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Judô

Seleção brasileira faz aquecimento pra corrida olímpica

Boa parte dos 19 judocas que vão participar da Taça Internacional Kiyoshi Kobayashi está na disputa por uma vaga nos Jogos Olímpicos, cujo período de classisicação será reaberto no fim de outubro

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Brasileiros voltam a competir após cinco meses (Alexandre Castello Branco/COB)

A seleção brasileira de judô finalmente vai voltar aos tatames depois de meses sem competições. Será um torneio amistoso, a Taça Internacional Kiyoshi Kobayashi, em Portugal, mas tem lá seu valor, já que última vez que os judocas pegaram o quimono para competir foi no final de fevereiro. Mais do que isso, será um aquecimento pra volta do circuito mundial, aí sim valendo, e valendo muito, especialmente na corrida olímpica.

A Taça Internacional Kiyoshi Kobayashi será no sábado (26), em Coimbra, a partir das 5h30 e o OTD disponibiliza transmissão ao vivo. A seleção brasileira vai com atletas que já estão em Portugal, treinando na Missão Europa desde meados de julho.

Vai enfrentar a seleção olímpica local, que deve contar com o meio-pesado Jorge Fonseca, atual campeão mundial, a medalhista olímpica Telma Monteiro (57kg) e as brasileiras que competem pelo país europeu Bárbara Timo (70kg), vice-campeã mundial, e Rochele Nunes (+78kg). Além de representantes da Espanha, Porto Rico e Guiné Bissau.

O Brasil terá alguns dos principais atletas, parte deles em plena corrida olímpica. Entre as mulheres vão Nathália Brígida (48 kg), Eleudis Valentim (5 2kg), Jéssica Pereira (57 kg), Ketleyn Quadros (63 kg), Ellen Santana e Maria Portela (70 kg) e Laislaine Rocha (78 kg).

+ Grand Slam de Tóquio é cancelado por causa do coronavírus

Dentre as ausências, destacam-se Larissa Pimenta (52 kg), Mayra Aguiar (78 kg) e as duas do pesado (+78 kg), Maria Suelen e Bia Ferreira.

Vale dizer que Larissa, Mayra e Bia estão na Missão Europa e devem competir na volta do circuito no Grand Slam de Budapeste, programado para 23 a 25 de outubro, caso ele realmente ocorra. Maria Suelen optou por pemanecer treinando no país, mas deve competir na Hungria, reforço, se o torneio for confirmado.

Corrida Olímpica feminina

Rafaela Silva (57 kg) também será ausência no Kiyoshi Kobayashi e, muito provavelmente, na volta do circuito. Está suspensa por doping. Jéssica Pereira é hoje a representante brasileira na categoria. Ela lutava uma abaixo (52kg), mas mudou os planos após cumprir gancho e ver Larissa Pimenta decolar entre as meio-leves e praticamente garantir vaga nos Jogos Olímpicos.

Sem espaço na corrida olímpica dos 52kg, e com o prazo da seletiva estendido até o fim de maio por conta da pandemia, Jessica pode ver em eventual ausência da Rafa uma possibilidade, ainda que parca, para buscar nos 57kg a vaga em Tóquio-2020. Ela é a única da categoria na Missão Europa.

Jessica voltou a competir em fevereiro desse ano no Grand Slam de Paris, o último torneio antes da parada. Está tá lá atrás no ranking, tem só os 120 pontos conquistados na capital francesa e é a 111ª colocada. Vai somar bastante, caso vá bem nos campeonatos que virão, mas ainda está longe da última que teria a vaga hoje, a chinesa Lu Tongjuan, com 2.030 na 22ª colocação.

Jessica Pereira seleção brasileira de judô Portugal volta competições
Jessica Pereira tenta a sorte na categoria Leve (Gabriela Sabau/IJF/arquivo)

Sem falar que no meio do caminho tem outras três brasileiras, Tamires Crude, Vitoria Andrade e Ketelyn Nascimento, todas fora da zona de classificação olímpica direta.

