Paris – Uma brincadeira da técnica Iryna Ilyashenko ajudou a seleção brasileira de ginástica artística a prever suas medalhas nos Jogos Olímpicos de Paris. A treinadora tem um saquinho brilhante onde ela guarda moedas que encontra durante as competições. E elas costumam trazer sorte para a equipe do Brasil, com cada moeda achada tornando-se uma medalha.
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“Cada vez que a gente vai em uma competição eu começo a procurar moedas. Na minha mente eu acredito que cada moeda vai dar medalha. Então quando a gente embarcou no avião vindo para cá, eu sentei na cadeira, vi 50 centavos e logo peguei ela e pensei: uma medalha já tem”, brincou Iryna em entrevista ao Olimpíada Todo Dia. Ao longo da competição, a seleção brasileira achou mais três moedas em Paris. Resultado final: quatro moedas e quatro medalhas para o Brasil na ginástica artística.
Adaptação cultural
Iryna Ilyashenko está há mais de 20 anos em Curitiba, onde se tornou uma das principais treinadoras de ginástica artística no Brasil. Ela recebeu o convite para vir ao país após uma passagem da seleção brasileira por Kiev. “Fiquei com muita dúvida, muito medo. Chegou a passagem e eu quase desisti. Até que meu pai pegou minha mala, colocou pra fora de casa e falou: agora você vai”, disse a treinadora.
A adaptação no Brasil foi difícil, principalmente por causa do idioma. Iryna conta que ela desenvolveu um vocabulário próprio dentro do ginásio para passar os seus treinos. Mas no dia a dia, o que a ajudou a aprender a língua portuguesa foram as telenovelas. “No começo eu assistia bastante novela para aprender português. ‘O Clone’ que passava na época e eu gostava. Agora que eu já sei português eu pego o meu iPad e vejo qualquer filme que eu gosto.” Mas o contato de Iryna com as novelas brasileiras já veio lá da Ucrânia, com o sucesso que “Escrava Isaura” fez no país. “Eu assisti ainda na Ucrânia. O país parava quando passava a novela, não tinha nem gente na rua”, disse.
Iryna Ilyashenko trabalha diariamente no Clube Cegin, em Curitiba, com Julia Soares. A paranaense apresentou um solo em Paris que mistura Raça Negra com Edith Piaf e que fez bastante sucesso em Paris. A treinadora ficou receosa no início, mas achou alguém para ajudar Julia a caprichar na dança. “Eu não gosto de trabalhar com esse tipo de música porque eu não sei sambar. Mas a Jade ensinou ela a sambar e fez o maior sucesso, então agora eu gosto”, falou a técnica que gosta de ver a repercussão do seu trabalho nas grandes competições. “Tinha um ucraniano na minha frente que falou como nossas meninas competiram super bem, como elas eram alegres.” E é essa alegria que Iryna irá levar na memória dos Jogos Olímpicos de Paris.
