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Judô

Dois mundiais em 27 dias, tríplice coroa e sombra sobre Japão

Esse é o cartão de visitas de Daria Bilodid, “apenas” uma garota ucraniana de 18 anos com menos de 50 quilos.

Daria Bilodid jogos olímpicos tóquio judô
Sabau Gabriela / IJF

Dois títulos mundiais em menos de um mês, tríplice coroa, aproveitamento de 96% nas lutas e, como se fosse pouco, atual grande pesadelo do Japão nos tatamis do planeta. Esse é o cartão de visitas de Daria Bilodid, “apenas” uma garota ucraniana de 18 anos com menos de 50 quilos.

Daria Bilodid vem sendo um dos grandes nomes do judô, senão o principal, nos últimos tempos. No último dia 15 venceu o Mundial Júnior nas Bahamas jogando de ippon quatro de cinco adversárias. Exatos 27 dias antes tornara-se a mais jovem campeã mundial adulta derrotando mais quatro, de seis, com o golpe perfeito. Ambas as conquistas somadas ao Mundial Cadete de 2015 valeram a chamada Tríplice Coroa.

Desde fevereiro de 2015, quando começam os registros da ucraniana na Federação Internacional de Judô, ela disputou 23 torneios, chegando a 22 pódios. Disputou 21 finais e venceu 19. No total, foram 98 lutas e somente quatro derrotas, nenhuma para japonesas. Contra as asiáticas já são sete vitórias seguidas.

É importante esclarecer para um mais desavisado que os japoneses, além de serem os criadores do esporte, têm desde sempre, especialmente entre as mulheres mais leves, uma dominância (quase) completa nos torneios pelo mundo. Adulto ou júnior. Para se ter uma ideia, nos dois mundiais deste ano as japonesas venceram todas até os 57 quilos, exceto na até 48 quilos, categoria de Bilodid. A mesma situação se reflete no ranking mundial.

Falta apenas tirar a pedra ucraniana do sapato, e a missão até agora ficou com Funa Tonaki. Por enquanto, são três derrotas, todas em 2018, sendo duas via ippon pelo poderoso O-uchi-gari de Bilodid. A última valeu o mundial adulto. Na única vez que a ucraniana deu brecha ao cair nas oitavas do Mundial do ano passado, Tonaki aproveitou e levou o título. A japonesa ocupa a segunda colocação no ranking.

 

 

A partir de agora Bilodid passa a usar a cor vermelha em seu nome na parte de tras do judogui durante as disputas. Quando questionada sobre isso, abriu um sorriso quase infantil e, tímida, disparou: “não consigo acreditar, é muito, muito legal”.

Jornalista com mais de 20 anos de profissão, mais da metade deles na área de esportes. Está no OTD desde 2019 e, por ele, já cobriu 'in loco' os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio, os Olímpicos de Paris, além dos Jogos Pan-Americanos de Lima e de Santiago

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