A Rússia vai poder participar dos Jogos Olímpicos? A questão voltou à tona após a notícia de que o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, vai pedir ao líder francês Emmanuel Macron que ele impeça a participação de atletas russos e belarrussos nos Jogos de 2024. A direção do Comitê Organizador da Olimpíada falou sobre o tema nesta semana, acompanhado pelo OTD em Paris.
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Durante a primeira coletiva de 2023 realizada pelo Comitê Organizador dos Jogos, o presidente da instituição, Tony Estanguet, se eximiu de responsabilidade sobre tema. Ele apontou que essa questão deve ser decidida pelos comitês olímpico e paralímpico internacionais.
“O que também pode ser dito, no que diz respeito às regras de qualificação, é que as competições para se classificar para os Jogos são gerenciadas pelas federações internacionais e os atletas já começaram a disputar primeiras competições qualificatórias internacionais para os Jogos de 2024”, lembrou.
Segundo Estanguet, “para a esmagadora maioria, atualmente as delegações russas não podem participar e estão excluídas dessas primeiras competições qualificatórias.”
O presidente de Paris-2024 deu uma estimativa de quando os órgãos que dirigem a Olimpíada e a Paralimpíada devem se posicionar e demonstrou apoio à Ucrânia.
“Imagino que saberemos a decisão até o final de 2023. Obviamente, como um comitê de organização, precisamos dar um passo atrás. A prioridade não são as regras de qualificação para os Jogos, mas apoiar o fim deste conflito e apoiar a Ucrânia em relação ao que está acontecendo. Esperamos que o papel universal dos Jogos possa ser preservado em 2024”, defendeu.
Sugestão de Bach incomoda
Nas últimas reuniões com federações internacionais e comitês nacionais, o presidente do COI, Thomas Bach, mostrou-se inclinado a apoiar a volta de atletas russos e bielorussos às competições, desde que eles utilizem uma bandeira neutra.
Pelo dirigente, o retorno já aconteceria nas próximas competições qualificatórias continentais, que acontecerão nos próximos meses.
A postura de Bach incomodou o presidente ucraniano. Zelensky teria reportado a insatisfação diretamente a Macron. O líder da França, por sua vez, teria apaziguado a situação ao dizer que o esporte não deve ser politizado. Ele também falou que atletas de todo mundo deveriam participar do mesmo, mesmo que seus países estejam em greve.
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Há a expectativa de que Zelensky faça um pedido formal a Macron para que ele intervenha sobre o assunto. A França é uma das principais aliadas da Ucrânia em relação à guerra até mesmo com envio de armas.