A pouco menos de dois anos para a realização dos Jogos Paralímpicos de 2024, o OTD em Paris desta semana traz uma entrevista exclusiva com Andrew Parsons, brasileiro que é o presidente do Comitê Paralímpico Internacional (IPC). Ele falou sobre os exemplos que a Rio-2016 pode dar para Paris-2024 e também como estão os preparativos da próxima edição do megaevento.
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“Tem muita coisa que nós aprendemos na Rio-2016, com o que acertamos e com o que erramos. Nós trazemos para os comitês organizadores os exemplos positivos e negativos do Rio, para que a gente repita ou não. Isto acontece em todas as edições dos Jogos, com Londres, em Sochi, em Pequim. Especificamente do Rio, a presença do evento paralímpico para os Jogos como um todo foi muito bem entendida”, disse Parsons.
Descendente de escoceses e natural do Rio de Janeiro, Andrew Parsons é o presidente do IPC desde 2017. O dirigente destacou que a Paralimpíada realizada em sua terra natal, em 2016, teve como principal ponto positivo a promoção do evento de forma antecipada, que ajudou a fazer com que os Jogos – Olímpicos e Paralímpicos – fossem um sucesso. Como ponto negativo, ele ressaltou que a estratégia da venda de ingressos não foi bem planejada e pode ser tomada como um ensinamento para o futuro.
O legado de Londres-2012
Muito do que foi a Rio-2016 se deu por conta da influência da edição que a antecedeu, em Londres-2012. Segundo Parsons, os Jogos da capital britânica foram os melhores já realizados e elevaram a Paralimpíada a “outro patamar”. Para ele, esta edição deve ser tomada como grande referência para a organização de Paris-2024.
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“Londres levou os Jogos Paralímpicos a outro patamar, com os estádios absolutamente abarrotados. O Channel 4 (emissora que transmitiu oficialmente os Jogos) teve uma participação muito importante dentro do Reino Unido, criando uma forma nova de comunicar os Jogos Paralímpicos, com bom humor, certo atrevimento e tirando do lugar comum. Esse entendimento do quanto os Jogos Paralímpicos são importantes para o sucesso de Londres-2012 como um todo foi algo muito bem executado. O Comitê Organizador conseguia entender não só os desafios de organizar os Jogos Paralímpicos, mas também as oportunidades”, comentou o dirigente.
Apesar do ciclo olímpico mais curto por conta do adiamento dos Jogos de Tóquio para 2021, Andrew Parsons não acredita que a organização de Paris-2024 não terá muitos problemas em relação ao tempo. Entretanto, o presidente vê a França que ainda tem muito a evoluir no tratamento da questão da pessoa com deficiência.
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“O que nós sempre buscamos é uma mudança de entendimento a respeito da pessoa com deficiência. Vimos isso acontecer no Japão, no Rio e em Londres e aqui tem uma oportunidade muito grande para isso. (A França) é um país que, embora tenha uma sociedade avançada e que tem a luta pelos direitos no DNA, a questão das pessoas com deficiência precisa evoluir bastante do ponto de vista da mentalidade para que elas tenham oportunidade”, relatou Parsons.