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Pequim 2022

‘Vou trabalhar por nós duas’, diz Duda Ribeira sobre Bruna Moura

Atleta foi convocada para substituir Bruna Moura, que sofreu acidente automobilístico, no ski cross country e vai se tornar a segunda mais jovem da história do Brasil nos Jogos de Inverno

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Eduarda Ribera na Vila Olímpica de Pequim (Alexandre Castello Branco/COB)

A jovem Eduarda Westemaier Ribeira, a Duda Ribeira, foi convocada de última hora para competir no esqui cross-country dos Jogos Olímpicos de Inverno em Pequim 2022. Ela foi chamada às vésperas do início do evento na China para substituir Bruna Moura, que sofreu um grave acidente automobilístico quando ia para um aeroporto na Itália para iniciar a jornada rumo à China. Duda chegou a Pequim no sábado (29) e disse que pretende competir também pela colega, que se recupera no hospital.

“Na hora, foi muito difícil saber o que aconteceu. Eu fiquei bem nervosa, bem triste com a situação, mas, ao mesmo tempo, fiquei aliviada de a Bruna estar bem. Espero que ela se recupere totalmente logo para gente poder voltar a competir de novo. Vou trabalhar por nós duas aqui”, afirmou Duda Ribeira. Com apenas 17 anos, ela disputou com Bruna Moura a segunda vaga do Brasil em Pequim 2022 no esqui cross-country feminino até a última semana possível. A primeira é da experiente Jaqueline Mourão.

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‘Precisa ir mais além’

Duda Ribeira é a segunda mais jovem da história do Brasil nos Jogos de Inverno, atrás apenas de Evelyn Schuler do esqui alpino em Albertville 1992. Por ter evoluído muito rápido, precisou adaptar cedo os treinamentos e mentalidade. “Antes eu não era tão focada, achava que era só andar e pronto, ser feliz assim. Depois de um tempo, eu comecei a pensar mais nos resultados e que, para alcançá-los, eu tinha que dar o meu melhor, focar mais, e aí eu faço isso”, comentou, em 2020, para a Confederação Brasileira de Desportos de Neve (CBDN). “Caiu a ficha que eu era atleta mesmo no fim de 2017. Eu ia para a competição, competia e ia bem, ganhava medalha. Então eu falava: ‘tem que levar mais a sério, pensar que tem mais gente competindo contra mim. Precisa ir mais além, Eduarda!'”, completou.

Como quase todos os atletas de cross-country de países que não têm neve, a rondoniense começou no esporte no rolleski, o esqui com rodas. Após competir na América do Sul, disputou o primeiro grande evento internacional nos Jogos Olímpicos de Inverno da Juventude Lausanne 2020. Terminou em 72ª no sprint em 73ª no cross-country cross. Apesar de sentir o gostinho de uma Olimpíada, a substituta de Bruna Moura agora está ansiosa para a experiência completa em Pequim 2022. “Quero aproveitar ao máximo todas as oportunidades que estão chegando, mesmo sendo tão nova. Estar ao lado das melhores do mundo vai me deixar um pouco nervosa, mas vou dar o meu melhor por todo mundo e curtir todos os momentos aqui”, contou.

Irmã de vice-campeão mundial

No início deste ano, no mesmo evento em que Jaqueline Mourão conquistou duas pratas, na etapa de Zlatibor, na Sérvia, da Copa dos Bálcãs, Duda Ribeira conquistou dois resultados de top 10 esqui clássico 5km. Ela foi décima colocada em 12 de janeiro e sétima no dia seguinte. Na mesma prova em Zweisimmen-Sparenmoos, na Suíça, em 16 de janeiro, a brasileira terminou na 47ª colocação entre as adultas.

Os bons resultados são caso de família. Duda é irmã do vice-campeão mundial Cristian Ribera. A família é de Rondônia e se mudou para Jundiaí, em São Paulo, para um tratamento de saúde de Cristian. Dois anos mais velho que Duda, Cristian despontou no esporte paralímpico e ganhou em 22 de janeiro a primeira medalha do Brasil em Mundiais de esportes de inverno, com uma prata em Lillehammer, na Noruega. Também foi sexto colocado nos últimos Jogos de Inverno PyeongChang 2018. “Minha irmã começou [no esqui] como brincadeira, porque eu tinha iniciado, ela via alguns treinos, quis tentar, e hoje em dia está super bem”, disse o paratleta ao Olympics.com.

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“Eu ia todos os dias ver ele [Cristian] treinar e comecei a ter vontade de treinar também. Aí o Rodrigo [treinador] pegou uma bota e me deu para treinar. Ele ficou me treinando à parte, porque o único projeto em Jundiaí era o paralímpico e em São Paulo já tinha muito atleta”, contou Duda Ribeira à CBDN em 2019. “Conversamos bastante sobre a experiência que ele teve na Coreia e em todas as outras competições que foram marcantes para a carreira dele. Assim, me sinto mais preparada em me deparar com algumas situações que ele citou em suas várias histórias”, afirmou a esquiadora à TVTEC de Jundiaí em 2020.

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