Guia do parasnowboard nos Jogos Paralímpicos de Inverno
O parasnowboard é o caçula dos Jogos Paralímpicos de Inverno: sua primeira participação foi na edição de Sochi, em 2014, e ainda fazia parte do calendário do paraesqui alpino. Desde então o esporte evoluiu no programa paralímpico, com novas classificações e a realização do primeiro Mundial, em 2015. Ele é praticado por homens e mulheres com amputação nos membros superiores ou inferiores.
Nos Jogos Paralímpicos, trata-se de um esporte de velocidade. Os atletas devem realizar um percurso que combina saltos ou gates (portões) no menor tempo possível para avançarem de fase até à final e à disputa por medalhas.
As disputas
São apenas duas provas no programa paralímpico. O Cross é semelhante ao formato dos Jogos Olímpicos. Na classificatória, o atleta faz a tomada de tempo numa pista com saltos e obstáculos. A partir daí, os classificados disputam baterias de quatro competidores até a final.
Além disso, o parasnowboard tem a prova de Banked Slalom. Nela, o competidor faz três descidas em uma pista com gates (portões), que precisam ser contornados. O menor tempo entre as três descidas é o vencedor.
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Local de competição
As duas provas dos Jogos Paralímpicos de Inverno Pequim 2022 acontecem na estrutura do Genting Snow Park, um resort já existente que foi reformado para receber as disputas. A primeira disputa vai ser a classificatória do Cross a partir da meia-noite do dia 5 para o dia 6 de março.
As categorias
São três categorias distintas para disputa de medalhas nos Jogos Paralímpicos de Inverno. A classificação UL (Upper Limb) é para atletas com amputação nos membros superiores (braços e antebraços), o que afeta o equilíbrio.
Para competidores com amputação nos membros inferiores, há duas categorias LL (lower limb) no parasnowboard. A LL1 envolve aqueles com amputação acima do joelho ou deficiência nas duas pernas. Já a LL2 é para quem possui amputação abaixo do joelho em uma perna.
Fique de Olho!
Os países que se destacam nas provas do Snowboard em Jogos Olímpicos mantêm o domínio na versão paralímpica. Estados Unidos, Canadá e França costumam ter os principais medalhistas na disputa. Na categoria dos brasileiros, destaque para o estadunidense Mike Schultz, o canadense Tyler Turner e o neerlandês Chris Vos.
O Brasil no Parasnowboard
Foi graças a um atleta no parasnowboard que o Brasil começou seu projeto paralímpico de inverno. Em 2012, André Cintra mobilizou a Confederação Brasileira de Desportos na Neve (CBDN) para participar de uma prova de snowboard na temporada sul-americana de inverno. Graças a sua dedicação e empenho, a entidade estabeleceu parceria com o Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).
André Cintra não só esteve presente nos Jogos Paralímpicos de Sochi, em 2014, como também alcançou o Top 10 nas duas provas na edição de PyeongChang, em 2018. Ele ainda conquistou uma medalha de bronze em uma etapa da Copa do Mundo da modalidade em 2015 – a primeira medalha do Brasil em uma prova de elite no esporte de inverno.
Neste ciclo, o Brasil teve dois atletas: José Lima e André Barbieri. Este último alcançou os melhores resultados, incluindo uma prata e um bronze na última etapa da Copa do Mundo antes dos Jogos Paralímpicos de Pequim e vai ser o representante do Brasil na modalidade.