Simples feminino
Simples feminino – Tênis – Jogos Olímpicos de Paris-2024
Chances do Brasil
Beatriz Haddad Maia e Laura Pigossi são as representantes do Brasil no torneio de simples feminino do tênis nos Jogos Olímpicos de Paris-2024. Bia se classificou após fechar a corrida olímpica na 20ª colocação do ranking mundial, enquanto Laurinha obteve vaga com a medalha de ouro conquistada nos Jogos Pan-Americanos de Santiago-2023.
Bia é o principal nome do tênis brasileiro da atualidade, mas não vive uma boa fase. Ela disputou 17 torneios do circuito da WTA nesta temporada e caiu nas primeiras rodadas em quase todos eles. A paulista de 28 anos avançou à terceira rodada do Australian Open e de Roland Garros e chegou nas quartas do WTA 1000 de Madri e na semi do WTA 500 de Abu Dhabi.
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Apesar disso, Bia tem um histórico recente muito bom em Roland Garros, local histórico onde ocorrerão as disputas do tênis em Paris-2024. Ela chegou na semifinal do Grand Slam em 2023, quando parou apenas na polonesa Iga Swiatek, que é atual tricampeã do torneio. Portanto, a brasileira pode chegar longe em sua primeira participação em Jogos Olímpicos e, quem sabe, sonhar com o pódio.
Laura Pigossi fechou a corrida olímpica na 115ª colocação do ranking mundial. Aos 29 anos, ela vai para sua segunda Olimpíada após ter sido medalhista de bronze nas duplas femininas em Tóquio-2020 ao lado de Luisa Stefani. Especialista no saibro, Laurinha é especialista no saibro, furou o qualifying de Roland Garros e foi campeã do ITF W50 de Pretória neste ano.
As favoritas
A principal favorita ao ouro em simples feminino do tênis nos Jogos Olímpicos de Paris-2024 é Iga Swiatek, atual número um do mundo e que é praticamente imbatível jogando no saibro – em especial em Roland Garros, onde ocorrerão as disputas do tênis em Paris-2024. A polonesa já venceu o Grand Slam em quatro oportunidades, sendo a atual tricampeã. Ela venceu 35 dos 37 jogos que fez no torneio.
Há algumas tenistas que podem desbancar o favoritismo da polonesa. É o caso da estadunidense Coco Gauff, vice-líder do ranking mundial e finalista de Roland Garros 2022. A italiana Jasmine Paolini, que vive grande fase na carreira, tendo sido finalista de Roland Garros e de Wimbledon na temporada, é outro bom nome. Destaque também para as tchecas Karolina Muchova, vice-campeã de Roland Garros 2023, e Barbora Krejcikova, campeã de Wimbledon 2024.
Outras atletas do top-10 do mundo merecem citação, apesar de não terem o saibro como especialidade: Elena Rybakina (Cazaquistão), Jessica Pegula (Estados Unidos), Markéta Vondrousova (República Tcheca) – atual vice-campeã olímpica -, e Maria Sakkari (Grécia). Por fim, vale destaque para a chinesa Zheng Qinwen, número oito do mundo.
Brasil no simples feminino do tênis
O Brasil não tem uma longa história olímpica no tênis feminino, tendo participado de apenas três edições entre as 13 que já foram disputadas. Nosso maior nome da modalidade, Maria Ester Bueno, nunca teve a oportunidade de disputar uma edição de Jogos Olímpicos. Multicampeã em Grand Slams nas competições de simples e duplas, Maria Esther brilhou no momento em que o tênis não fazia parte do cronograma olímpico.
Sendo assim, nossa melhor colocação nas disputas de simples aconteceu em 1988, com Gisele Miró, única tenista a conquistar uma vitória na chave olímpica da categoria, na volta da modalidade ao programa olímpico. Gisele estreou nas Olimpíadas derrotando a canadense Helen Kelesi por 2 a 0. A vitória da brasileira foi um grande feito, já que ela ocupava o 137º lugar do ranking mundial, enquanto a canadense era a 22ª. Na fase seguinte, entretanto, a curitibana acabou caindo para a búlgara Karerina Maleeva por 2 sets a 0, se despedindo de Seul na 17ª colocação.
