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O risco que a eleição presidencial reserva ao esporte brasileiro

O segundo turno da eleição presidencial, entre Jair Bolsonaro e Fernando Haddad, deixa no ar o temor de que o esporte brasileiro tenha problemas no próximo governo

Quem é vivo sempre aparece, diz o velho ditado.

Após um período sabático, estou de volta ao blog Laguna Olímpico, encerrado o meu vínculo com a “Folha de S.Paulo”. Aproveito também para agradecer a compreensão dos amigos do LANCE!, por manter o blog no ar nestes meses.

E o retorno não poderia ser em melhor ocasião.

Desde o último domingo (7), estão acontecendo em Buenos Aires as competições da terceira edição da Olimpíada da Juventude. Um evento muito bacana e que serve para dar a primeira “experiência olímpica” a uma geração de novos talentos.

Só para relembrar, foi na primeira edição da Olimpíada da Juventude, realizada em 2010, em Cingapura, que despontou um nome que brilharia seis anos depois, na Rio-2016: o campeão olímpico no salto com vara, Thiago Braz.

Mas teremos outras oportunidades para falar dos Jogos da Juventude.

Gostaria de abordar outro fato relevante ocorrido no domingo e que pode ter influência direta no futuro do esporte brasileiro.

Fernando Haddad e Jair Bolsonaro: o que esperar do futuro presidente do Brasil para o esporte olímpico (Crédito: Montagem sobre fotos/divulgação)

 

A definição da disputa do segundo turno da eleição presidencial entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) deixa um grande ponto de interrogação quando o assunto é o esporte, ainda mais em relação ao esporte olímpico.

A série de reportagens feita pelo LANCE!, mostrando o que os programas de governo dos candidatos previa a respeito do esporte, só aumenta essa dúvida.

Após ter somando 46,03% de votos no primeiro turno, Bolsonaro já apontou em declarações a intenção de fazer uma redução no número de ministérios caso seja eleito, enxugando-os para no máximo 15.

Como não respondeu ao LANCE! as propostas específicas sobre o esporte, abre-se a perspectiva de que ele poderia extinguir o Ministério do Esporte ou anexá-lo à outra pasta.

Pela dependência do esporte olímpico brasileiro com diversos programas mantidos pelo Ministério, as consequências poderão ser bastante negativas.

O Ministério do Esporte, por exemplo, cuida da administração do Bolsa Atleta, que contempla apoios para o esporte de alto rendimento, com valores mensais que vão de R$ 370 (atleta de base) a R$ 3.100 (olímpico/paralímpico).

Retomada

O candidato Fernando Haddad, por seu lado, aceitou responder as perguntas enviadas pelo LANCE!

Deixou clara a intenção de retomar o caminho trilhado pelo governo de Dilma Rouseff, afastada do cargo em 2016. Ele pretende, se eleito, recuperar as políticas de incentivo ao esporte e ampliar o uso pela população das arenas olímpicas.

O que ele não responde é com que dinheiro pretende fazer isso. Afinal, o orçamento para 2019 deverá ser menor do que o deste ano.

São muitas dúvidas e temores que ficam para o esporte olímpico brasileiro. A apreensão seguirá no ar até 28 de outubro, data do 2º turno das eleições presidenciais.

 

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