Primeira brasileira a disputar Jogos Paralímpicos de Inverno, a paranaense Aline Rocha afirmou que evoluiu 1000% entre os Jogos Paralímpicos de Inverno PyeongChang-2018 e os Jogos de Pequim-2022. Atleta da modalidade esqui cross-country, ela faz parte da lista dos seis esportistas brasileiros convocados para o evento na capital chinesa, que ocorrerá entre os dias 4 e 13 de março.
Única mulher entre os atletas que representarão o Brasil na China, Aline Rocha também foi a primeira esportista feminina do país a competir em uma edição dos Jogos Paralimpícos de Inverno, há quatro anos. Antes, em 2016, a paranaense também participou dos Jogos Paralimpícos Rio 2016 e competiu em corridas de cadeira de rodas: 1.500 m e maratona.
Além de mais madura, segundo sua própria análise, Aline Rocha também pôde treinar por um período maior na neve. Tal preparação rendeu bons frutos: no final do último mês de janeiro, a atleta conquistou duas medalhas de bronze na Copa do Mundo de esqui cross-country, disputada em Ostersund, na Suécia.
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A brasileira foi a terceira colocada na prova rápida (sprint), após quebrar o recorde brasileiro e terminar em primeiro lugar na qualificatória. Na decisão, Aline, que encerrou o percurso em 3min17s26, acabou sendo superada pelas norte-americanas Oksana Masters (3min06s08) e Kendall Gretsch (3min08s91), ouro e prata respectivamente.
Já na prova de média distância (7,5 km), a paranaense encerrou o trajeto em 28min00s8, ficando atrás apenas de Oksana, que também conquistou o ouro nessa disputa, e de Marta Zainullina, do Comitê Paralímpico Russo. A norte-americana completou o percurso em 25min34s6, enquanto Marta registrou o tempo de 27min21s8.
Em reta final de preparação para os Jogos de Pequim, Aline Rocha falou sobre suas expectativas para a competição e como foi a sua evolução dentro do ciclo paralímpico. A delegação está na Itália e chega à capital chinesa na próxima sexta-feira, 25.
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Como tem sido sua rotina de treinamentos?
Este tem sido meu maior período na neve. Viajei em novembro para os EUA, passei pela Finlândia, Suécia, Noruega e, agora, estou na Itália, onde estamos fazendo a preparação final antes de embarcar para a China.
Os treinos aqui são na neve (rodagem, treinos de velocidade, força e subida); academia, onde trabalho potência; e, no apartamento, faço treinos de pliometria (saltos) e funcional. Às vezes, posso ter os dois períodos de treino na neve, ou então, de manhã fazer algo academia e, à tarde, na neve. Depende da programação do meu técnico.
E como foram os bronzes na Copa do Mundo? Foram resultados esperados? O nível da Copa do Mundo é o mesmo dos Jogos?
Sabia que seria possível uma medalha na Copa do Mundo, mas não esperava fazer o melhor tempo na qualificatórias do sprint. Foi uma surpresa. O nível da Copa do Mundo não é o mesmo dos Jogos porque, em uma etapa, havia atletas de alguns países que não estavam em outra. Além disso, as atletas estavam em estágios diferentes de preparação. Umas mais fortes do que as outras. Nos Jogos, todas devem estar 100%, mas podemos ter surpresas.
E o que espera do seu desempenho nos Jogos de Pequim?
A Aline que esteve em Pyeongchang e a Aline que vai estar em Pequim são completamente diferentes. Evolui 1000% nesse ciclo. E estar tanto tempo na neve foi espetacular, fez muita diferença. Sei que irei fazer ótimas provas, sendo que a minha melhor prova tem sido a de maior distância. Minha meta é um top 5.
Neste período, enquanto não está treinando, o que faz para relaxar?
Geralmente, fico assistindo a filmes e séries, lendo livros e jogamos UNO quase todos os dias. Também montamos um quebra-cabeça de mil peças. Por causa da piora dos casos de Covid-19, temos evitado sair para passeios. Agora, nesta reta final, o cuidado é redobrado. Estamos a poucos dias de embarcamos para a China.