Quatro anos depois, Andrea Vieira classificava o Brasil para sua segunda participação olímpica nas disputas de simples feminino na Olimpíada de Barcelona-1992. A paulistana caiu logo na primeira rodada diante de Manuela Maleeva, medalhista de bronze em 1988 representando a Bulgária, mas que naquela edição havia se naturalizado suíça. Andrea Vieira ainda disputaria a competição de duplas em Barcelona, vencendo na primeira rodada, mas perdendo na segunda.
A nossa terceira participação veio justamente nas Olimpíadas disputadas no Brasil. A alagoana Teliana Pereira foi a representante brasileira na Rio-2016 após receber um dos convites da Federação Internacional de Tênis (ITF) por ser representante do país-sede. Teliana acabou derrotada em sua estreia pela francesa Caroline Garcia por 2 sets a 0 (6/1 e 6/2).
Histórico
O tênis foi o primeiro esporte, ao lado do golfe, a aceitar a participação de mulheres nos Jogos Olímpicos. Após ficarem totalmente ausentes na primeira edição do evento em Atenas-1986, as mulheres lutaram muito para que tivessem o direito de competirem nas Olímpiadas, o que foi alcançado em 1900 nos Jogos de Paris com as disputas do torneio individual e de duplas mistas.
Desde os Jogos de 1900 foram disputadas 13 edições olímpicas e os Estados Unidos são os maiores vencedores do torneio com cinco medalhas de ouro e quatro de prata. Todas as vezes que as representantes do país americano chegaram a uma final, saíram campeãs.
Em segundo lugar aparecem empatadas com duas medalhas de ouro a França e a Grã-Bretanha, mas França vence nas medalhas de prata, três contra duas das inglesas. Alemanha, Rússia e Porto Rico completam a lista de países que já conquistaram ao menos uma medalha de ouro no torneio de simples feminino.
A Grã-Bretanha conquistou logo os seus dois títulos nas primeiras edições do evento. Pentacampeã do Grand Slam de Wimbledon, a britânica Charlotte Cooper foi a responsável por conquistar o primeiro título entregue em Paris-1900. Na final, Charlotte derrotou a francesa Yvonne Prévost por 6/1 e 6/4. Na mesma edição Charlotte se sagrou campeã também das duplas mistas ao lado de Reginald Doherty.
Com apenas seis duplas na chave do torneio, não foram disputadas medalhas de bronze. Assim, as duas duplas derrotadas nas semifinais ficaram com as medalhas de bronze. A primeira das medalhas foi conquistada por Marion Jones, bicampeã do US Open no individual, e pela polonesa Hedwiga Rosenbaumová.
Quatro anos depois as britânicas brilharam nas quadras de Wimbledon, durante os Jogos de Londres-1908. Lá, as atletas britânicas se destacaram, ganhando as três medalhas em disputa. Ouro para Dorothea Lambert Chambers, sete vezes campeã de Wimbledon, prata para Dora Boothby, que viria a se tornar campeã de Wimbledon em 1909, e bronze para Ruth Winch.
Após os dois títulos britânicos consecutivos, foi a vez da França conseguir esse bicampeonato na simples feminina. O primeiro título veio em 1912, nos Jogos Olímpicos de Estocolmo, com a vitória de Marguerite Broquedis sobre a alemã Dorothea Koring de virada, por 2 sets a 1. A Noruega ficou com a medalha de bronze através de Molla Bjurstedt Mallory, oito vezes campeã do US Open. Naquela mesma edição, Dorothea Koring conquistaria a medalha de ouro nas duplas mistas, enquanto a francesa Marguerite Broquedis conquistaria o bronze.
O segundo título francês aconteceu oito anos depois, na edição de Antuérpia-1920. E veio com o maior nome do tênis feminino da França, a parisiense Suzanne Lenglen. A francesa não teve grande trabalho em seu percurso até o ouro. Nas três primeiras rodadas, três vitórias por duplo 6/0, a chamada bicicleta no tênis.
Nas semifinais, vitória sobre a sueca Sigrid Fick por 2 a 0. Na final Lenglen encarou a britânica Dorothy Holman, com uma nova vitória por 2 sets a 0. Kathleen McKane, campeã das duplas femininas naquela edição e detentora de outras três medalhas olímpicas ao longo da história, ficou com a medalha de bronze.
O primeiro título dos Estados Unidos só foi conquistado na edição de Paris-1924, com Helen Wills. Na final, ela derrotou a francesa Julie Vlasto por duplo 6/2. Assim como em 1920, o bronze foi novamente conquistado pela britânica Kathleen McKane.
