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Duplas masculinas

Thiago Wild e Thiago Monteiro representam o Brasil nas duplas masculinas do tênis nos Jogos Olímpicos de Paris-2024
Thiago Wild e Thiago Monteiro representam o Brasil nas duplas maculinas (Foto: Fotojump & Alexandre Loureiro/COB)

Chances do Brasil

Thiago Wild e Thiago Monteiro representam o tênis brasileiro no torneio de duplas masculinas dos Jogos Olímpicos de Pairs-2024. Garantidos na disputa individual, eles garantiram uma das últimas vagas da chave de duplas através do ranking combinado. Wild é o 70º colocado do ranking mundial, enquanto Monteiro aparece na 76ª posição.

A parceria verde-amarela chega na competição sem pressão por grandes resultados, uma vez que são apenas a 30ª dupla mais bem ranqueada do torneio. Além disso, os dois atletas são especialistas em simples e pouco competem nas duplas. Monteiro, por exemplo, não tem ranking de duplas. Enquanto isso, Wild aparece na 431ª colocação.

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Mas não ter pressão por resultados em Olimpíada pode ser um bom fator. Os xarás vão buscar repetir a dose de sucesso de Laura Pigossi e Luisa Stefani, que garantiram vaga nas duplas femininas de Tóquio-2020 a apenas uma semana antes da cerimônia dos Jogos Olímpicos e foram crescendo na competição aos poucos, conquistando uma histórica medalha de bronze.

Os favoritos

Tênis de duplas em Jogos Olímpicos costuma ser imprevisível, uma vez que a maior parte dos atletas não jogam juntos ao longo do ano. Portanto, aqueles que jogam juntos saem em vantagem. É o caso dos italianos Simone Bolelli/Andrea Vavassori, que foram vice-campeões de Roland Garros neste ano – mesmo local onde acontecerá a disputa em Paris-2024.

Uma das principais atrações dos Jogos Olímpicos disputa a chave de duplas masculinas do tênis. Trata-se dos espanhóis Carlos Alcaraz e Rafael Nadal, uma mescla de juventude e experiência, que não pode ser descartada na briga por uma medalha. Os croatas Mate Pavic/Nikola Mektic, atuais campeões olímpicos, chegam fortes na capital francesa, apesar de não estarem jogando juntos.

Outras duplas fortes são a da Austrália, que reúne o líder do ranking Matthew Ebden, além de John Peers; a da Grã-Bretanha, com Joe Salisbury/Neal Skupski; a dos Estados Unidos, com Rajeev Ram/Austin Krajicek; da Índia, com Rohan Bopanna/Sriram Balaji; e da Holanda, com Wesley Koolhof/Tallon Griekspoor. Todas essas parcerias têm, ao menos, um atleta no top-10 mundial.

Também é bom ficar de olho nos argentinos Andrés Molteni/Máximo González, especialistas no saibro, que jogam juntos e foram campeões do ATP 250 de Córdoba e do ATP 500 de Barcelona nesta temporada.

Brasil nas duplas masculinas do tênis

Disputada pela primeira vez nas Olimpíadas de Paris-1900, a competição de duplas masculinas conta com 16 edições realizadas. Dessas 16, o Brasil esteve presente em oito. A estreia do Brasil só aconteceu nos Jogos Olímpicos de Seul-1988. Nossos melhores resultados nessa modalidade vieram nas edições de Londres-2012 e Rio-2016, quando o país alcançou a fase de quartas de final.

Em Seul-1988, o Brasil foi representado pelo carioca Ricardo Acioly e pelo paulistano Luiz Mattar, que venceram na estreia uma dupla japonesa por 3 a 1. Entretanto, os brasileiros caíram na rodada seguinte para os franceses Guy Forget e Henri Leconte, também por 3 a 1. Quatro anos depois, Luiz Mattar voltou a representar o Brasil, agora nas Olímpiadas de Barcelona-1992 ao lado de Jaime Oncins. A dupla perdeu logo na primeira rodada por 3 a 2 para os espanhóis Sergio Casal e Emilio Sánchez.

