Simples masculino
Simples masculino – Tênis – Jogos Olímpicos de Paris-2024
Chances do Brasil
Thiago Wild e Thiago Monteiro são os representantes brasileiros no torneio de simples masculino do tênis nos Jogos Olímpicos de Paris-2024. Wild se classificou após fechar a corrida olímpica na 70ª colocação do ranking mundial, enquanto Monteiro garantiu vaga por ter sido medalhista de bronze nos Jogos Pan-Americanos de Santiago-2023.
Wild faz sua estreia olímpica, enquanto Monteiro disputa o megaevento pela segunda vez, após Tóquio-2020. Os jogos do tênis em Paris-2024 ocorrerão em Roland Garros, local icônico para a modalidade e que abriga um dos quatro Grand Slams. Os dois brasileiros se dão bem no saibro e têm memórias boas do Major francês.
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Foi lá que Wild conquistou a maior vitória da carreira, ao derrotar o russo Daniil Medvedev, à época vice-líder do ranking, em 2023. Naquela ocasião, o paranaense de 24 anos chegou até a terceira rodada do torneio. Já Monteiro também atingiu a terceira rodada de RG em 2020. Neste ano, Monteiro furou o qualifying do torneio e caiu na primeira rodada.
Tanto Thiago Wild quanto Thiago Monteiro vivem bons momentos na carreira. Eles não estão entre os favoritos por uma medalha, mas podem chegar longe e, quem sabe, surpreender a depender do chaveamento.
Os favoritos
Novak Djokovic é o principal nome do tênis masculino da atualidade e quer buscar seu primeiro ouro olímpico individual. Seu currículo dispensa comentários. Ele é o maior vencedor de Grand Slams da história, com 24 troféus ao todo, e já ficou 428 semanas sendo número um do mundo. O sérvio já venceu Roland Garros em três oportunidades, incluindo em 2023. Neste ano, sofreu uma lesão e não disputou as quartas de final do torneio.
O espanhol Carlos Alcaraz aparece para atrapalhar os planos de Djokovic. Com apenas 21 anos de idade, ele já ganhou quatro Grand Slams e chega com moral após os títulos de Roland Garros e de Wimbledon. O alemão Alexander Zverev, que é o atual campeão olímpico e foi vice-campeão de RG 2024, também chega forte na briga pela medalha. Outro nome é o italiano Jannik Sinner, atual líder do ranking mundial.
Quem se dá bem no famoso saibro francês é o norueguês Casper Ruud, vice-campeão de Roland Garros em 2022 e em 2023 e semifinalista em 2024. A lenda Rafael Nadal também não pode ser descartada, apesar de estar competindo pouco por conta de lesões. Ele é quase imbatível em Roland Garros, tendo vencido o torneio em 14 oportunidades. Paris-2024 será a “última dança” olímpica dele, que foi ouro em Pequim-2008.
Brasil no simples masculino do tênis
Como em todas as outras categorias do tênis, as disputas de simples só tiveram a presença do Brasil a partir da edição de 1988, na cidade de Seul, quando o tênis retornava ao programa olímpico. De lá para cá o Brasil esteve presente em todas as edições, totalizando oito participações entre as 15 já disputadas. Nosso melhor resultado é o quarto lugar de Fernando Meligeni em Atlanta-1996, quando o brasileiro foi derrotado na disputa do bronze pelo indiano Leander Paes
O paulistano Luiz Mattar foi o nosso primeiro representante em Seul-1988. Na Coreia do Sul, o brasileiro estreou contra o australiano Wally Masur, de quem perdeu por 3 sets a 2 em um jogo muito disputado. Com a derrota logo na primeira rodada o paulistano terminou na 33ª colocação. Quatro anos depois, em Barcelona-1992, Mattar novamente se classificou para as disputas de simples, sendo derrotado também na estreia do torneio.
Quem também participou daquela edição de Barcelona-1992 foi Jaime Oncins, conseguindo chegar às quartas de final. Na primeira partida, vitória por 3 a 2. Na segunda rodada, contra o americano Michael Chang, novo triunfo, agora por 3 a 1. A terceira rodada foi contra o neerlandês Mark Koevermans, e uma vitória por 3 a 0 decretou sua passagem para as quartas de final. Na partida que valia a passagem para uma inédita semifinal para o Brasil em um torneio olímpico, Oncins acabou perdendo para Andrei Cherkasov, tenista de origem russa e que estava representando a Equipe Unificada, perdendo por 3 a 2.
