Vela
Guia do vela nos Jogos Olímpicos de Paris-2024
Classes com atletas brasileiros
Chances do Brasil na vela em Paris-2024
Atuais bicampeãs olímpicas da classe 49er FX, Martine Grael e Kahena Kunze são a maior esperança de medalha de ouro da vela brasileira nos Jogos Olímpicos de Paris-2024. A dupla, entretanto, não foi ao pódio em nenhum dos últimos três Campeonatos Mundiais. Elas terminaram em sétimo em 2022, 12º em 2023 e quarto em 2024. Apesar desses resultados, não há como descartar uma parceria que chega à capital francesa em busca de se tornarem as primeiras tricampeãs olímpicas da história da vela mundial. As holandesas Odile van Aanholt e Annette Duetz e as suecas Vilma Bobeck e Rebecca Netzler serão as principais rivais das brasileiras.
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Além de Martine Grael e Kahena Kunze, o Brasil tem chances de surpreender em duas outras classes: na fórmula kite com Bruno Lobo e na IQFoil com Matheus Isaac. Os dois não são favoritos ao ouro, mas estão entre os melhores do mundo e podem beliscar alguma medalha.
Local da competição: Marina de Marselha
- Capacidade: 14 mil espectadores
- Esportes: Vela
A pitoresca Marina de Marselha será o local das competições de vela, aproveitando as excelentes condições marítimas da região sul da França.
O Brasil na vela dos Jogos Olímpicos
A Vela é o segundo esporte que mais deu medalhas para o Brasil em edições de Jogos Olímpicos, 19 no total, atrás apenas do judô com 24 láureas olímpicas. A modalidade, entretanto, é a que deu mais medalhas de ouro para o país na história com oito títulos olímpicos e mais três pratas e oito bronzes.
Muito antes das medalhas, o esporte chegou no país no século XIX, trazido por famílias europeias que imigraram para o Brasil no período. Muito por essa influência familiar, vários dos medalhistas olímpicos do Brasil tem raízes europeias, especialmente alemãs, suecas e dinamarquesas.
De todas essas tradicionais famílias da vela brasileira, quem se destaca sem dúvidas são os Grael, respeitadíssimos no mundo todo da modalidade. Além dos cinco pódios de Torben, os Grael também conquistaram o bicampeonato olímpico na classe 49erFX no Rio-2016 e em Tóquio-2020 com Martine, filha de Torben, formando dupla com Kahena Kunze, outra atleta de uma família de velejadores.
Outro Grael de sucesso foi Lars, irmão de Torben, que conquistou dois bronzes olímpicos na classe Tornado. O primeiro em Seul-88 com Clínio Freitas e o outro em Atlanta-96, com Kiko Pelicano. Infelizmente, em setembro de 1998, Lars sofreu um grave acidente em Vitória, Espírito Santos, causado pela irresponsabilidade do comandante de um iate. O atleta teve uma de suas pernas mutilada, mas não abandonou o esporte. Ele seguiu anos depois praticando vela, especialmente na classe Star, que, no entanto, não é mais olímpica.
Robert Scheidt
Ao lado de Torben Grael, Robert Scheidt é um dos maiores medalhistas olímpicos da história da vela mundial. Os dois possuem cinco medalhas olímpicas e, junto com o britânico Ben Ainsle, são os atletas maios premiados da modalidade.
Scheidt iniciou sua trajetória olímpica já com uma medalha de ouro pela classe Laser em Atlanta-1996. Ele foi prata quatro anos depois em Sydney-2000, em uma competição polêmica e regada de protestos feitos pelos brasileiros acusando o britânico Bem Ainsle de prejudicar Robert. E voltou a ser ouro em Atenas-2004 para se tornar o segundo brasileiro bicampeão olímpico depois de Adhemar Ferreira da Silva.