Após ficarem ausentes das Olimpíadas de 1996 na cidade de Atlanta, os brasileiros voltaram a se classificar para as duplas masculinas em Sydney-2000, agora com Jaime Oncins e Gustavo Kuerten, o Guga. Em Sydney, a dupla foi derrotada logo na primeira rodada por uma das duplas favoritas ao ouro, os canadenses Daniel Nestor e Sébastien Lareau, por 2 a 0.

Flávio Saretta e André Sá foram os representantes brasileiros em Atenas-2004. Enquanto o paulista Saretta havia atingido o melhor ranking de sua carreira no ano anterior, um 44º lugar, o mineiro André Sá era especialista em duplas. Os dois estrearam com vitória sobre a forte dupla espanhola formada por Rafael Nadal e Carlos Moyà por 2 a 0. Entretanto, os brasileiros foram derrotados na fase seguinte pelos zimbabuanos Wayne Black e Kevin Ullyett, também por 2 a 0.

Marcelo Melo e Bruno Soares Tóquio
Bruno Soares (à esquerda) e Marcelo Melo, representarão o Brasil nas duplas em Tóquio 2020 (Twitter/timebrasil)

Em Pequim-2008 o Brasil já contava com a força de uma dupla composta apenas por especialistas na modalidade, os mineiros André Sá e Marcelo Melo, mas novamente uma dupla favorita ao pódio cruzou o caminho dos brasileiros. André e Marcelo estrearam vencendo por 2 a 1 contra a experiente dupla da República Tcheca formada por Tomás Berdych e Radek Stepánek. A derrota veio novamente na segunda rodada, dessa vez contra os indianos Mahesh Bhupathi e Leander Paes.

Para Londres-2012 o Brasil mudou um dos mineiros da dupla e atingiu seu melhor resultado até então na prova de duplas masculinas. Marcelo Melo, já mais experiente, jogou ao lado de Bruno Soares, com quem já havia competido no circuito mundial. Os mineiros estrearam vencendo os americanos Andy Roddick e John Isner por 2 a 0. Na segunda rodada derrotaram os tchecos Tomás Berdych e Radek Stepánek, também por 2 a 0. O sonho da medalha terminou para os brasileiros nas quartas de final contra os franceses Michael Llodra e Jo-Wilfried Tsonga por duplo 6/2.

Quatro anos depois os mineiros viriam a repetir o desempenho de Londres na edição do Rio de Janeiro. O primeiro jogo foi vencido por 2 a 0 contra os tailandeses Sanchai Ratiwatana e Sonchat Ratiwatana e o segundo contra os sérvios Novak Djokovic, então líder do ranking mundial de simples, e Nenad Zimonjić também por 2 a 0. Nas quartas de final viria o maior desafio da dupla, os romenos Florin Mergea e Horia Tecau, também uma das duplas favoritas ao ouro. Após um jogo bastante disputado, e muito tenso, os brasileiros acabaram sendo derrotados por 2 a 1.

Em Tóquio-2020, a dupla brasileira deveria ser formada mais uma vez por Bruno Soares e Marcelo Melo. No entanto, Bruno sofreu com uma apendicite uma semana antes da estreia do evento e teve de ser substituído por Marcelo Demoliner. No torneio, os brasileiros deram azar no sorteio e enfrentaram os croatas Nikola Mektic/Mate Pavic, cabeças de chave número um, logo na estreia e perderam por 2 a 0 (7/6 [6] e 6/4).

Histórico

A competição de duplas masculinas no tênis esteve presente logo na primeira edição dos Jogos Olímpicos, em Atenas-1896. Foram sete edições consecutivas da modalidade, que acabou saindo do programa olímpico a partir da edição de Amsterdã-1928 e só retornou mais de 60 anos depois nas Olimpíadas de Seul-1988, quando as duplas masculinas também retornaram.

Em 16 edições disputadas, dois países acabaram por se destacar no quadro de medalhas da prova: Grã-Bretanha e Estados Unidos. As duas nações conquistaram quatro medalhas de ouro cada, mas os europeus levam vantagem nas medalhas de prata, duas contra uma dos americanos.