A medalha do tênis brasileiro nunca esteve tão próxima quanto em 1996, nas Olimpíadas de Atlanta. Nascido na Argentina, mas criado no Brasil, Fernando Meligeni por muito pouco não colocou a bandeira do Brasil no pódio olímpico do tênis. Meligeni começou vencendo o italiano Stefano Pescosolido por 2 a 0. Na rodada seguinte, a vitória foi contra o espanhol Albert Costa, sexto cabeça de chave, também por 2 a 0. A terceira rodada foi vencida contra Mark Philippoussis, da Austrália, e nas quartas de final diante do russo Andrei Olhovskiy, ambas por 2 sets a 1.
Na inédita semifinal para o Brasil, o espanhol Sergio Bruguera, bicampeão de Roland Garros, acabou vencendo Fininho por 2 a 0. Na disputa do bronze, nova derrota para Meligeni, dessa vez contra o indiano Leander Paes por 2 a 1, de virada.
Quatro anos depois o Brasil chegaria a Sydney-2000 com um dos tenistas favoritos ao ouro, Gustavo Kuerten, o Guga. Segundo cabeça de chave, Guga venceu os seus três primeiros jogos por 2 a 0, até encontrar nas quartas de finais o russo Yevgeny Kafelnikov, um de seus maiores rivais no circuito mundial. Vitória de Kafelnikov por 2 a 0.
Nas três edições seguintes o Brasil não conseguiu passar da primeira rodada. Em Atenas-2004, o Brasil foi representado por Gustavo Kuerten e Flávio Saretta. Enquanto Guga perdia na primeira rodada para o chileno Nicolás Massú, Flávio Saretta era derrotado por Andy Roddick.
Em 2008, na cidade de Pequim, Thomaz Bellucci foi derrotado no primeiro jogo pelo eslovaco Dominik Hrbaty por 2 a 1 com direito a virada. Quatro anos depois, o Brasil novamente foi representado por Thomaz Bellucci em Londres-2012. Dessa vez, a derrota na primeira rodada aconteceu diante de Jo-Wilfried Tsonga, da França, novamente por 2 a 1 e novamente de virada.
A melhor participação de Thomaz Bellucci aconteceu na última edição, em sua terceira participação. Na Rio-2016, o tenista paulista avançou até às quartas de finais, após passar por Dustin Brown, da Alemanha, Pablo Cuevas, do Uruguai, e pelo belga David Goffin.
Nas quartas de final, Bellucci enfrentou um dos grandes favoritos ao ouro, o espanhol Rafael Nadal. O brasileiro até começou melhor que o adversário e venceu o primeiro set por 6 a 2, mas o espanhol se reencontrou no jogo e acabou virando para cima de Bellucci com placares de 6/4 e 6/2. Naquela edição, o Brasil também foi representado por Rogério Dutra da Silva, que avançou apenas até a segunda rodada do torneio.
O Brasil contou com dois representantes em Tóquio-2020: João Menezes, campeão do Pan de Lima-2019, e Thiago Monteiro, que entrou pelo ranking mundial. Os dois acabaram derrotados logo na estreia. Menezes perdeu para o croata Martin Cilic por 2 a 1 (6/7 [5], 7/5 e 7/6 [7], enquanto Monteiro caiu diante do alemão Jan-Lennard Struff pof 2 a 0 (6/3 e 6/4).
Histórico
O tênis esteve presente logo na primeira edição das Olimpíadas da Era Moderna, em Atenas-1896, com as disputas de simples masculino e duplas masculinas. Depois de Paris-1924, o esporte foi retirado do programa olímpico, retornando 64 anos depois, na edição de Seul-1988.
No total, foram disputadas 16 edições de simples masculino, sendo a Grã-Bretanha a maior campeã, com cinco medalhas de ouro conquistadas. Em segundo lugar aparecem os Estados Unidos com três ouros e em terceiro a África do Sul, com duas. Rússia, Suíça, Chile, Espanha, Alemanha e a extinta Tchecoslováquia completam a lista daqueles países que já conquistaram ao menos uma medalha de ouro.
O Brasil esteve presente em nove edições de simples masculino, tendo como melhor resultado o quarto lugar de Fernando Meligeni em Atlanta-1996, quando foi derrotado na disputa do bronze pelo indiano Leander Paes.
