Paris – A primeira coisa que Isabela Abreu comentou quando encerrou a participação dela no pentatlo moderno dos Jogos de Paris foi a presença da torcida. A arena para 15 mil pessoas montada no icônico Palácio de Versalhes estava lotada e animada. A brasileira competiu pela primeira vez em uma Olimpíada, saiu feliz com a experiência e avalia que pode ser dar bem no futuro, com mudanças na modalidade que entram em cena, de fato, no próximo ciclo. “Experiência incrível, fiquei muito feliz que essa aqui foi a minha primeira Olimpíada, acho que Tóquio não ia tocar meu coração tanto quanto Paris tocou.”
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“Estou feliz demais. Nunca imaginei esse tanto de gente assistindo. Foi incrível, até brinquei na chegada (pra competir), chamei a galera, a galera respondeu. Sensação maneira de estar aqui. Estou muito, muito feliz”, disse a curitibana de 29 anos. “Foi a primeira vez que a gente viu o pentatlo desse jeito, eu, né, que nunca tinha ido numa Olimpíada. Muito legal. A galera vai tiro a tiro gritando, comemorando. Por mais que esteja cansada, motiva demais”, acrescenta.
Tiro Esportivo
Isabela Abreu admite que a novidade nas arquibancadas influenciou, mas só no início. “O primeiro tiro fiquei meio abalada, não atirei muito bem a primeira série. Entrei com duas meninas e todo mundo gritando, perde um pouco (a concentração). Mas depois consegui entrar bem na prova”. De fato, na primeira das quatro séries ela precisou de 14 disparos para acertar as cinco vezes necessárias. Nas outras três, precisou de seis, sete e seis, respectivamente. Desempenho que a deixou satisfeita na modalidade.
“Depois do Pan, decidi que tinha de mudar porque não tava legal (tiro esportivo). Peguei uma técnica, e a Rosane começou a me acompanhar. Fizemos um trabalho incrível, fez a diferença. Consegui criar um gestual, um jeito meu. As meninas atiram muito rápido. Então falamos, vamos atirar perfeito, lento, que vai ser mais ou menos o mesmo tempo das meninas que atiram rápido e erram”, afirmou.
O tiro esportivo no pentalo moderno faz parte de uma prova combinada com a corrida, o Laser Run. As atletas dão voltas em um circuito e, a cada uma delas, param no estande para atirar. Só saem dali para voltar a correr quando acertam cinco disparos. O Laser Run encerra a competição, que tem também esgrima, hipismo e natação. Em cada um deles as atletas fazem pontos, e leva quem tiver a maior somatória. Isa fechou o pentatlo moderno de Paris em 32º lugar, de 36 competidoras, com 1280 pontos.
Esgrima, Hipismo e Natação
O começo foi pela esgrima Isabela Abreu teve o pior desempenho dentre todas as competidoras. Venceu apenas dez delas e perdeu de 25 na etapa de ranqueamento. No bônus, caiu logo de cara e saiu zerada. “Demorei muito pra entrar no jogo e o jogo que tava fazendo não tava sendo adequado. Tanto que quando comecei a ganhar, é uma Isa antes e uma Isa depois. Mudei totalmente a estratégia, movimentação, finalizações. Aprendizado, ver o que realmente funciona, acho que não funciona”, avaliou.
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No hipismo, uma sensação na hora, outra depois. “Vendo de fora foi bem mais bonito do que eu senti (na hora). Não tinha gostado tanto, mas depois assisti eu falei, ‘tá, não foi tão ruim assim’. Tive um problema no (obstáculo) duplo que era um lance só. O cavalo acabou colocando dois e me surpreendeu e perdi heads, estribo. No seguinte, não consegui equilibrar pra ele e fiz a falta. Total minha culpa.”
Por fim, a natação. “Nado pra 2min20, 2min25, como eu fiz, mas as meninas (da série dela) nadam pra 2min12”, explica, mas admite que esperava um resultado um pouco melhor. “Queria um 2min22s mas natação é o meu ponto fraco, modalidade que tenho grande dificuldade, então foi bom”, encerrou.
Próximos passos
“Agora é chegar em casa, tirar umas férias e começar a correr atrás dessa estrutura para começar a treinar e ver como é que vai ser, né?”, diz. Isabela Abreu refere-se às mudanças que já estão sendo implementadas no pentatlo moderno. O hipismo dará lugar a uma corrida de obstáculos. Isa tem boas expectativas. “Acho que vou me dar bem, sou alta, braço comprido, força de membro superior. Só tenho de voltar a treinar um pouquinho de ginástica. Quem sabe a Rebeca me dá umas dicas?”, brinca.