O primeiro pódio foi totalmente formado por equipes mistas entre os países. John Boland, britânico nascido na Irlanda, e Friedrich Traun, do Império Germânico, se tornaram os campeões ao baterem na final os gregos Dionysios Kasdaglis e Demetrios Petrokokkinos por 2 sets a 1.

A Grã-Bretanha, principal potência do tênis nos primeiros Jogos Olímpicos, conquistou sua primeira medalha de ouro já na segunda edição, em Paris-1900. com os irmãos Laurence e Reginald Doherty, que derrotaram a dupla da equipe mista formada por Max Décugis, da França, e Basil Spalding de Garmendia, dos Estados Unidos, por 3 sets a 0.

As disputas das duplas masculinas em Saint Louis-1904 envolveram apenas tenistas do país anfitrião, os Estados Unidos. Dessa forma, os Estados Unidos se tornaram o primeiro país a formar um pódio completo: ouro para Edgar Leonard e Beals Wright, prata para Alphonzo Bell e Robert LeRoy, e os bronzes para as duplas Clarence Gamble e Arthur Wear, e Joseph Wear e Allen West.

Quatro anos depois, em Londres-1908, foi a vez da Grã-Bretanha conquistar um pódio completo. Reginald Doherty voltou a subir no topo do pódio nessa mesma prova, mas agora ao lado de George Hillyard. Seus compatriotas James Cecil Parke e Major Ritchie ficaram com a medalha de prata, enquanto o bronze foi para Clement Cazalet e Charles P. Dixon.

As duas edições seguintes também viriam a ser conquistadas pela Grã-Bretanha. Harold Kitson e Charles Winslow venceram os Jogos Olímpicos de 1912, na cidade de Estocolmo, enquanto a terceira medalha de ouro britânica seguida foi conquistada em 1920, nos Jogos Olímpicos da Antuérpia. Max Woosnam foi campeão ao lado de Noel Turnbull.

Na final de Paris-1924 os americanos Francis Hunter e Vincent Richards conquistaram o ouro vencendo os franceses Jacques Brugnon e Henri Cochet por 3 a 2 em um jogo muito disputado.

No retorno do tênis às Olimpíadas, em Seul-1988, os americanos Ken Flach e Robert Seguso, especialistas em duplas, conquistaram a medalha de ouro. A edição de Barcelona-1992 consagrou a dupla de um dos maiores nomes da história do tênis, o alemão Boris Becker. Ao lado de seu compatriota Michael Stich, eles bateram a dupla sul-africana formada por Wayne Ferreira e Piet Norval por 3 sets a 1.

Os australianos Todd Woodbridge e Mark Woodforde se sagraram campeões olímpicos nas duplas masculinas, a primeira medalha de seu país, em Atlanta-1996. Quatro anos depois, em Sydney-2000, era a vez dos canadenses Sébastien Lareau e Daniel Nestor conquistarem a medalha de ouro para o seu país.

Em 2004, na cidade de Atenas, a América do Sul conquistou a sua primeira e até hoje única medalha de ouro nas duplas masculinas. Os responsáveis pelo feito são os chilenos Fernando González e Nicolás Massú.

Irmãos Bryan encerram carreira com 119 títulos conquistados
Após falharem em duas Olimpíadas, Bob e Mike Bryan finalmente conseguiram o ouro olímpico em Londres-2012 (Instagram/mikecbryan)

A Suíça conquistou em Pequim-2008 a medalha de ouro nas duplas masculinas com aquele que muitos consideram o melhor da história, Roger Federer. Ao lado de Stanislas Wewrinka, Roger se impôs durante todo o torneio, perdendo apenas um set disputado.

Após chegarem como favoritos em duas edições seguidas e saírem sem a medalha de ouro, os irmãos Bob e Mike Bryan, dos Estados Unidos, finalmente subiram no topo do pódio olímpico na edição de Londres-2012.

Na Rio-2016, Rafael Nadal, ao lado de Marc López o espanhol formou a dupla imbatível da Rio-2016, vencendo quatro partidas até a final contra os romenos Florin Mergea e Horia Tecau. A vitória espanhola veio com vitória por 2 a 1.

