Individual feminino
Individual feminino – Tiro com arco – Jogos Olímpicos de Paris-2024
Chances do Brasil
Ana Luiza Caetano é a representante do tiro com arco feminino nos Jogos Olímpicos de Paris-2024. A atleta, que é a atual campeã sul-americana, foi escolhida pela Confederação Brasileira de Tiro com Arco (CBTARCO) para ocupar a vaga obtida por Ana Clara Machado com a conquista da medalha de prata nos Jogos Pan-Americanos de Santiago-2023.
Aos 21 anos de idade, Lulu participa de sua primeira edição olímpica. Apesar disso, a maricaense já esteve presente em outras missões do Time Brasil: Jogos Sul-Americanos Cochabamba-2018 e Assunção-2022 e Jogos Pan-Americanos Lima-2019. Ela faturou o bronze em Assunção, além de um ouro na disputa por equipes.
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Já na atual temporada, Ana foi medalhista de ouro no Campeonato Sul-Americano e ficou em nono lugar no Campeonato Pan-Americano. Ela disputou duas etapas de Copa do Mundo e parou na fase de 16 avos nas duas ocasiões, em Incheon e em Antalya. Seu grande desafio em Paris-2024 é fazer uma boa fase de ranqueamento para conseguir ter uma bom chaveamento na competição e buscar um grande resultado.
As favoritas
A Coreia do Sul é a principal potência da modalidade. Por isso, suas atletas sempre chegam com favoritismo para para a disputa individual dos Jogos Olímpicos. Nesta edição, o país terá três novatas no megaevento: Lim Sihyeon, Jeon Hunyoung e Nam Suhyeon. Lim Sihyeon é a vice-líder do ranking mundial e é o grande nome da atualidade, tendo vencido duas Copas do Mundo nesta temporada.
A número um do mundo é a estadunidense Casey Kaufhold, que foi vice-campeã mundial em 2021, levou o ouro na Copa do Mundo de Paris de 2023 e venceu o Campeonato Pan-Americano de 2024. Mais um grande nome é a mexicana Alejandra Valencia, atual vice-campeã mundial e que já foi três vezes medalhista de ouro nos Jogos Pan-Americanos. A tcheca Marie Horackova chega candidata ao pódio, com o status de atual campeã mundial.
Brasil no individual feminino do tiro com arco
A primeira brasileira a competir no individual feminino do tiro com arco foi Arci Kempner, em Moscou-1980. Ela ficou em 26º lugar entre 29 competidoras com 2.186 pontos. Depois disso, o Brasil só voltou a ter representantes em Jogos Olímpicos na Rio-2016, quando tinha uma equipe garantida por ser país-sede.
Ane Marcelle dos Santos foi o grande destaque. Ela foi 26ª no ranqueamento com 637 pontos e venceu a japonesa Saori Nagamine (7-3) e a australiana Alice Ingley (6-0), mas acabou sendo derrotada nas oitavas de final para a britânica Naomi Folkard (6-2). Foi o melhor resultado do tiro com arco brasileiro na história das Olimpíadas, entre homens e mulheres (igualado por Marcus D’Almeida em Tóquio-2020).
Ainda na Rio-2016, as outras duas brasileiras não tiveram bons desempenhos na fase de ranqueamento e acabaram derrotadas ainda na primeira rodada do mata-mata. Sarah Nikitin foi 50ª colocada no ranqueamento com 609 pontos e perdeu na estreia para a norte-coreana Kang Un-ju por 6 a 0. Já Marina Canetta foi 54ª, com 599, e caiu diante da chinesa Qi Yuhong por 7 a 1.
Em Tóquio-2020, Ane Marcelle disputou sua segunda Olimpíada. Desta vez, ela conseguiu a classificação por méritos próprios, após vencer o Pré-Olímpico das Américas. Nos Jogos Olímpicos, ficou em 33º lugar no ranqueamento com 636 pontos, chegou a vencer a mexicana Ana Vázquez (6-4) na estreia do mata-mata e perdeu para a sul-coreana An San (7-1) – que viria a ser campeã olímpica – na sequência.
Histórico do individual feminino do tiro com arco
A disputa individual feminina do tiro com arco começou em Munique-1972 com a chamada Rodada FITA, onde cada arqueira atirava 36 flechas em cada uma das quatro distâncias (30 m, 50 m, 60 m e 70 m). Após duas dessas rodadas, ganhava a maior pontuação, que ficou com a americana Doreen Wilber, com 2.424 pontos. A polonesa Irena Szydlowska foi a melhor na 1ª rodada com 1.224, mas Wilber fez 1.226 na 2ª e superou a polonesa no total por 17 pontos.
A vitória em Montreal-1976 foi de outra norte-americana, Luann Ryan, campeã com 2.499 pontos, batendo o recorde olímpico na rodada dupla e na simples, com 1.282 pontos. Em Moscou-1980, sem americanas, o ouro ficou com a soviética Keto Losaberidze, com 2.491 pontos.
