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Pequim 2022

Mensagem pela vida vira apelo pela paz nas Paralimpíadas de Inverno

“Florescer da vida” na Cerimônia de Abertura dos Jogos Paralímpicos de Inverno de Pequim 2022 vira apelo de paz em meio a guerra na Europa

Cerimônia de Abertura Paralimpíadas de Inverno Pequim 2022
Li Duan foi o responsável por posicionar a tocha com o fogo paralímpico no floco de neve que representa a pira (Ale Cabral/CPB)

Um dos temas da Cerimônia de Abertura das Paralimpíadas de Inverno de Pequim 2022 era o “florescer da vida”. Por conta do contexto global, se transformou em uma grande mensagem de paz no evento. A celebração aconteceu na manhã dessa sexta-feira, 4 de março, no horário brasileiro (período da noite na China).

Evidentemente, o motivo para esse apelo é a guerra iniciada pela invasão da Rússia no território da Ucrânia há alguns dias. Como consequência esportiva, os atletas russos foram suspensos pelo Comitê Paralímpico Internacional na quinta-feira, 3 de março, e não podem competir. A delegação de Belarus também sofreu essa punição.

“Aqui em Pequim, 46 países competirão entre si e não contra si. Pelo esporte trazemos valores de paz. O movimento paralímpico convida as autoridades a se reunirem entre si também. O mundo precisa de compartilhamento e não de divisão”, afirmou o brasileiro Andrew Parsons, presidente do IPC.

A própria entidade, contudo, mudou seu posicionamento em relação às sanções impostas para Rússia e Belarus. Inicialmente, os atletas dos dois países poderiam competir como independentes, sem hino ou bandeira. Entretanto, pressão internacional do Ocidente fez o IPC endurecer a medida nas Paralimpíadas de Inverno de Pequim 2022.

O Comitê Paralímpico Russo, cotado para ser uma das delegações mais vitoriosas nesta edição, anunciou que não tomará medidas contra a exclusão e seus atletas deixarão a Vila Paralímpica nos próximos dias. Isso abre possibilidades de bons resultados para o time brasileiro de paraesqui cross-country, com boas chances de disputa de medalha.

Ucrânia desperta aplausos de presentes nas Paralimpíadas de Inverno 

Com o apelo pela paz latente em qualquer protocolo da Cerimônia de Abertura, um dos pontos mais esperados era a entrada da delegação da Ucrânia. O país, que confirmou sua participação apenas na véspera do evento, foi o quarto país a entrar no desfile das nações e teve Maksym Yarovi, do paraesqui nórdico, como porta-bandeira.

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A entrada dos atletas ucranianos recebeu aplausos do público presente e muitos não conseguiram conter a emoção de desfilar com a bandeira do país nas Paralimpíadas de Inverno de Pequim 2022. Por motivos óbvios, apenas a delegação chinesa despertou maior empolgação das pessoas no estádio.

A delegação do Brasil entrou logo na sequência. Cristian Ribera e Aline Rocha, os dois principais nomes da equipe de paraesqui cross-country, foram os porta-bandeiras. Por motivos de segurança e prevenção contra covid-19, os demais atletas não estiveram presentes no desfile.

Cerimônia repete “simplicidade” do evento olímpico

Da mesma forma que nos Jogos Olímpicos, a Cerimônia de Abertura manteve a simplicidade e o minimalismo na estética. No lugar de grandes espetáculos com grande número de elementos e pessoas envolvidas, os espectadores puderam acompanhar poucos (mas tocantes) apresentações.

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O momento mais aguardado da abertura das Paralimpíadas de Inverno de Pequim 2022 foi similar ao da cerimônia olímpica. Não houve pira para destacar a chama paralímpica. A tocha paralímpica que encerrou o revezamento foi usada para representar o fogo simbólico num enorme floco de neve feito com as placas que apresentaram os países participantes.

Além de todos os ritos, como hino e hasteamento da bandeira da China e do Movimento Paralímpico, destaque para as apresentações que valorizavam a vida. As mensagens destacavam que a mudança começa pelo esporte e da necessidade de mudar a forma como o mundo observa as pessoas com deficiência.

Brasil Abertura Paralimpíadas de Inverno Pequim 2022
Brasil desfila na Cerimônia de Abertura dos Jogos Paralímpicos de Inverno de Pequim 2022 (Ale Cabral/CPB)

Competição começa do dia 4 para o dia 5 no Brasil

Diferentemente dos Jogos Olímpicos, em que diversas competições começam antes da Cerimônia de Abertura por conta do calendário apertado, nos Jogos Paralímpicos a celebração realmente representa o início da disputa. As primeiras provas das Paralimpíadas de Inverno acontecem na madrugada do dia 4 para o dia 5 de março no horário brasileiro.

Entretanto, nenhuma prova com presença do Brasil. No primeiro dia são seis disputas de medalhas no Downhill do Paraesqui alpino e mais seis no Sprint do Parabiatlo. Cada esporte possui três categorias distintas (sitting, para cadeirantes, standing, para amputados nos membros superiores, e visually impaired, para deficientes visuais) nos dois gêneros.

A equipe brasileira estreia no segundo dia, na madrugada de 5 para 6 de março. A partir das 23h, Cristian Ribera, Robelson Lula, Wesley dos Santos e Guilherme Rocha competem na longa distância do paraesqui cross-country na categoria sitting. Posteriormente, às 0h50, é a vez de Aline Rocha competir na modalidade. Já a partir das 0h tem as classificatórias do Parasnowboard Cross com André Barbieri na categoria LL1 (amputados nos membros inferiores acima do joelho).

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