Depois da edição de 1924, o tênis saiu do programa olímpico e só retornou na edição de Seul-1988. Naquele ano, a alemã Steffi Graf vivia o seu ano de glória. Um dos maiores nomes do tênis feminino, Steffi conquistou todos os torneios mais importantes do mundo naquele ano, incluindo o título em simples das Olímpiadas. Campeã de Roland Garros, do Australian Open, do US Open, de Wimbledon e campeã olímpica, Steffi é até hoje a única tenista a conquistar os cinco maiores títulos em um mesmo ano.
Na final de Seul-1988 a alemã derrotou a argentina Gabriela Sabatini por duplo 6/3. A medalha de Gabriela Sabatini, muito famosa no Brasil também por dar nome a um popular perfume nas décadas de 80 e 90, foi a primeira de uma latina no tênis individual. Naquela edição foram distribuídas duas medalhas de bronze, que foram conquistadas pelas derrotadas nas semifinais, a americana Zina Garrison e a búlgara Manuela Maleeva.
Os Estados Unidos voltaram a conquistar a medalha de ouro em Barcelona-1992, com Jennifer Capriati. A americana derrotou de virada na final a alemã Steffi Graf, vigente campeã olímpica, por 2 sets a 1. Naquela edição foram entregues duas medalhas de bronze para as derrotadas nas semifinais, Mary Joe Fernández, dos Estados Unidos, e Arantxa Sánchez Vicario, da Espanha.
Quatro anos depois, em Atlanta-1996, Mary Joe se tornaria campeã olímpica nas duplas. A barcelonesa Arantxa, que já detinha quatro Grand Slams em simples, conquistaria ainda nas quadras de sua cidade natal a medalha de prata nas duplas femininas em 1992.
Outro grande nome do tênis feminino dos Estados Unidos conquistou o topo do pódio nas Olimpíadas de 1996. Lindsay Davenport, então com apenas 20 anos de idade, se sagrou campeã olímpica ao derrotar a forte espanhola Arantxa Sánchez Vicario por 2 sets a 0. Arantxa já havia sido medalhista de bronze na disputa individual quatro anos antes, em Barcelona, e ainda conquistaria a medalha de bronze nas duplas femininas em 1996.
Os Estados Unidos conquistaram a sua quarta medalha de ouro nas disputas de simples feminino em Sydney-2000 com outra lenda do tênis feminino, Venus Williams, tetracampeã de Wimbledon e bicampeã do US Open em simples. Em Olimpíadas, a mais velha das irmãs Williams conta com quatro ouros olímpicos e uma prata. Uma dessas medalhas de Venus foi justamente a final de Sydney-2000 conquistada contra outro grande nome do esporte, a russa Elena Dementieva. Vitória por 2 sets a 1. A medalha de bronze foi conquistada por Monica Sales, dos Estados Unidos.
Assim como a edição de Sydney, as Olimpíadas de Atenas-2004 contaram com nomes importantes do tênis feminino subindo ao pódio. A medalha de ouro ficou com a belga Justine Henin, tetracampeã de Roland Garros, bicampeã do US Open, campeã do Australian Open e bicampeã da WTA Finals em simples. Na final, Justine Henin derrotou a francesa Amélie Mauresmo por duplo 6/3. A medalha de bronze ficou com a australiana Alicia Molik, dona de dois títulos de Grand Slams em duplas.
Nas Olimpíadas de Pequim-2008, a Rússia se tornou o segundo país a conquistar um pódio completo em simples feminino nos Jogos Olímpicos, exatamente 100 anos depois do feito da Grã-Bretanha. A medalha de ouro foi conquistada por Elena Dementieva. Na final, a vitória foi contra a sua compatriota Dinara Safina em um jogo emocionante, por 3 sets a 2. A também russa Vera Zvonareva completou o pódio para o país ao derrotar na disputa pelo bronze a chinesa Na Li por 2 a 0.
Após bater na trave em algumas edições, Serena Williams finalmente conseguiu o título olímpico de simples em Londres-2012. Um dos maiores nomes da história do tênis mundial, Serena fez uma campanha bastante consistente em Londres. Na final, enfrentou a russa Maria Sharapova, dona de cinco Grand Slams em simples. A vitória, contra muitos prognósticos que esperavam um confronto mais equilibrado, acabou sendo um passeio para Serena: 2 a 0, com parciais de 6/0 e 6/1.