Quatro anos mais tarde, Scheidt mudou para a classe Star, onde formou dupla com outro grande nome da vela nacional, Bruno Prada. Juntos conquistaram pela classe Star, a mais vitoriosa da vela brasileira, uma prata em Pequim-2008 e um bronze em Londres-2012. De volta à classe Laser, após a exclusão da Star do programa olímpico, Scheidt ficou em quarto lugar na Rio-2016, bem próximo de sua sexta medalha. Em Tóquio-2020, aos 48 anos, ele disputou sua sétima Olimpíada e se despediu em oitavo lugar na classe laser.
Torben Grael
Torben Grael começou antes, estreando em Los Angeles-84 e de cara com uma medalha de prata na extinta classe Solling ao lado de Daniel Adler e Ronaldo Senfft. Já quatro anos depois, ele começou a escrever o seu nome na classe Star, a mais vitoriosa da vela brasileira, onde conquistou quatro medalhas olímpicas, a primeira delas em Seul-88, bronze com Nelson Falcão.
A partir de Barcelona-92, Torben formou dupla com Marcelo Ferreira, outro grande nome da história da vela mundial, e estrearam apenas na 11ª posição na ocasião. Em Atlanta-96 veio a consagração, o primeiro ouro olímpico da dupla, superando os suecos Hans Wallén e Bobby Lohse.
Depois foram bronze em Sydney-2000 poucos pontos atrás dos campeões americanos Mark Reynolds e Magnus Liljedahl. Eles voltaram a vencer o título olímpico em Atenas-2004, com extrema superioridade ao ponto de só precisarem competir a regata da medalha por obrigação. Torben e Marcelo se juntaram a Robert Scheidt e Adhemar Ferreira da Silva como os então únicos bicampeões olímpicos do esporte brasileiro. O feito foi igualado em Londres-2012 por seis jogadoras da seleção de vôlei, Sheilla, Fabiana Claudino, Fabi Alvim, Thaísa, Paula Pequeno e Jaqueline. Em Tóquio-2020, Martine e Kahena também chegaram lá.
Haja medalha
Além dos ouros conquistados por Robert Scheidt, Torben Grael e Marcelo Ferreira e Martine Grael e Kahena Kunze, o Brasil faturou outras duas medalhas douradas nos Jogos de Moscou-80. Os ouros de Lars Sigurd Bjorkström e Alexandre Welter na classe Tornado e Marcos Soares e Eduardo Penido na classe 470 foram conquistados com minutos de diferença e presentearam na ocasião os primeiros títulos olímpicos do Brasil desde o bicampeonato do salto triplo de Adhemar Ferreira da Silva em Melbourne-56, um tabu de 24 anos.
As outras medalhas brasileiras olímpicas ainda não citadas foram conquistadas por Reinaldo Conrad e Burkhard Cordes, bronze na Flying Dutchman, na Cidade do México-1968. Novamente, Reinaldo Conrad bronze na mesma categoria em Montreal-76, mas desta vez velejando com Peter Ficker. E o histórico bronze de Fernanda Oliveira e Isabel Swan na classe 470 em Pequim-2008, a primeira medalha feminina do Brasil.
Estrangeiros
Além dos brasileiros, o britânico Ben Ainslie também possui cinco medalhas olímpicas, sendo quatro de ouro e uma de prata.
Outros grandes nomes da vela mundial são o dinamarquês Paul Elvstrøm, tetracampeão da classe Finn entre Londres-48 e Roma-60, a italiana Alessandra Sensini, campeã em Sydney-2000 e mulher com mais medalhas olímpicas na vela, com quatro conquistas, todas no Windsurf.
Santiago Lange, velejador argentino campeão da Nacra 17 nos Jogos da Rio-2016 ao lado de Cecilia Carranza. A dupla estará em Tóquio-2020 buscando a quarta medalha olímpica de Lange, que também foi bronze na classe Tornado em Sydney-2000 e Atenas-2004.