No torneio de simples de Atenas-1896, o primeiro campeão foi o britânico John Pius Boland, que na final derrotou o grego Dionysios Kasdaglis por 2 sets a 0. Quatro anos depois, a Grã-Bretanha se tornaria bicampeã olímpica em Paris-1900 com um pódio formado apenas por tenistas do país. Pentacampeão de Wimbledon e campeão do US Open de 1903, o medalhista de ouro naquela edição foi Laurence Doherty, que venceu na final o seu compatriota Harold Mahony por 3 sets a 2. Ainda em Paris, Laurence também venceria a disputa de duplas masculinas.
A edição de Saint Louis-1904 foi marcada por um pódio novamente composto apenas por jogadores do mesmo país, mas dessa vez a nação em questão era a dona da casa, os Estados Unidos. O torneio naquele ano foi quase todo disputado apenas por americanos. Ouro para Beals Wright, campeão nas duplas masculinas na mesma edição e campeão do US Open em 1905, prata para Robert LeRoy e bronzes para Alphonzo Bell e Edgar Leonard.
A partir das Olímpiadas de Londres-1908, passou-se a ser distribuída apenas uma medalha de bronze nas disputas de tênis. A edição foi vencida novamente pelos britânicos, a grande potência do tênis na época. Major Ritchie foi campeão, derrotando na final o alemão Otto Froitzheim por 3 a 0.
Quatro anos depois, em Estocolmo-1912, a África do Sul conquistou a sua primeira medalha de ouro com Charles Winslow. Na final, ele derrotou o seu compatriota Harold Kitson. O bronze foi para a Alemanha de Oscar Kreuzera. A segunda medalha de ouro da África do Sul veio nos Jogos Olímpicos da Antuérpia, em 1920. Natural de Pretória, Louis Raymond se sagrou campeão ao derrotar na final o japonês Ichiya Kumagae.
As Olimpíadas de Paris-1924 foram especiais para o americano Vincent Richards, campeão das disputas de simples naquela edição. Além de conquistar o ouro nessa modalidade contra o francês Henri Cochet por 3 a 2, foi também campeão nas duplas masculinas e vice-campeão nas duplas mistas, se despedindo de Paris com três medalhas. Após Paris-1924 o tênis foi retirado das Olimpíadas e só retornou em Seul-1988.
Naquela edição, Miloslav Mecir, da extinta Tchecoslováquia, acabou se tornando o campeão, derrotando na final Tim Mayotte, dos Estados Unidos, por 3 sets a 1. Em Barcelona-1992, o ouro foi para a Suíça, com a vitória de Marc Rosset, que na final derrotou o espanhol Jordi Arresea por 3 sets a 2 em uma das finais mais equilibradas da história olímpica.
A edição seguinte, Atlanta-1996, reuniu alguns dos maiores nomes do tênis da época e teve no topo do pódio uma das figuras mais importantes da história do esporte, o americano Andre Agassi. Diante da sua torcida, Agassi derrotou Sergi Bruguera, da Espanha, por 3 a 0. A medalha de bronze foi conquistada pelo indiano Leander Paes, que derrotou o brasileiro Fernando Meligeni por 2 a 1.
A edição seguinte também foi vencida por outro grande nome do tênis mundial, o russo Yevgeny Kafelnikov. Em Sydney-2000, o russo passou por algumas lendas do esporte até conquistar a medalha de ouro, como o brasileiro Gustavo Kuerten nas quartas de final. Na partida final, Kafelnikov derrotou o alemão Tommy Haas por 3 sets a 2.
O Chile teve a Olimpíada dos sonhos em Atenas-2004. O país teve os seus dois tenistas subindo ao pódio de simples, sendo campeão com Nicolás Massú e bronze com Fernando González. Massú derrotou, entre outros, o brasileiro Gustavo Kuerten, o espanhol Carlos Moyà e o americano Taylor Dent. Na final a vitória foi sobre outro representante dos Estados Unidos, Mardy Fish, por 3 a 2. Enquanto isso, o seu compatriota Fernando González conquistava o bronze contra Taylor Dent.
Em Pequim-2008, quem brilhou foi o espanhol Rafael Nadal, um dos melhores tenistas de todos os tempos, ao lado de Roger Federer e Novak Djokovic. O espanhol avançou até a final, batendo nas semifinais o sérvio Djokovic por 2 a 1, que acabou ficando com a medalha de bronze. Na final, Nadal superou o chileno Fernando González vencendo por 3 sets a 0.