Em Tóquio-2020, só deu Croácia. Nikola Mektic e Mate Pavic chegaram como a principal dupla do mundo e confirmaram o favoritismo levando a medalha de ouro. Eles tiveram uma campanha de cinco derrotas, com direito a vitória sobre os brasileiros Marcelo Demoliner/Marcelo Melo na estreia. Na final, derrotaram os compatriotas Marin Cilic/Ivan Dodig por 2 a 1 (6/4, 3/6 e 10-6).

Todos os medalhistas

JogosOuroPrataBronze
Atenas 1896John Boland/Friedrich Traun (MIX)Dionysios Kasdaglis/Demetrios Petrokokkinos (GRE)Edwin Flack/George Robertson (MIX)
Paris 1900Laurence Doherty/Reginald Dohety (GBR)Max Décugis/Basil Spalding de Garmendia (MIX)Guy de la Chapelle/André Prévost (FRA)
Harold Mahony/Arthur Norris (GBR)
St. Louis 1904Edgar Leonard/Beals Wright (USA)Alphonzo Bell/Robert LeRoy (USA)Clarence Gamble/Arthur Wear (USA)
Joseph Wear/Allen West (USA)
Londres 1908Reginald Doherty/George Hillyard (GBR)James Cecil Parke/Major Ritchie (GBR)Clement Cazalet/Charles Dixon (GBR)
Estcolmo 1912Harold Kitson/Charles Winslow (RSA)Felix Pipes/Arthur Zborzil (AUT)Albert Canet/Édouard Mény de Marangue (FRA)
Antuérpia 1920Noel Turnbull/Max Woosnam (GBR)Seiichiro Kashio/Ichiya Kumagae (JPN)Pierre Albarran/Max Decugis (FRA)
Paris 1924Francis Hunter/Vincent Richards (USA)Jacques Brugnon/Henri Cochet (FRA)Jean Borotra/René Lacoste (FRA)
Seul 1988Ken Flach/Robert Seguso (USA)Sergio Casal/Emilio Sánchez (ESP)Miroslav Mecir/Milan Srejber (TCH)
Stefan Edberg/Anders Jarryd (SWE)
Barcelona 1992Boris Becker/Michael Stich (GER)Wayne Ferreira/Piet Norval (RSA)Goran Ivanisevic/Goran Prpic (CRO)
Javier Frana/Christian Miniussi (ARG)
Atlanta 1996Todd Woodbrige/Mark Woodforde (AUS)Neil Broad/Tim Henman (GBR)Marc-Kevin Goellner/David Prisnoil (GER)
Sydney 2000Sébastien Lareau/Daniel Nestor (CAN)Todd Woodbrige/Mark Woodforde (AUS)Àlex Corretja/Albert Costa (ESP)
Atenas 2004Fernando González/Nicolás Massú (CHI)Nicolas Kiefer/Rainer Schuttler (GER)Mario Ancic/Ivan Ljubicic (CRO)
Pequim 2008Roger Federer/Stan Wawrinka (SUI)Simon Aspelin/Thomas Johansson (SWE)Bob Bryan/Mike Bryan (USA)
Londres 2012Bob Bryan/Mike Bryan (USA)Jo-Wilfried Tsonga/Michael Llodra (FRA)Julien Benneteau/Richard Gasquet (FRA)
Rio 2016Mac López/Rafael Nadal (ESP)Florin Mergea/Horia Tecau (ROU)Steve Johnson/Jack Sock (USA)
Tóquio 2020Nikola Mektic/Mate Pavic (CRO)Marin Cilic/Ivan Dodig (CRO)Marcus Daniell/Michael Venus (NZL)

Quadro de medalhas

PaísOuroPrataBronzeTotal
Estados Unidos4149
Grã-Bretanha3227
Croácia1124
Alemanha1113
Time misto1113
Espanha1113
Austrália1102
África do Sul1102
Canadá1001
Chile1001
Suíça1001
França0257
Suécia0112
Áustria0101
Grécia0101
Japão0101
Romênia0101
Argentina0011
Nova Zelândia0011
Tchecoslováquia0011