A edição da Rio-2016 teve um dos resultados mais surpreendentes na história das disputas de simples em Jogos Olímpicos. Várias das favoritas foram caindo ao longo do caminho. Serena Williams, então número um do mundo e grande favorita ao ouro, caiu logo na terceira rodada, assim como Garbiñe Muguruza. Roberta Vinci da Itália na primeira, bem como Venus Williams.
Tantas surpresas culminaram na vitória da porto-riquenha Monica Puig. A histórica primeira medalha de uma latino-americana só poderia vir mesmo na edição do Rio de Janeiro. Apesar de atravessar uma boa fase na carreira naquele momento, Monica estava longe de ser apontada como uma provável finalista. Na final, Monica Puig derrotou a segunda favorita ao ouro, a alemã Angelique Kerber por 2 a 1. O bronze foi conquistado pela tcheca Petra Kvitová.
Em Tóquio-2020, o torneio contou com algumas desistências por conta da pandemia da Covid-19, que ainda assombrava o mundo. Ainda assim, muitas grandes tenistas participaram, incluindo seis do top-10 mundial da época. O ouro ficou com a suíça Belinda Bencic, cabeça de chave número nove, que derrotou a tcheca Marketá Vondrousová por 2 a 1 (7/5, 2/6 e 6/3) na grande decisão. Foi a primeira medalha de ouro da Suíça em simples feminino em Olimpíadas. O bronze ficou com a ucraniana Elina Svitolina.
Todos os medalhistas
Jogos | Ouro | Prata | Bronze | |||
Paris 1900 | Charlotte Cooper | GBR | Yvonne Prévost | FRA | Marion Jones Hedwig Rosenbaum | USA BOH |
Londres 1908 | Dorothy Lambert Chambers | GBR | Dora Boothby | GBR | Ruth Winch | GBR |
Estocolmo 1912 | Marguerite Broquedis | FRA | Dora Köring | GER | Molla Bjurstedt | NOR |
Antuérpia 1920 | Suzanne Lenglen | FRA | Dorothy Holman | GBR | Kitty McKane | GBR |
Paris 1924 | Helen Wills | USA | Julie Vlasto | FRA | Kitty McKane | GBR |
Seul 1988 | Steffi Graf | FRG | Gabriela Sabatini | ARG | Zina Garrison Manuela Maleeva | USA BUL |
Barcelona 1992 | Jennifer Capriati | USA | Steffi Graf | GER | Arantxa Sánchez Vicario Mary Joe Fernandez | ESP USA |
Atlanta 1996 | Lindsay Davenport | USA | Arantxa Sánchez Vicario | ESP | Jana Novotná | CZE |
Sydney 2000 | Venus Williams | USA | Yelena Dementyeva | RUS | Monica Seles | USA |
Atenas 2004 | Justine Henin-Hardenne | BEL | Amélie Mauresmo | FRA | Alicia Molik | AUS |
Pequim 2008 | Yelena Dementyeva | RUS | Dinara Safina | RUS | Vera Zvonaryova | RUS |
Londres 2012 | Serena Williams | USA | Mariya Sharapova | RUS | Vika Azarenka | BLR |
Rio 2016 | Mónica Puig | PUR | Angelique Kerber | GER | Petra Kvitová | CZE |
Tóquio 2020 | Belinda Bencic | SUI | Marketá Vondrousová | CZE | Elina Svitolina | UKR |
Quadro de medalhas
País | Ouro | Prata | Bronze | Total |
Estados Unidos | 5 | 0 | 4 | 9 |
França | 2 | 3 | 0 | 5 |
Grã-Bretanha | 2 | 2 | 3 | 7 |
Rússia | 1 | 3 | 1 | 5 |
Bélgica | 1 | 0 | 0 | 1 |
Porto Rico | 1 | 0 | 0 | 1 |
Suíça | 1 | 0 | 0 | 1 |
Alemanha Ocidental | 1 | 0 | 0 | 1 |
Alemanha | 0 | 3 | 0 | 3 |
República Tcheca | 0 | 1 | 2 | 3 |
Espanha | 0 | 1 | 1 | 2 |
Argentina | 0 | 1 | 0 | 1 |
Austrália | 0 | 0 | 1 | 1 |
Belarus | 0 | 0 | 1 | 1 |
Bohemia | 0 | 0 | 1 | 1 |
Bulgária | 0 | 0 | 1 | 1 |
Noruega | 0 | 0 | 1 | 1 |
Ucrânia | 0 | 0 | 1 | 1 |