O domínio sul-coreano começou em Los Angeles-1984. Seo Hyang-soon venceu com 2.568 pontos, melhorando o recorde olímpico em 69 pontos. Competindo em casa em Seul-1988, as sul-coreanas fecharam o pódio no feminino. Na rodada final, Kim Soo-nyung fez 344 pontos em 360 possíveis para ficar com o ouro, seguida de Wang Hee-kyung com 332 e Yun Young-sook com 327.
A partir de Barcelona-1992, após a rodada inicial de ranqueamento, foi introduzido o chaveamento com combates individuais. A sul-coreana Cho Youn-jeong foi a melhor com 1.375 pontos e venceu quatro combates até chegar na final contra a sua compatriota Kim Soo-nyung, vencendo por 112 a 105. Natalia Valeeva, da Equipe Unificada, foi bronze.
Mais um ouro sul-coreano em Atlanta-1996, agora com Kim Kyung-Wook, oitava no ranqueamento. Ela venceu na decisão a chinesa He Ying por 113 a 107. Em Sydney-2000, a Coreia do Sul novamente fechou o pódio, com Yun Mi-jin levando o ouro após um 107-106 na final sobre Kim Nam-soon. Ouro em Seul 12 anos antes, Kim Soo-nyung ficou com o bronze.
A Olimpíada de Atenas-2004 viu mais uma final sul-coreana. Park Sung-hyun, considerada uma das maiores arqueiras da história, venceu sua compatriota Lee Sung-jin na final por 110 a 108. Park voltou em Pequim-2008 como grande favorita e foi a melhor no ranqueamento com 673 pontos. Seguiu dominando seus combates, mas na decisão perdeu para a chinesa Zhang Juanjuan por apertados 110 a 109.
A Coreia do Sul voltou ao topo em Londres-2012, quando foi implantado o sistema de sets, com Ki Bo-Bae levando o ouro ao bater a mexicana Aida Roman na final na flecha desempate. A também mexicana Mariana Avitia foi bronze. Na Rio-2016, Gi Bo-Bae era novamente a favorita, mas ficou com o bronze. Sua compatriota Chang Hye-jin levou o ouro ao vencer a surpresa alemã Lisa Uhruh por 7 a 3 na final.
Em Tóquio-2020, a Coreia do Sul conquistou o ouro mais uma vez, agora com An San. Ela fez uma campanha arrasadora nas primeiras rodadas, derrotando inclusive a brasileira Ane Marcelle dos Santos, e venceu na flecha desempate na semifinal e na final. A prata foi para a russa Elena Osipova, enquanto a italiana Lucilla Boari foi bronze.
Todas as medalhistas
Jogos | Ouro | Prata | Bronze | |||
Munique 1972 | Doreen Wilber | USA | Irena Szydłowska | POL | Emma Gapchenko | URS |
Montreal 1976 | Luann Ryon | USA | Valentina Kovpan | URS | Zebiniso Rustamova | URS |
Moscou 1980 | Ketevan Losaberidze | URS | Nataliya Butuzova | URS | Päivi Meriluoto | FIN |
Los Angeles 1984 | Seo Hyang-Sun | KOR | Li Lingjuan | CHN | Kim Jin-Ho | KOR |
Seul 1988 | Kim Su-Nyeong | KOR | Wang Hui-Gyeong | KOR | Yun Yeong-Suk | KOR |
Barcelona 1992 | Jo Yun-Jeong | KOR | Kim Su-Nyeong | KOR | Natalia Valeeva | EUN |
Atlanta 1996 | Kim Gyeong-Uk | KOR | He Ying | CHN | Olena Sadovnycha | UKR |
Sydney 2000 | Yun Mi-Jin | KOR | Kim Nam-Sun | KOR | Kim Su-Nyeong | KOR |
Atenas 2004 | Park Seong-Hyeon | KOR | Lee Seong-Jin | KOR | Alison Williamson | GBR |
Pequim 2008 | Zhang Juanjuan | CHN | Park Seong-Hyeon | KOR | Yun Ok-Hui | KOR |
Londres 2012 | Gi Bo-Bae | KOR | Aída Román | MEX | Mariana Avitia | MEX |
Rio 2016 | Jang Hye-Jin | KOR | Lisa Unruh | GER | Gi Bo-Bae | KOR |
Tóquio 2020 | An San | KOR | Elena Osipova | ROC | Lucilla Boari | ITA |
Quadro de medalhas
País | Ouro | Prata | Bronze | Total |
Coreia do Sul | 9 | 5 | 5 | 19 |
Estados Unidos | 2 | 0 | 0 | 2 |
União Soviética | 1 | 2 | 2 | 5 |
China | 1 | 2 | 0 | 3 |
México | 0 | 1 | 1 | 2 |
Alemanha | 0 | 1 | 0 | 1 |
Polônia | 0 | 1 | 0 | 1 |
Comitê Olímpico Russo | 0 | 1 | 0 | 1 |
Finlândia | 0 | 0 | 1 | 1 |
Grã-Bretanha | 0 | 0 | 1 | 1 |
Itália | 0 | 0 | 1 | 1 |
Ucrânia | 0 | 0 | 1 | 1 |
Equipe Unificada | 0 | 0 | 1 | 1 |