As duas edições seguintes foram vencidas pelo britânico Andy Murray. O primeiro título do britânico foi conquistando em Londres-2012. Em casa, na grama sagrada de Wimbledon, o tenista britânico derrotou o suíço Roger Federar na final, por 3 sets a 0. A segunda medalha de ouro de Andy Murray foi conquistada na Rio-2016. O britânico enfrentou na final o argentino Juan Martín del Potro e em uma final épica, de mais de 4 horas de duração e 3 a 2 no placar, Murray faturou o bicampeonato olímpico.
O sérvio Novak Djokovic chegou com grande expectativa em Tóquio-2020, após vencer Australian Open, Roland Garros e Wimbledon naquela temporada. Ele buscava seu primeiro ouro olímpico, mas teve os planos frustrados pelo alemão Alexander Zverev, que o derrotou na semifinal. Mais tarde, Zverev sagrou-se campeão ao bater o russo Karen Khachanov por 6/3 e 6/1 na final. Já Djoko perdeu a disputa do bronze para o espanhol Pablo Carreño Busta e saiu sem medalha.
Todos os medalhistas
Jogos | Ouro | Prata | Bronze | |||
Atenas 1896 | John Pius Boland | GBR | Demetrius Casdagli | GRE | Momcsilló Tapavicza Konstantinos Paspatis | HUN GRE |
Paris 1900 | Laurie Doherty | GBR | Harold Mahony | GBR | Reggie Doherty Arthur Norris | GBR GBR |
St. Louis 1904 | Beals Wright | USA | Robert LeRoy | USA | Edgar Leonard Alphonzo Bell | USA USA |
Londres 1908 | Josiah Ritchie | GBR | Otto Froitzheim | GER | Wilberforce Eaves | GBR |
Estocolmo 1912 | Charles Winslow | RSA | Harry Kitson | RSA | Oskar Kreuzer | GER |
Antuérpia 1920 | Louis Raymond | RSA | Ichiya Kumagae | JPN | Charles Winslow | RSA |
Paris 1924 | Vinnie Richards | USA | Henri Cochet | FRA | Umberto De Morpurgo | ITA |
Seul 1988 | Miloslav Mecir | TCH | Tim Mayotte | USA | Stefan Edberg Brad Gilbert | SWE USA |
Barcelona 1992 | Marc Rosset | SUI | Jordi Arrese | ESP | Goran Ivanišević Andrey Cherkasov | CRO EUN |
Atlanta 1996 | Andre Agassi | USA | Sergi Bruguera | ESP | Leander Paes | IND |
Sydney 2000 | Yevgeny Kafelnikov | RUS | Tommy Haas | GER | Arnaud Di Pasquale | FRA |
Atenas 2004 | Nicolás Massú | CHI | Mardy Fish | USA | Fernando González | CHI |
Pequim 2008 | Rafael Nadal | ESP | Fernando González | CHI | Novak Đoković | SRB |
Londres 2012 | Andy Murray | GBR | Roger Federer | SUI | Juan Martín del Potro | ARG |
Rio 2016 | Andy Murray | GBR | Juan Martín del Potro | ARG | Kei Nishikori | JPN |
Tóquio 2020 | Alexander Zverev | GER | Karen Khachanov | ROC | Pablo Carreño Busta | ESP |
Quadro de medalhas
País | Ouro | Prata | Bronze | Total |
Grã-Bretanha | 5 | 1 | 3 | 9 |
Estados Unidos | 3 | 3 | 3 | 9 |
África do Sul | 2 | 1 | 1 | 4 |
Alemanha | 1 | 2 | 1 | 4 |
Espanha | 1 | 2 | 1 | 4 |
Chile | 1 | 1 | 1 | 3 |
Suíça | 1 | 1 | 0 | 2 |
Tchecoslováquia | 1 | 0 | 0 | 1 |
Rússia | 1 | 0 | 0 | 1 |
Argentina | 0 | 1 | 1 | 2 |
França | 0 | 1 | 1 | 2 |
Grécia | 0 | 1 | 1 | 2 |
Japão | 0 | 1 | 1 | 2 |
Comitê Olímpico Russo | 0 | 1 | 0 | 1 |
Croácia | 0 | 0 | 1 | 1 |
Hungria | 0 | 0 | 1 | 1 |
Índia | 0 | 0 | 1 | 1 |
Itália | 0 | 0 | 1 | 1 |
Sérvia | 0 | 0 | 1 | 1 |
Suécia | 0 | 0 | 1 | 1 |
Equipe Unificada | 0 | 0 | 1 | 1 |