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Pequim 2022

Vivência inédita marca despedida do esqui cross-country feminino

Jaqueline Mourão e Eduarda Ribera não conseguem completar prova por equipes do Sprint e encerram participação em Pequim 2022

Esqui cross-country feminino Sprint por equipes
Eduarda Ribera e Jaqueline Mourão representaram o Brasil no Sprint Clássico por equipes em Pequim 2022 (Leonardo Hirao/COB)

(Pequim) Nem mesmo a tristeza de não completar a última prova nos Jogos Olímpicos de Pequim 2022 diminuiu a tristeza. As representantes do esqui cross-country feminino do Brasil saem da competição com a cabeça erguida e a sensação de missão cumprida. Ainda mais depois de viver experiências inéditas nesta edição.

A última prova de Jaqueline Mourão e Eduarda Ribera foram em conjunto. Elas representaram o país na disputa por equipes no Sprint Clássico. Essa foi a primeira vez que o Brasil participou de uma prova coletiva na modalidade em Jogos Olímpicos. Infelizmente, tomaram uma volta no segundo trecho da Eduarda e foram eliminadas.

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O esqui cross-country feminino do Brasil completou a primeira passagem na 12ª posição, com 9min00seg1 na segunda semifinal, à frente de Grécia e Lituânia. Na segunda passagem, Jaqueline entregou para Eduarda em 13º, mas a brasileira tomou volta das líderes e foi eliminada. Mesmo assim, Brasil manteve a 12ª posição de seu grupo.

“Eu e Duda demos tudo o que a gente tinha. O que foi legal que a gente teve três países que estávamos competindo e ficamos à frete da Grécia e Lituânia. Fizemos história mais uma vez. Foi uma ótima experiência para mim como atleta, também como aprendizado por equipes”, explicou Jaqueline Mourão.

Pequim 2022 é passagem de bastão para esqui cross-country feminino

Ter duas atletas mulheres representando o país nos Jogos Olímpicos de Inverno também representou uma simbologia importante. Uma espécie de passagem de bastão entre as gerações, com a experiente Jaqueline Mourão, 46 anos, compartilhando experiências ao lado de Eduarda Ribera, 17.

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Dessa forma, o esqui cross-country feminino mostra que possui um futuro consolidado, com o surgimento de uma nova geração de atletas, lideradas por Duda e até Bruna Moura. Ela, aliás, seria a parceira de Jaqueline nos Jogos Olímpicos de Pequim 2022, mas um grave acidente automobilístico nos últimos dias antes do embarque impediu sua participação.

“Espero que todos os meninas e meninos sigam nosso exemplo, que não percam o sonho e aproveitem as oportunidades. Estou grata por ter feito essas competições e brigado até o final”, afirmou Duda ao fim da prova.

Equipe feminina conquista bons resultados

Jaqueline Mourão e Eduarda Ribera chegaram a Pequim com objetivos distintos – e se despedem dos Jogos Olímpicos com o dever cumprido. Ainda que elas não tenham completado a prova por equipes, nas disputas individuais atingiram as metas propostas.

Jaqueline Mourão, por exemplo, estabeleceu a melhor marca do esqui cross-country feminino do Brasil no estilo clássico. Superou sua antiga marca que já durava mais de 16 anos. “Fica essa lição de sempre acreditar, de que é possível e nunca deixar que padrões da sociedade te parem, de acreditar naquilo que está dentro do seu coração”, comentou.

Por outro lado, Eduarda Ribera conseguiu completar as duas provas, mesmo num ritmo em que não estava acostumada. “Estar aqui entre as melhores do mundo é a melhor experiência da minha vida. Eu não acreditei que chegaria nesse nível e espero melhorar muito”, comentou.

E para 2026?

Com o fim dos Jogos Olímpicos de Pequim 2022, a preparação do esqui cross-country feminino já visualiza daqui quatro anos. Posteriormente, Milão e Cortina d’Ampezzo, na Itália, receberão a próxima edição olímpica de inverno. Será que as atletas já pensam nisso?

“Com certeza já penso sim”, sintetizou Eduarda. “Quero acreditar em todas as provas, acreditar em mim e brigar pela frente para o que der e vier”.

Do alto de seus 46 anos, Jaqueline mantém o planejamento que vem dando certo. “Quero ir de ano a ano. Acredito que posso contribuir com minha experiência para ajudar, tanto nos bastidores quanto nas competições, para que a gente consiga mais experiência”, concluiu.

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Pódio

O sprint clássico por equipes feminino do esqui cross-country teve vitória da Alemanha. Katharina Hennig e Victoria Carl fizeram o tempo de 22min9s85 e garantiram o ouro olímpico.

A Suécia foi prata com Maja Dahlqvist e Jonna Sundling, enquanto o Comitê Olímpico Russo ganhou o bronze com Yulia Stupak e Natalia Neprayeva.

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