A seleção brasileira está em Tóquio desde quarta-feira (14) se preparando para o Mundial de judô. Além de brigar por medalhas, o Brasil aproveita o campeonato para colocar em prática seu planejamento de aclimatação visando os Jogos Olímpicos do ano que vem que também serão na capital japonesa.
Dentre as mariores dificuldades está a adequação ao fuso horário, que impacta não apenas no sono mas também na alimentação. Outra questão é o calor de 32º C aliado à alta umidade relativa do ar, que aumentam o desgaste físico durante uma sessão de treinos da seleção brasileira para o mundial de judô.
“A aclimatação é um processo de adaptação do organismo. É o período de resposta do corpo a essa diferença de ambiente até que ele se sinta equilibrado novamente”, explica o médico Rodrigo Rodarte, que acompanha os judocas na concentração em Hamamatsu até o início do Mundial, marcado domingo (25) no Japão, noite de sábado (24) no Brasil. “Existem alguns fatores externos que contribuem para uma melhor adaptação, que são a prática de atividade física, a ingestão de alguns alimentos, uma boa hidratação e o respeito aos horários naturais de luz e noite.”
Ver essa foto no Instagram
Tá pago, @mariaportela @ketleynquadros @wagnerzaccani ? ✅ 🇧🇷🥋 #JudoWorlds 💥
O maior vilão da aclimatação é a diferença de fuso horário, uma vez que Tóquio está 12 horas à frente do horário de Brasília. As orientações são evitar bebidas estimulantes, como café e chá verde; resistir à soneca da tarde e ingerir alimentos como banana, rica em triptofano que melhora a qualidade do sono; ovo, rico em vitamina B12 que tem papel na regulação do ritmo circadiano; e frutas oleaginosas, que favorecem o relaxamento muscular.
Alimentação
Uma das principais medidas para facilitar a adaptação da seleção brasileira para o Mundial de judô foi o ajuste no cardápio das refeições servidas no hotel da delegação. No café da manhã, além das opções da culinária local, há opções como pães, queijo branco, mel e granola. No almoço e no jantar, o cheirinho de feijão temperado na hora, a farofa e um cardápio todo adaptado à cultura brasileira também colaboram.
“Nós ensinamos o chefe do restaurante do hotel a fazer feijão e farofa. Apesar de alguns atletas estarem muito habituados à culinária japonesa, temos também aqueles que não comem de jeito nenhum. Como é um período longo de concentração é importante trazermos um pouco do Brasil para a dieta dos atletas”, pondera a nutriocinista da CBJ, Roberta Lima, que também acompanha a equipe no Japão.