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Política esportiva

O ‘não’ de Calgary para Olimpíada de 2026 é mais um tapa na cara do COI

Cidade canadense rejeita candidatura para os Jogos de Inverno e deixa evidente que o atual modelo de organização dos grandes eventos olímpicos está inviável

O COI (Comitê Olímpico Internacional) obteve uma dura derrota na noite de terça-feira (13). Isso graças ao resultado do plebiscito realizado em Calgary (Canadá). Por ampla maioria, a população rejeitou a candidatura para a Olimpíada de Inverno de 2026.

Apoiadores do “não” protestam durante plebiscito sobre a candidatura de Calgary para a Olimpíada de 2026 (Crédito: reprodução/Twitter)

O “não” da população de Calgary – 56,4% votaram contra a candidatura – pega fundo dentro dos dirigentes do COI porque reforça a sensação de que o mundo não aceita mais o modelo dos megaeventos olímpicos.

A implantação da tal agenda 20+20, projeto do presidente do COI, Thomas Bach, para tornar as Olimpíadas mais “viáveis” economicamente, é um fiasco.

A rejeição canadense via consulta popular (que teve 304 mil votos) foi a nona seguida de uma candidatura olímpica.

Cada vez mais, as cidades vão se dando conta de que receber uma Olimpíada traz mais ônus do que bônus. Ao menos no modelo que vem sendo utilizado, por mais que o COI diga o contrário.

Sede da Olimpíada de Inverno de 1988, Calgary teria que gastar pelo menos US$ 4 bilhões caso fosse escolhida para receber a edição de 2026. Nem a constante visita de membros do COI à cidade canadense nos últimos meses, com intensa campanha a favor da candidatura, deu resultado.

Comitê canadense decepcionado

O comitê olímpico canadense ainda não anunciou a desistência oficial, mas isso é questão de tempo. O comunicado emitido após o resultado do plebiscito deixa claro que eles já dão o caso por encerrado.

O Comitê Olímpico Canadense respeita os resultados do plebiscito de hoje em Calgary, mas estamos desapontados com o resultado. A oportunidade de receber o mundo no Canadá, onde as pessoas podem experimentar o poder de união dos Jogos e dentro da cultura de paz e inclusão de nossa nação, teria oferecido inúmeros benefícios para todos. Esta teria sido uma oportunidade única para os canadenses serem líderes no cumprimento da promessa de uma visão renovada para os Jogos”.

Resta ao COI agora apenas duas candidatas para os Jogos de Inverno de 2026. Uma candidatura conjunta das cidades italianas de Milão e Cortina d’Ampezzo e a outra da sueca Estocolmo.

A candidatura de Estocolmo também não é uma certeza. O governo local não pretende usar dinheiro público para organizar o evento.

A sede da Olimpíada de Inverno de 2026 será decidida pelo COI no dia 24 de junho de 2019, na sede da entidade em Lausanne (SUI).

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