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Individual masculino

Marcus D'Almeida no tiro com arco individual masculino dos Jogos Olímpicos de Paris-2024
Marcus D’Almeida chega forte por uma medalha em Paris (Foto: Miriam Jeske/COB)

Chances do Brasil

Marcus D’Almeida é o único representante brasileiro no tiro com arco masculino dos Jogos Olímpicos de Paris-2024. Ele garantiu a vaga olímpica depois de ter sido medalhista de bronze no Mundial de 2023. Líder do ranking mundial desde fevereiro do ano passado, o carioca chega em sua terceira Olimpíada como um dos principais candidatos à medalha.

Marquinhos, como é conhecido, tem um currículo recheado. Ele foi ao pódio nos dois Campeonatos Mundiais do ciclo, levando a prata em 2021 e o bronze em 2023, e conquistou cinco medalhas em Copas do Mundo ao longo dos últimos três anos, sendo três ouros, uma prata e um bronze. Um desses ouros foi o título geral da Copa do Mundo na última temporada, obtido no México.

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Há um mês, Marcus conquistou a prata no último torneio internacional que disputou, a etapa de Antalya da Copa do Mundo, que contou com os principais nomes da modalidade. Uma boa fase de ranqueamento fará a diferença para o brasileiro garantir um bom posicionamento e chegar longe no mata-mata em Paris-2024. Marquinhos parou nas oitavas em Tóquio-2020 e, estando em seu auge, quer buscar uma medalha na capital francesa.

Os favoritos

Kim Woojin em ação no Mundial de tiro com arco de 2021
Kim Woojin lidera a “tropa” sul-coreana em Paris (Foto: World Archery)

O tiro com arco é uma modalidade que tem um quê de imprevisibilidade, pois fatores climáticos, como vento e chuva podem interferir na competição. No entanto, alguns nomes aparecem como favoritos ao pódio na disputa individual masculina em Paris-2024. Como já citado, um deles é o brasileiro Marcus D’Almeida, que é o líder do ranking mundial e esteve no pódio dos dois Mundiais disputados no ciclo.

A Coreia do Sul é a principal potência do tiro com arco e seus atletas são favoritos para qualquer competição que disputem. O principal nome do país hoje é o sul-coreano Kim Woojin, bicampeão olímpico por equipes e que foi campeão mundial em 2021. Vice-líder do ranking, ele medalhou nas três Copas do Mundo que ocorreram este ano. Lee Wooseok e Kim Je Deok não ficam para trás.

Mais um nome de destaque é o turco Mete Gazoz, que chega em Paris com o status de atual campeão olímpico e mundial. Vale destacar também o estadunidense Brady Ellison, que é o atual recordista mundial. Ele foi campeão mundial em 2019, medalhista de bronze em 2021 e medalhista de bronze na Rio-2016. Outros nomes são o italiano Mauro Nespoli, o canadense Eric Peters e o holandês Steve Wijler.

Brasil no individual masculino do tiro com arco

Emílio Dutra e Mello foi o primeiro brasileiro a disputar uma Olimpíada no tiro com arco, em Moscou-1980. Com 2.264 pontos, ele terminou na 27ª posição. Em Los Angeles-1984, Renato Emílio fez sua estreia olímpica com 2.363 pontos, terminando em 44º lugar. Renato voltou a competir em Seul-1988, terminando na 43ª posição, com 1.225 pontos na primeira rodada.

Em sua terceira Olimpíada em Barcelona-1992, Renato Emílio fez 1.251 pontos na rodada de ranqueamento, terminando em 49º lugar e ficando de fora dos combates. Já Vítor Krieger foi 29º no ranqueamento com 1.277, mas perdeu na 1ª rodada do mata-mata por 106-95 para o Vladimir Yesheyev, da Equipe Unificada, ficando em 30º lugar no geral.

Volta em Pequim

Após três Olimpíadas sem representantes, o Brasil voltou a competir em Pequim-2008 com Luiz Trainini. Na rodada de ranqueamento ele ficou em 61º com 610 pontos e pegou na primeira rodada, o sul-coreano Park Kyung-Mo, 4º cabeça de chave, sendo derrotado por 116 a 99.

