Depois de passar em branco pela primeira vez em uma Olimpíada, em Tóquio-2020, o vôlei de praia brasileiro vai atrás de uma redenção nos Jogos Olímpicos de Paris. E o novo ciclo começou promissor. No feminino, temos uma dupla campeã mundial e outra que é presença frequente nas primeiras posições do ranking. Nesta semana, o OTD em Paris traz um papo com as duplas Bárbara Seixas/Carol Solberg e Duda/Ana Patrícia, que participaram da etapa de Paris do Circuito Mundial no último fim de semana.
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Duda e Ana Patrícia representaram o Brasil no vôlei de praia dos Jogos de Tóquio, mas em duplas diferentes. Duda, com Ágatha, e Ana Patrícia, com Rebecca. Após a competição, elas se uniram, retomando uma parceria de longa data e que rendeu diversos títulos na base. Juntas, as atletas foram campeãs dos Jogos Olímpicos da Juventude em 2014 e bicampeãs mundiais sub-21, em 2016 e 2017.
A reunião dessas duas começou com tudo. Elas se sagraram campeãs mundiais em 2022, em competição disputada em julho, e costumam frequentar o pódio dentro e fora do Brasil. Na etapa Elite de Paris do Circuito Mundial, a parceria conquistou a medalha de bronze, após seis vitórias e uma única derrota.
“Vai fazer dez meses que nós nos juntamos e às vezes a gente para e fala: ‘quantas coisas já vivemos, conquistamos e aprendemos’. Os pódios são importantes, aqui e no Brasileiro. Isto mostra que nós estamos no caminho. A gente diz que o pódio é o ouro de toda posição”, comenta Ana Patrícia.
Líderes do ranking
Outra dupla que acumula pódios nos circuitos nacional e internacional é Carol Solberg e Bárbara Seixas. Elas chegaram para a etapa de Paris como líderes do ranking mundial de vôlei de praia. Medalhista olímpica, Bárbara detalhou o momento da dupla e falou sobre como a prata conquistada na Rio 2016 pode ser importante no processo rumo aos próximos Jogos Olímpicos.
“Sabemos que é um processo. Já tive uma experiência muito positiva como medalhista em uma Olimpíada, já passei pelo momento em que também não consegui a vaga. E acho que isso faz parte do nosso esporte. Quisera eu dizer que já ter uma medalha olímpica garantisse outra. Isto tem uma certa beleza, de nos reinventar cada dia e a cada ano, tentando superar esses desafios”, diz Bárbara.
O vôlei de praia está mais difícil?
Um ponto que é consenso entre as atletas é o fato de que o Circuito Mundial está mais nivelado. Países que não tinham tradição no esporte passaram a frequentar os pódios das principais competições.
“O Brasil sempre foi pioneiro no vôlei de praia, mas os times dos outros continentes se aprimoraram muito. Então, é natural esperar que o circuito se torne cada vez mais nivelado. Se pegar o retrospecto de campeonatos mundiais e até de Olimpíadas, você já vê que diversos times da Europa, até da China, estão comparecendo no pódio”, comenta Bárbara ao OTD em Paris.
“O vôlei de praia evoluiu de uma forma que não dá mais para você enxergar com os mesmos olhos e achar que existe uma hegemonia de Brasil e Estados Unidos como existia a dez anos. Sabemos que vai ser um ciclo muito difícil, porque temos times muito fortes no Brasil, todos com chances de chegar na Olimpíada e medalhar. Tem muito caminho ainda”, cita Ana Patrícia.
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Mas o objetivo das nossas duplas em Paris vão além das medalhas e chegam nas belezas que a cidade proporciona. E não é pra menos: a etapa do circuito mundial foi disputada em Roland Garros, o lendário palco do tênis. Já a Olimpíada terá como palco uma arena provisória montada em frente ao cartão postal mais simbólico de Paris, a Torre Eiffel.