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Política

COI condena invasão da Rússia na Ucrânia e atletas olímpicos se manifestam

Após invasão da Rússia na Ucrânia, Thomas Bach e COI lembram de Trégua Olímpica. Atletas ucranianos se manifestam em redes sociais contra guerra.

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COI/Greg Martin

O Comitê Olímpico Internacional (COI) emitiu nota na manhã desta quinta-feira “condenando fortemente a violação da Trégua Olímpica pelo governo da Rússia”, após operações militares e invasão do país na vizinha Ucrânia, iniciando uma nova guerra no leste europeu. Thomas Bach, presidente do COI, reiterou seu chamado à paz, mas não citou consequências em caso de guerra.

O COI lembrou em comunicado que Bach mencionou a Trégua Olímpica e importância de todos os países aderirem a ela tanto na Cerimônia de Abertura quanto na Cerimônia de Encerramento dos Jogos Olímpicos de Pequim, pedindo no último domingo (21) que os líderes políticos “se inspirem pelo exemplo de solidariedade e paz” pelos atletas olímpicos.

O COI ainda disse que está muito preocupado pela segurança da Comunidade Olímpica na Ucrânia e estabeleceu uma força tarefa para monitorar de perto a situação e coordenar assistência humanitária quando possível.

A Trégua Olímpica é regida por uma resolução da Organização das Nações Unidas e foi adotada pela Assembleia Geral da ONU em 2 de dezembro de 2021 por consenso de todos os 193 membros. A Trégua Olímpica começou sete dias antes dos Jogos Olímpicos, em 4 de fevereiro e deve acabar sete dias depois dos Jogos Paralímpicos, previstos para acontecer entre 4 e 13 de março. Ainda não há informações sobre potenciais punições ao Comitê Paralímpico Russo ou sobre participação de atletas paralímpicos ucranianos em Pequim.

+ Laguna Olímpico: ‘Paz olímpica’ do COI não passa de uma peça de publicidade

Durante os Jogos Olímpicos de Inverno, o mesmo COI advertiu Vladyslav Heraskevych, atleta ucraniano do skeleton, por ter mostrado às câmeras um cartaz com os dizeres “No War in Ukraine” (Não à guerra na Ucrânia” em inglês), sob o princípio que os locais de competição não deveriam ser locais de manifestação.

Nesta sexta-feira (25), começa a Copa do Mundo de Espada feminina de esgrima em Sochi, na Rússia. As brasileiras Tabea Alves e Lorana Schwantes estão inscritas no evento.

Neste sábado e domingo deverão acontecer as etapas de Ski Cross da Copa do Mundo de Esqui Freestyle em Sunny Valley, um resort que fica em Miass, na região de Tcheliabinsk. Neste fim-de-semana também está programada a oitava etapa da Copa do Mundo de Snowboard em Moscou, capital da Rússia. Ambas as competições são organizadas pela Federação Internacional de Esqui (FIS) que não se posicionou ainda se as competições serão de fato realizadas. O próximo torneio importante a ser realizado na Ucrânia é o Grand Prix de Ginástica Rítmica, programado para Kiev, capital do país invadido.

Manifestação de atletas olímpicos ucranianos nas redes sociais

Nas redes sociais, vários atletas ucranianos já se manifestaram sobre os ataques russos desta quinta. A judoca Daria Bilodid, bicampeã mundial e medalhista de bronze em Tóquio 2020, escreveu no twitter que “acordei hoje às 6h com os ataques em Kiev, não tenho palavras, estou com muito medo e rezando pela minha família e meu país. Rússia começou a nos bombardear, a guerra começou. Por que? Por que arruinar as vidas das pessoas? Rússia e Belarus, parem! Nós queremos paz, nós queremos viver”.

O Comitê Olímpico da Ucrânia postou em sua conta do twitter um apelo de Anna Ryzhykova, medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos de Londres 2012 no revezamento 4x400m rasos: “Ucrânia é meu lar! É um país independente e pacífico! Nós somos os únicos que queremos viver felizes e em paz em nosso país! Ninguém tem o direito de acabar com nossas casas, nossos sonhos, nossa vida… Não à guerra! 🙏”

Zhan Beleniuk, único medalhista de ouro da Ucrânia em Tóquio e que também foi eleito primeiro deputado negro da história do Parlamento Ucraniano, postou uma foto em seu story nesta madrugada em frente ao Parlamento: “O Conselho Supremo da Rússia (Verkhovna Rada) decretou Lei Marcial. Seguiremos!”. Ontem, ele havia comentado que “o pânico é a principal arma que está sendo usada contra nós. A situação é muito difícil, mas está totalmente sob controle das autoridades e do nosso exército. Nós acreditamos em nosso país! Nós acreditamos nas Forças Armadas”.

Interessado em cinema, esporte, estudos queer e viagens. Se juntar tudo isso melhor ainda. Mestrando em Estudos Olímpicos na IOA. Estive em Tóquio 2020.

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