Daniel Xavier na disputa do Individual masculino do tiro com arco nos Jogos Olímpicos
Daniel Xavier disputou duas edições olímpicas no individual masculino (Divulgação)

Daniel Xavier foi 51º no ranqueamento em Londres-2012 com 653 e perdeu na primeira rodada por 7-3 para o polonês Rafal Dobrowolski.

Marcus D’Almeida estreia

Pela primeira vez o Brasil competiu com uma equipe no Rio-2016. Marcus Vinícius D’Almeida chegou muito bem cotado, após o título mundial cadete no ano anterior. Ele foi 34º no ranqueamento com 658 pontos, mas perdeu na primeira rodada por 6-2 para o americano Jake Kaminski. Em sua segunda Olimpíada, Daniel Xavier foi 53º com 639 pontos e também caiu na estreia pro sul-coreano Lee Seung-yun por 6-2. Bernardo Oliveira foi 45º com 651 e foi o único a vencer. Fez 6-4 na 1ª rodada sobre o australiano Alec Potts, mas perdeu na 2ª pro chileno Ricardo Soto por 7-1.

Marcus D'Almeida nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020
Marcus D’Almeida em Tóquio-2020 (Foto: Jonne Roriz/COB)

Em Tóquio-2020, Marcus D’Almeida chegou mais maduro para sua segunda participação olímpica e obteve o melhor resultado do tiro com arco brasileiro na história dos Jogos. Ele não fez uma boa fase de ranqueamento, terminando em 40º lugar com 651 pontos, mas cresceu no mata-mata e venceu o britânico Patrick Huston e o holandês Steve van den Berg, ambos por 7-1, antes de cair nas oitavas de final para o italiano Mauro Nespoli, por 6-0. Marquinhos igualou Ane Marcelle dos Santos, que também havia parado nas oitavas na Rio-2016.

Histórico do individual masculino do tiro com arco

A prova do individual masculino estreou nos Jogos de Munique-1972, ano em que o tiro com arco voltou ao programa olímpico, após uma ausência de 52 anos. A prova tinha um formato que é conhecido como Rodada FITA, que consiste em 36 flechas para cada uma das quatro distâncias (30 m, 50 m, 70 m e 90 m para os homens). A competição tinha duas Rodadas deste tipo, num total de 288 flechas. Campeão mundial no anterior, o americano John Williams foi o primeiro campeão olímpico neste formato ao vencer em Munique com 2.528 pontos.

John Williams, dos Estados Unidos, foi o primeiro campeão olímpico do tiro com arco individual olímpico (Reprodução/Wikipedia)

Arqueiro do século

Em Montreal-1976, foi a vez do também americano Darrell Pace vencer com 2.571 pontos, colocando 69 pontos sobre o japonês Hiroshi Michinaga, medalhista de prata.

Sem os americanos, o ouro em Moscou-1980 ficou com o finlandês Tomi Poikolainen com 2.455, apenas 3 a mais que o soviético medalhista de prata Boris Isachenko. Já em Los Angeles-1984, Darrell Pace faturou o bicampeonato olímpico ao somar 2.616, novo recorde olímpico. Considerado o “Arqueiro do Século” pela Federação Internacional em 2011, Pace foi também bicampeão mundial em 1975 e 1979, além de cinco títulos por equipe. Também soma seis ouros em Jogos Pan-Americanos.

A disputa em Seul-1988 foi um pouco diferente. Os arqueiros faziam uma Rodada FITA e 24 avançavam de fase, onde as pontuações eram zeradas e 9 flechas eram atiradas a cada distância. E assim por diante, eliminado seis atletas por rodada, até chegar aos 8 finalistas. Quem levou o ouro foi o americano Jay Barrs, que havia sido ouro nos Jogos Pan-Americanos de Indianápolis-1987.

Mudança de sistema

A partir de Barcelona-1992, o sistema foi alterado. Todos atiravam 144 flechas a 70 m e os 32 melhores passavam para o mata-mata, onde os confrontos consistiam em uma melhor de 12 flechas. O sul-coreano Chung Jae-hun, melhor no ranqueamento com 1.329 pontos, foi avançando de fase, mas perdeu a final para o francês Sébastien Flute por 110 a 107.

