Mesmo com apenas 19 anos, o brasileiro Manex Silva se apresenta para os Jogos de Inverno de Pequim 2022 com as melhores marcas do Brasil no esqui cross-country. Nascido em Rio Branco, no Acre, ele brilhou pela primeira vez nas Olimpíada da Juventude de Lausanne 2020, com 17 anos, onde conquistou o melhor resultado sul-americano do esporte, mesmo competindo contra atletas de países como Argentina e Chile. O principal foi estar no top 40 na prova de sprint.
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“Isso me motiva e mostra que não importa o país, não importa que eu seja do Brasil. Se eu treinar e for consistente, consigo superar países que têm muito mais cultura de neve”, afirmou Manex Silva, filho de pai espanhol e mãe brasileira, que mora na Espanha desde os dois anos de idade. O hispano-brasileiro terá uma agenda intensa em Pequim 2022. Disputa o esquiatlo 15km + 15km masculino no domingo (6), às 4h da manhã de Brasília, o sprint livre masculino no dia 8, entre 5h e 9h, os 15km clássico masculino em 11 de fevereiro, novamente às 4h da manhã, e a largada em massa 50km no dia 19 de fevereiro, às 3h da manhã.
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Ele espera usar a experiência de Lausanne 2020 para conseguir quebrar marcas na primeira participação nos Jogos Olímpicos de Inverno. “A sensação deve ser parecida, porque é tudo muito grande, tem atletas do mundo inteiro, tem Vila Olímpica, gente de todos os esportes. Foi muito impactante. Já competi em Mundiais, mas nem se compara”, destacou o esquiador para o site Olympics.com. Além de diversos eventos na neve da Federação Internacional de Esqui, Manex Silva participou em 2021 do circuito brasileiro de rollerski, sagrando-se campeão no masculino ao ter o melhor desempenho na soma dos oito melhores resultados no ano. O rollerski é o esqui com rodas que os esquiadores do cross-country praticam quando não há neve. O circuito brasileiro conta na seletiva para Olimpíada.
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Inspiração e estudos
Morando desde muito novo a 25 minutos de carro dos Pirineus e perto de um clube de esqui, Manex Silva logo se encontrou no esqui cross-country. Mas a oportunidade de competir nos Jogos de Inverno só surgiu após conhecer a esquiadora brasileira Mirlene Picin. “Aqui na Espanha existe um time de esqui, mas aqui tem menos apoio ao atleta jovem, eles são mais focados em adultos de altíssimo rendimento. Eu teria mais apoio no Brasil, então entrei em contato com a CBDN (Confederação Brasileira de Desportos na Neve) e agora posso competir em vários lugares que jamais imaginei”, destacou Manex, que concilia treinos e competições com o curso de Ciências da Atividade Física e do Esporte que faz na Catalunha. “Preciso falar com os professores, justificar as faltas. Como eu não estou na seleção espanhola, é mais difícil porque preciso mediar entre a confederação brasileira e a universidade.”