Era um objetivo antigo do quarteto do Bobsled brasileiro. Mas como todos os sonhos, um dia ele se tornaria realidade. Pela primeira vez na história, o país alcançou o Top 20 no esporte em Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim 2022. A conquista foi confirmada na madrugada desse domingo, no horário brasileiro em prova que teve dobradinha no pódio para a favorita Alemanha com ouro e prata e bronze para o Canadá.
Após quatro descidas, o Brasil terminou na 20ª colocação com 3min58seg48. Essa foi a primeira participação do trenó nacional na última bateria, que reúne apenas os 20 melhores times da competição. O ouro foi do alemão Francesco Friedrich, que obteve 3min54seg30.
+Guia dos Jogos Olímpicos de Pequim-2022
+Agenda dos Jogos Olímpicos de Pequim-2022
+Todas as notícias sobre Pequim-2022
+Resumo do dia nos Jogos Olímpicos de Pequim-2022
A terceira descida do quarteto do Bobsled do Brasil não foi tão boa quanto as duas realizadas no primeiro dia. Foi apenas a 23ª marca da bateria. Entretanto, se não foi possível ultrapassar quem estava à frente, a vantagem adquirida foi suficiente para não ter a vaga ameaçada pelos demais competidores.
“É como uma semente, você planta, rega, rega, rega e depois surgem os frutos. Hoje o fruto está aí, com o Top 20”, sintetizou Edson Martins, um dos integrantes mais experientes da equipe e presente em sua terceira edição olímpica.
Dificuldades e tragédia marcam ciclo olímpico brasileiro
O time que conseguiu o feito histórico é formado por Edson Bindilatti, Edson Martins, Rafael Souza, Erick Vianna e o reserva Jefferson Sabino. Contudo, o resultado obtido em Pequim 2022 é fruto de um ciclo bem difícil, que misturou tragédia, pandemia de covid-19 e dificuldade com equipamentos.
+ SIGA O OTD NO YOUTUBE, TWITTER, INSTAGRAM, TIK TOK E FACEBOOK
A começar pelo piloto. Marley Linhares seria o titular do quarteto do Bobsled neste ciclo, mas problemas pessoais o fizeram se afastar do time após duas temporadas. Com a pandemia em 2020, o Brasil foi um dos poucos países que não competiu e nem treinou na modalidade durante a temporada 2020/2021 por conta das fronteiras fechadas.
Além disso, a trágica morte de Odirlei Pessoni, integrante da equipe, em um acidente de moto em março de 2021 também abalou a preparação. “Eu estava na posição que era do Odirlei e ele sempre foi quem nos motivava, falava ‘vamos, vamos, vamos’ nas dificuldades. Lembramos dele para fazer essa quarta descida e conseguir esse resultado”, afirma Rafael Souza.
Edson Bindilatti tem despedida perfeita
A inédita 20ª colocação do Brasil nos Jogos Olímpicos de Pequim 2022 também tem um significado especial para um atleta. O piloto Edson Bindilatti conseguiu o fim de carreira perfeito. Após duas décadas de dedicação ao esporte, ele encerra sua trajetória nas pistas de gelo e pode celebrar a conquista desse feito histórico.
Bindilatti começou como um dos pushers do quarteto do bobsled no início dos anos 2000 e integrou a equipe que estreou em Olimpíadas, em 2002. Na edição seguinte, ele continuou no trenó e assumiu a pilotagem a partir de 2007. Vivenciou o crescimento do esporte, com todas as conquistas e desafios ao longo dos anos.
“Antes de começar a quarta descida, estava indo para o bloco da partida, e todo mundo batendo palmas por ser minha última Olimpíada. Segurei a emoção para a quarta descida, mas depois que passou não consegui segurar. Foi lindo. Aos 42 anos, no alto rendimento e chegar na final, mostra que se você tem dedicação, você consegue alcançar”, comentou.
Desempenho coroa ‘escadinha’ do quarteto do Bobsled
Essa foi a quinta participação olímpica do Brasil no Bobsled 4-men e o país confirma, mais uma vez, sua evolução na modalidade. A “escada” de resultados, principalmente após a retomada do esporte a partir de 2013, evidencia esse avanço.
Na sua estreia olímpico, o quarteto do bobsled brasileiro foi o 27º colocado na edição de Salt Lake City, em 2002. Quatro anos depois, em Turim, o conjunto foi 25º – mas apenas 25 trenós participaram daquela edição. Em 2010, nos Jogos de Vancouver, a primeira decepção: o país não conseguiu a vaga.
Após passar por uma crise administrativa, a CBDG retomou o esporte em 2013. Conseguiu a vaga para Sochi, em 2014, e o 4-men foi 26º. Nos Jogos de 2018, em PyeongChang, a expectativa era grande pelo Top 20, mas o time terminou em 23º. Agora, mais experientes, os atletas finalmente alcançaram o grande sonho.
O Olimpíada Todo Dia viajou na segurança da Coris, nosso SEGURO VIAGEM OFICIAL
[show-logos orderby=’none’ category=’pequim-2022′ activeurl=’same’ style=’none’ interface=’grid6′ tooltip=’false’ description=’true’ limit=’0′ padding=’0′ filter=’false’ class=’grid-guia’ ]