Saiu a lista de convocados da seleção brasileira de judô para o Pan Americano de Lima. Os principais nomes, confirmados nesta segunda (27), são Mayra Aguiar, Rafaela Silva, Rafael Silva e Nathália Brígida e eles vão capitanear um time cheio atletas jovens que, além de competir, vão a Lima ganhar experiência neste tipo de competição.
Os estreantes são Larissa Pimenta (52kg), Alexia Castilhos (63kg), Ellen Santana (70kg), Beatriz Souza (+78kg), Renan Torres (60kg), Daniel Cargnin (66kg), Jefferson Santos (73kg), Eduardo Yudi (81kg), Rafael Macedo (90kg) e Leonardo Gonçalves (100kg). Mayra compete nos 78kg e Rafaela, nos 57kg. Rafael Silva luta nos +100kg e Nathália Brígida é da categoria até 48kg.
A média de idade do time completo é de 23,7 anos. Se contar apenas os 10 estreantes, cai para 21,8. O mais velho é o Rafael Silva, o único com mais de 30 anos (32). Rafaela e Mayra têm 27, e Nathália, 26. Os mais novos têm 20 anos: Larissa Pimenta, Renan Torres e Jefferson Santos.
Dos novos nomes, Larissa Pimenta é a que mais se destaca, apesar de estar no primeiro ano com a seleção adulta. Em nove torneios desde janeiro, foi sete vezes ao pódio vencendo os três contineitais que participou. O resultado de maior expressão foi o bronze no Grand Slam de Baku, no dia 10.
Em relação à seleção que foi para Toronto 2015, só Mayra, Rafaela e Nathália vão para a edição de Lima.
“Jogos são uma coisa diferente, uma atividade multidesportiva. Tem a vila, almoço dentro da vila com convivência com atletas de outras modalidades, grandes ídolos, e isso mexe muito com o atleta”, explica Ney Wilson, gestor de Alto Rendimento da Confederação Brasileira de Judô. “Essa experiência é importante porque a briga pela vaga olímpica está aí e dar experiência para essa garotada sempre será importante”, completou, durante apresentação da lista de convocados.
O judoca Flávio Canto, que apresentou os convocados ao lado de Ney Wilson, acrescentou: “é uma grande experiência para quem quer ir a uma Olimpíada. Tem a vila pan-americana, a energia é diferente, a pressão é maior, você tem muito mais imprensa em cima e, para quem não está acostumado, é uma experiência fundamental”, complementou o ex-atleta, que tem em seu currículo quatro participações em Pans e duas em Jogos Olímpicos.
Apesar de já serem multicampeãs, Rafaela Silva e Mayra Aguiar nunca foram ouro em um Pan-Americano. Mayra tem duas pratas e um bronze e Rafaela uma prata e um bronze. Nathália Brígida tem um bronze e Rafael Silva uma prata.
Complicadores
A lista final foi definida após as disputas do Campeonato Pan-Americano e da Copa Pan-Americana de Judô de 2018 e 2019, eventos que distribuíram pontos classificatório para os Jogos.
“A grade dificuldade de formar essa equpe é que tinha um ranking paralelo, um ranking Pan-Americano. E esse ranking Pan-Americano é diferente do ranking olímpico, é diferente do ranking mundial. E os eventos no ranking Pan Americano nem todos contam ponto para o Ranking Olímpico”, explicou Ney Wilson.
“A equipe é jovem, mas já tem rodagem. É, praticamente, a base da seleção que vai ao Campeonato Mundial e da que foi ao Campeonato Pan-Americano Sênior deste ano”, completou o gestor.
Pan-Americano encavala no Mundial
Além do ranking, o calendário do Pan-Americano este ano foi um complicador na definição do time, pois ele encavala com a preparação para o Mundial de Tóquio, que vai de 25 a 31 de agosto. O calendário do judô no Pan vai de seis a 11 de agosto, e os atletas que disputarão o mundial vão direto de Lima para a capital japonesa. Ou seja, devem ficar cerca de um mês fora.
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Por conta disso Ney Wilson explica que foi dada aos atletas a opção de não ir ao Pan para focar somente no Mundial. Os pesados David Moura e Maria Suelen Altheman, além da médio Maria Portela optaram por não ir.