É importantíssimo mencionar também que é da vela a primeira mulher a conquistar uma medalha olímpica na história. O feito coube a suíça Hélène de Pourtales, campeã do barco misto 1 to 2 ton em Paris-1900, competindo ao lado de seu marido Hermann de Pourtales e o tio dele Bernard de Pourtalès.
Quadro de medalhas da vela nos Jogos Olímpicos
Clas | País | Ouro | Prata | Bronze | Total |
---|---|---|---|---|---|
1 | Grã-Bretanha (GBR) | 31 | 21 | 12 | 64 |
2 | Estados Unidos (EUA) | 19 | 23 | 19 | 61 |
3 | Noruega (NOR) | 17 | 11 | 4 | 32 |
4 | França (FRA) | 15 | 14 | 20 | 49 |
5 | Dinamarca (DEN) | 13 | 9 | 9 | 31 |
6 | Austrália (AUS) | 13 | 8 | 8 | 29 |
7 | Espanha (ESP) | 13 | 5 | 3 | 21 |
8 | Suécia (SWE) | 10 | 14 | 13 | 37 |
9 | Nova Zelândia (NZL) | 9 | 8 | 6 | 23 |
10 | Países Baixos (NED) | 8 | 9 | 9 | 26 |
11 | Brasil (BRA) | 8 | 3 | 8 | 19 |
12 | União Soviética (URS) | 4 | 5 | 3 | 12 |
13 | Itália (ITA) | 4 | 3 | 8 | 15 |
14 | Alemanha (GER) | 3 | 5 | 7 | 15 |
15 | Áustria (AUT) | 3 | 4 | 1 | 8 |
16 | China (CHN) | 3 | 3 | 2 | 8 |
17 | Grécia (GRE) | 3 | 2 | 3 | 8 |
18 | Bélgica (BEL) | 2 | 4 | 3 | 9 |
19 | Finlândia (FIN) | 2 | 2 | 7 | 11 |
20 | Alemanha Ocidental (RFA) | 2 | 2 | 3 | 7 |
21 | Alemanha Oriental (RDA) | 2 | 2 | 2 | 6 |
22 | Equipe mista (ZZX) | 2 | 0 | 0 | 2 |
23 | Argentina (ARG) | 1 | 4 | 5 | 10 |
24 | Ucrânia (UKR) | 1 | 2 | 2 | 5 |
25 | Suíça (SUI) | 1 | 2 | 1 | 4 |
26 | Croácia (CRO) | 1 | 2 | 0 | 3 |
27 | Polônia (POL) | 1 | 1 | 3 | 5 |
28 | Seleção Alemã Unida (EUA) | 1 | 1 | 1 | 3 |
29 | Israel (ISR) | 1 | 0 | 2 | 3 |
30 | Bahamas (BAH) | 1 | 0 | 1 | 2 |
31 | Hong Kong (HKG) | 1 | 0 | 0 | 1 |
32 | Canadá (CAN) | 0 | 3 | 6 | 9 |
33 | Portugal (POR) | 0 | 2 | 2 | 4 |
34 | Eslovênia (SLO) | 0 | 2 | 1 | 3 |
35 | Irlanda (IRL) | 0 | 2 | 0 | 2 |
36 | Hungria (HUN) | 0 | 1 | 1 | 2 |
Japão (JPN) | 0 | 1 | 1 | 2 | |
Rússia (RUS) | 0 | 1 | 1 | 2 | |
39 | Cuba (CUB) | 0 | 1 | 0 | 1 |
Chipre (CYP) | 0 | 1 | 0 | 1 | |
República Checa (CZE) | 0 | 1 | 0 | 1 | |
Lituânia (LTU) | 0 | 1 | 0 | 1 | |
Antilhas Holandesas (AHO) | 0 | 1 | 0 | 1 | |
Ilhas Virgens (ISV) | 0 | 1 | 0 | 1 | |
45 | Estônia (EST) | 0 | 0 | 2 | 2 |
46 | Império Russo (RU1) | 0 | 0 | 1 | 1 |
Totais | 195 | 187 | 180 | 562 |