A União Internacional de Pentatlo Moderno (UIPM) aprovou a substituição do hipismo pela prova com obstáculos que vem sendo testada em seu programa de competições. A aprovação aconteceu no Congresso da entidade, realizado neste fim de semana de forma virtual. A nova modalidade foi aprovada pelos 69 dos 83 membros votantes na decisão, ou seja, 83%. Houve 11 votos contra e três abstenções.
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Também foi decidido que a nova modalidade vai passar a fazer parte do programa de competições do pentatlo moderno já a partir de 2023, nas categorias Júnior e Sub-19. Nos Jogos Olímpicos Paris 2024, no entanto, o hipismo ainda fará parte das disputas do esporte, conforme já previsto pelo Comitê Olímpico Internacional (COI).
“Foi muito importante que tenhamos aprovado com ampla maioria que a prova com obstáculos seja integrada ao nosso multiesporte olímpico. As propostas agora serão enviadas à comissão de programas do COI e ao departamento de esportes”, destaca o presidente da UIPM, o alemão Klaus Schormann.
Escolha da nova prova
A mudança no programa do pentatlo moderno foi decidida pela UIPM no fim do ano passado, após o COI decidir que o esporte precisava substituir o hipismo por outra modalidade para tentar estar nos Jogos Olímpicos Los Angeles 2028. Na ocasião, foi criado um grupo de trabalho formado por cerca de 20 pessoas, dentre elas dez pentatletas olímpicos, que propuseram a prova com obstáculos como opção ao hipismo no esporte.
A modalidade foi escolhida dentre mais de 60 sugestões formuladas pelo grupo. A escolha foi feita seguindo 13 critérios estabelecidos pela UIPM, dentre eles que a nova prova seja compatível com o DNA do Pentatlo Moderno, que estabelece o atleta completo, como definido pelo barão Pierre de Coubertin, o criador dos Jogos Olímpicos da Era Moderna.
A opção pela prova com obstáculos foi anunciada em maio deste ano, e, desde então, a UIPM realizou quatro eventos-testes com atletas para ver a viabilidade da modalidade. Eles aconteceram em Ancara, na Turquia, em junho, em Manila, nas Filipinas (agosto), em Lignano Sabbiadoro, na Itália (setembro), e em Zielona Góra, na Polônia (outubro). Os brasileiros Ana Clara Bezerra, 16, e Rômulo Bandeira, 16, participaram do terceiro e Nicholas Medeiros, 18, do quarto evento teste.
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“Nós temos que olhar para o futuro. Não estamos esquecendo nosso passado, nossa herança. Mas nosso objetivo é o futuro, e acho que a transparência na forma como apresentamos este Congresso também deve ser reconhecida”, acrescentou Klaus.
A pedido de representantes de países da África, também ficou definido que o continente sediará um evento-teste da prova com obstáculos, que ainda será marcado. A modalidade também deverá ser testada em outras regiões do mundo antes de ser implementada oficialmente.