Em Atlanta-1996, a rodada de ranqueamento passou a ter apenas 72 flechas e o italiano Michele Frangilli foi o melhor com 684, mas ele acabou sendo derrotado nas quartas de final para o americano Justin Huish. Na sequência, Huish fez 112-103 sobre o belga Paul Vermeiren na semifinal e venceu a final com 112-107 sobre o sueco Magnus Petersson.

Mais uma vez os sul-coreanos dominaram a rodada de ranqueamento em Sydney-2000, com as três melhores marcas, mas nenhum chegou às semifinais. Atirando em casa, o australiano Simon Fairweather foi brilhante e ficou com o ouro com 113 a 106 sobre o americano Vic Wunderle na decisão.

Local histórico

A competição de tiro com arco em Atenas-2004 foi realizada no estádio de Panathinaiko, que foi sede de várias competições em Atenas-1896 e foi construído no mesmo local onde ocorriam provas dos Jogos Panatinaicos, 330 a.C. O sul-coreano Im Dong-hyun foi o melhor no ranqueamento com 687 pontos, mas foi derrotado nas quartas pelo japonês Hiroshi Yamamoto. O ouro ficou com o italiano Marco Galiazzo.

Em Pequim-2008, o melhor no ranqueamento foi o mexicano Juan René Serrano com 679, que acabou perdendo na semifinal para o sul-coreano Park Kyung-Mo por 115 a 112 e perdeu novamente na disputa do bronze. Park acabou derrotado na decisão pelo ucraniano Viktor Ruban por 113 a 112. A disputa estava empatada antes da última flecha em 103 a 103, mas Ruban fez um 10 contra um 9 do sul-coreano.

Coreia do Sul, finalmente, leva o ouro

Em Londres-2012, pela primeira vez na história o ouro masculino ficou com a Coreia do Sul, com Oh Jin-hyek. Foi nesta edição que foi adotado o sistema de sets nos combates e Oh venceu por 7-1 na decisão o japonês Takaharu Furukawa.

O sul-coreano Gu Bon-chan comemora após conquistar a medalha de ouro no individual na Rio-2016 (Reprodução)

Na Rio-2016, o sul-coreano Gu Bon-chan levou o ouro após derrotar o francês Jean-Charles Valladont por 7 a 3. O norte-americano Brady Ellison levou o bronze. Já em Tóquio-2020, o jovem turco Mete Gazoz surpreendeu o mundo ao conquistar a medalha de ouro. Na final, ele venceu o italiano Mauro Nespoli. O japonês Takaharu Furukawa ficou com o bronze.

Todos os medalhistas

JogosOuroPrataBronze
Munique 1972John WilliamsUSAGunnar JervillSWEKyösti LaasonenFIN
Montreal 1976Darrell PaceUSAHiroshi MichinagaJPNGiancarlo FerrariITA
Moscou 1980Tomi PoikolainenFINBoris IsachenkoURSGiancarlo FerrariITA
Los Angeles1984Darrell PaceUSARick McKinneyUSAHiroshi YamamotoJPN
Seul 1988Jay BarrsUSAPark Seong-SuKORVladimir YesheyevURS
Barcelona 1992Sébastien FlûteFRAJeong Jae-HeonKORSimon TerryGBR
Atlanta 1996Justin HuishUSAMagnus PeterssonSWEOh Gyo-MunKOR
Sydney 2000Simon FairweatherAUSVic WunderleUSAWietse van AltenNED
Atenas 2004Marco GaliazzoITAHiroshi YamamotoJPNTim CuddihyAUS
Pequim 2008Viktor RubanUKRPark Gyeong-MoKORBair BadyonovRUS
Londres 2012Oh Jin-HyeokKORTakaharu FurukawaJPNDai XiaoxiangCHN
Rio 2016Gu Bon-ChanKORJean-Charles ValladontFRABrady EllisonUSA
Tóquio 2020Mete GazozTURMauro NespoliITATakaharu FurukawaJPN

Quadro de medalhas

PaísOuroPrataBronzeTotal
Estados Unidos5218
Coreia do Sul2316
Itália1124
França1102
Austrália1012
Finlândia1012
Ucrânia1001
Turquia1001
Japão0325
Suécia0202
União Soviética0112
Grã-Bretanha0011
Holanda0011
China0011
Rússia0011