnico e pesado pelo nível dos adversários, ele mostrou por que é um dos melhores remadores das Américas. No fim, vitória espetacular, com os quatro primeiros chegando bem próximos.
Quem deu mais trabalho foi o uruguaio Bruno Berriolo, que passou em primeiro nos 500m iniciais, mas apenas 10 centésimos à frente de Verthein. Na metade da prova, quem passou 16 centésimos à frente foi o brasileiro. A briga seguiria remada a remada até os 2.000m finais, quando Lucas cruzou a linha com o tempo de 7min04s07 e Berriolo, com 7min05s33. Logo depois, o paraguaio Javier Insfran chegou em terceiro (7min07s04) e também se garantiu na final, numa disputa acirrada com o peruano Alvaro Torres (7min07s51), em que praticamente foi preciso o photofinish.
“Hoje procurei ser um pouco mais constante e coeso. Vim junto com o Berriolo até a metade da prova, sem deixar ele desgarrar. Não foi uma prova tão tranquila quanto as eliminatórias, mas já era esperado que seria mais pegado, porque era semifinal, que selecionava os seis melhores, sendo três de cada bateria. De certa forma, cheguei nos últimos 500m com uma passagem forte, mas num ritmo mais tranquilo, remando bem tecnicamente, chegando com energia. Amanhã terei que ser muito inteligente e fazer a melhor prova da minha vida. Essa final está valendo um pedaço da minha história”, disse Verthein.