No esporte, o limiar de sucesso e decepção é bem pequeno. Praticamente do tamanho de um portão no Esqui Alpino. O brasileiro Michel Macedo vivenciou isso na disputa do Slalom nos Jogos Olímpicos de Pequim 2022. Após uma boa primeira descida, ele não conseguiu completar a segunda e ficou fora da classificação final.
Na primeira parte da prova, o atleta do Time Brasil foi o 37º, com 59seg88. Entretanto, abandonos de atletas à frente dele na segunda descida colocaram um Top 30 como um resultado possível. Seria a melhor posição da história do país no esporte em Jogos Olímpicos. Infelizmente, ele perdeu logo o quarto portão.
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“Eu saí da largada e não consegui entrar no meu ritmo. Na terceira porta meu esqui derrapou e não consegui fazer a quarta porta. Foi bem desapontador porque nem consegui esquiar a segunda manga. Tinha mais confiança, mas é assim que acontece nesse esporte”, explicou Michel Macedo.
A medalha de ouro também foi surpreendente. Sexto colocado na primeira descida, o francês Clement Noël fez uma segunda parte impecável e venceu com o tempo combinado de 1min44seg09. O austríaco Johannes Strolz ficou com a prata e o norueguês Sebastian Foss-Solevaag foi bronze.
Michel Macedo superou covid-19 para largar
A participação do atleta brasileiro no Slalom estava ameaçada. Até um dia antes da prova ele não sabia se poderia competir pelo diagnóstico positivo de covid-19 assim que desembarcou na China, no dia 8. Desde então, ficou em isolamento e perdeu a prova de Slalom Gigante no dia 13.
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Segundo colocado do ranking nacional, Valentino Caputi chegou a ser convocado para ir à Pequim e ficou de sobreaviso. Contudo, mesmo sem apresentar os dois testes negativos obrigatórios, Michel Macedo foi liberado para participar da prova. Para isso, precisou seguir algumas restrições, como isolamento dos demais atletas em ambientes comuns.
“Obviamente fiquei desapontado com o resultado, mas no geral estou feliz de ter conseguido a oportunidade de competir depois dessa confusão toda por conta da covid-19. Agora é tirar o que eu posso dessa prova, pensar positivo, sabendo que posso esquiar bem”, prosseguiu.
Após decepções olímpicas, atleta não descarta Jogos de 2026
Essa foi a segunda participação olímpica do atleta brasileiro. Contudo, das seis provas que conseguiu a classificação, não completou nenhuma delas entre os Jogos de PyeongChang 2018 e Pequim 2022. Em três ele sequer largou. Nas outras três não completou a prova.
Se neste ano Michel Macedo teve que lidar com o coronavírus, há quatro anos sofreu com uma lesão logo na primeira semana dos Jogos Olímpicos. Na ocasião, ele disputaria quatro provas, mas precisou abrir mão das corridas de velocidade (Downhill e Super G) e não conseguiu completar as categorias técnicas (Slalom e Slalom Gigante).
“Minhas duas participações foram difíceis, então vou continuar ralando por pelo menos uma temporada. Quero evoluir meu nível de esqui e analisar de um ano para outro. Se eu ver que estou com uma progressão boa, vou tentar ir para Milão também. Então, tenho bastante trabalho para fazer”.
Poderia ser o melhor resultado do Brasil na modalidade
O “se” não existe no esporte, mas é inevitável fazer essas comparações. “Se” Michel Macedo tivesse completado a segunda descida, essa reportagem certamente estaria falando do melhor desempenho da história do Brasil na modalidade em Jogos Olímpicos.
Após ser 37º na primeira parte, seis atletas à frente dele abandonaram a disputa e um (o norueguês Atle McGrath) completou com muito custo. Uma descida regular colocaria o brasileiro na 30ª posição, repetindo a colocação de Nikolai Hentsch no Slalom Gigante dos Jogos Olímpicos de Turim, em 2006.
Além disso, havia a expectativa de que ele pudesse estabelecer as melhores pontuações FIS do Brasil em Jogos Olímpicos no Esqui Alpino. No Slalom, especificamente, o recorde é de Maya Harrisson, com 109.52 pontos FIS nos Jogos de Vancouver 2010. Em todas as categorias, o melhor desempenho é de Jhonatan Longhi com 90.33 pontos no Slalom Gigante, também em 2010.
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