Vale lembrar duas coisas. Uma é que as vagas diretas nos Jogos Olímpicos vão para as 18 melhores colocadas, sendo uma por país. Há uma reservada para o Japão, país sede e também classificação pelas cotas continentais, que é baseada no ranking mundial de judô. A outra coisa a lembrar é que se a punição da Rafaela permitir a presença nos Jogos, a vaga é dela.

Nathália Brígida e Ketleyn Quadros

Outra atleta de olho na corrida olímpica e que estará no torneio preparatório de Portugal é Nathália Brígida (48kg). Hoje ela está fora das 18 pelo ranking direto e também pela cota continental. Mas tá no meio da briga e vinha crescendo em 2019, após voltar de lesão. No meio do ano se machucou de novo e ficou parada outra vez.

No Brasil, Nathália disputa a vaga olímpica com Gabriela Chibana, atualmente entre as classificadas. A Gabi está na Missão Europa e, apesar de não estar prevista na Taça Internacional Kiyoshi Kobayashi, deve estar quando as competições retornarem de fato.

Judô - Missão Europa ao vivo Portugal
Nathália Brígida perdeu terreno, mas está de volta à corrida olímpica (Alexandre Castello Branco/COB)

Ketleyn Quadros é outra que está brigando na corrida olímpica interna, contra Alexia Castilhos. Hoje a vaga é da Ketleyn, mas a Alexia tá na cola e tem ranking para ir para os Jogos. Em tese, Ketleyn tá dentro, porque tem ranking melhor.

Quando dois atletas de um mesmo país são elegíveis pelo ranking, a decisão de quem vai para a Olimpíada é interna, ou seja, da CBJ (Confederação Brasileira de Judô) no nosso caso. Há a ideia geral de que a confederação optaria pelo ranking mais alto, mas é importante pontuar que não é um critério técnico regulamentar. Na teoria, a CBJ convoca quem ela quiser.

Nas outras categorias femininas, ninguém que vai competir no Taça Internacional Kiyoshi Kobayashi está disputando classificação olímpica. Nos 52kg, a vaga em Tóquio está com Larissa Pimenta, que está na Europa e certamente volta com o circuito. Nos 70kg, Maria Portela também sobra na corrida brasileira do judô, e na até 78kg Laislaine Rocha tá chegando agora, vai pra ganhar experiência.

E os homens?

Entre os homens o destaque fica nos meio-pesados. Rafael Buzacarini, hoje dono da vaga, compete no preparatório em Portugal e deve estar na volta do circuito de judô.

Leonardo Gonçalves, ainda com chances de tomar a classificação olímpica do companheiro, não estará no torneio de Coimbra, mas também deve brigar por pontos quando as competições oficiais forem retomadas.

Os outros que vão competir agora em Portugal são Allan Kuwabara (60kg – do Time Ajinomoto), Felipe Kitadai (60kg), Renan Torres (60kg), Willian Lima (66kg), David Lima (73kg), Eduardo Katsuhiro (73kg), João Pedro Macedo (81kg), Guilherme Schimidt (81kg), Marcelo Gomes (90kg), Thiago Palmini (+100kg) e Rafael Silva “Baby” (+100kg).

Dentre essas outras categorias, há alguma briga nos 60kg e 73kg. No mais leve com Kitadai, mas ele está distante de Eric Takabatake, hoje bem perto da vaga em Tóquio. Nos 73kg, David Lima e Eduardo Katsuhiro estão próximos, mas só o segundo teria vaga, e pelas cotas continentais.

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Nos pesados, a vaga olímpica está entre Rafael Silva e David Moura. Só o Rafael luta em Coimbra, já que David Moura não foi para a Missão Europa. Mas ambos devem disputar acirradamente na volta das competições do circuito.

Nos 66kg, a vaga nos Jogos Olímpicos no judô deve ficar com Daniel Cargnin, outro que não luta em Coimbra. Nos 81kg, só Eduardo Yudy tem chance e ele não está em Portugal, mesmo cenário dos 90kg, mas com Rafael Macedo. Ambos devem voltar com assim que as competições também retornarem.

Jornalista com mais de 20 anos de profissão, mais da metade deles na área de esportes. Está no OTD desde 2019 e, por ele, já cobriu 'in loco' os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, os Olímpicos de Paris, além dos Jogos Pan-Americanos de Lima e de Santiago

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