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Guia do tênis nos Jogos Olímpicos de Paris-2024
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Chances do Brasil no tênis em Paris-2024
Quando ninguém esperava, o Brasil conquistou a primeira medalha de sua história no tênis em Jogos Olímpicos. O feito foi obtido por Luisa Stefani e Laura Pigossi, que entraram de última hora no torneio feminino de duplas e foram surpreendendo as rivais até chegar à medalha de bronze. Depois do feito histórico de Tóquio-2020, as expectativas aumentaram não só por aquele resultado, mas porque o tênis feminino do país vive seu melhor momento na história.
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Beatriz Haddad Maia, no individual, e Luisa Stefani, nas duplas, estão entre as 20 melhores do mundo e já estiveram recentemente no top-10. Não que voltar a subir no pódio seja uma tarefa fácil, mas não é dúvida que hoje é muito mais possível sonhar do que era em 2021, quando os Jogos de Tóquio-2020 foram disputados.
No feminino, Beatriz Haddad Maia e Laura Pigossi serão as representantes do país na chave de simples. Bia vai jogar também nas duplas ao lado de Luisa Stefani. No masculino, Thiago Wild e Thiago Monteiro vão jogar o torneio individual, mas também formarão a parceria brasileira nas duplas.
O Brasil ainda espera até a última hora pela definição de todos os participantes porque ainda tem expectativa de poder contar com Rafael Matos e Marcelo Melo nas duplas masculinas, Laura Pigossi e Ingrid Martins nas duplas femininas e Rafael Matos e Luisa Stefani nas duplas mistas. A data limite para isso acontecer é 24 de julho, dois dias antes da cerimônia de abertura.
Local da competição: Roland Garros
- Capacidade: 15.000 espectadores (Court Philippe-Chatrier)
- Esportes: Tênis, Boxe, ênis em cadeira de rodas
Famoso por sediar o torneio de tênis Roland Garros, este complexo esportivo no oeste de Paris receberá as competições de tênis, tênis em cadeira de rodas e boxe
O Brasil no tênis dos Jogos Olímpicos
O Brasil só começou a participar do tênis na edição de Seul-1988, quando o tênis retornou ao programa olímpico. Antes disso o país nunca havia classificado um atleta para os torneios olímpicos. Nossos tenistas pioneiros foram Luiz Mattar, no torneio de simples e também no de duplas masculinas, com Ricardo Acioly, parceiro de Luiz nas duplas, além de Gisele Miró, na simples feminina.
O paulistano Luiz Mattar caiu logo em sua estreia nas disputas de simples masculino, assim como a paranaense Gisele Miró no feminino. Já nas duplas masculinas Luiz Mattar e Ricardo Acioly venceram uma partida, mas caíram logo em seguida na segunda rodada. De qualquer forma, a vitória da dupla foi a primeira do Brasil na história do tênis olímpico.
Se a primeira vitória do masculino veio com Luiz Mattar e Ricardo Acioly nas duplas na edição de Seul-1988, a primeira vitória feminina do país foi conquistada por Gisele Miró contra a canadense Helen Calese, então número 20 do ranking mundial, por duplo 7/5. Na segunda rodada, a brasileira foi eliminada pela búlgara Katerina Maleeva por 7/5 e 6/1.
Melhor resultado masculino
Desde aquela edição o Brasil nunca mais deixou de classificar atletas para os Jogos Olímpicos. O melhor resultado masculino aconteceu em Atlanta-1996. O argentino de nascimento, mas brasileiro de alma e coração, Fernando Meligeni, o Fininho, avançou até as semifinais no torneio de simples masculino, quando caiu para o espanhol Sergi Bruguera por 2 sets a 0. Na disputa do bronze, Fininho começou ganhando o primeiro set por 6 a 3, mas acabou tomando a virada do indiano Leander Paes e se despedindo em quarto lugar.
Barreira das quartas de final
O Brasil por diversas vezes avançou até as quartas de final em alguns eventos, mas com exceção de Meligeni, nunca conseguimos ir além dessa fase. Jaime Oncins foi o primeiro a chegar até as quartas de final. Em Barcelona-1992 o paulistano venceu três partidas até cair nessa fase diante de Andrei Cherkasov, da Equipe Unificada, por 3 sets a 2.
Quem também chegou até as quartas de final foi o catarinense Gustavo Kuerten, o Guga, na edição de Sydney-2000, mas acabou sucumbindo diante do russo Yevgeny Kafelnikov por 2 a 0. O russo acabaria se tornando campeão do evento.
O último brasileiro em simples a alcançar as quartas de final foi o paulista de Tietê, Thomaz Bellucci. Após vencer três partidas, o brasileiro enfrentou um dos maiores nomes da história do esporte, o espanhol Rafael Nadal. Bellucci venceu o primeiro set por 6 a 2, mas tomou a virada do espanhol e se despediu da Rio-2016 sem medalha.
Duplas
O Brasil possui uma tradição em duplas muito grande e também acabou batendo na trave algumas vezes nesses torneios. Os mineiros Marcelo Melo e Bruno Soares perderam nas quartas de final em Londres-2012 para os franceses Michael Llodra e Jo-Wilfried Tsonga por 2 a 0. Quatro anos depois uma nova derrota nas quartas de final, dessa vez ainda mais dolorida, já que foi diante da torcida brasileira e em um jogo de três sets. Vitória dos romenos Florin Mergea e Horia Tecau por 2 a 1.
Marcelo Melo teve uma segunda derrota na fase de quartas de final na Rio-2016. Ao lado da alagoana Teliana Pereira, eles avançaram nas duplas mistas até essa fase da competição, quando acabaram caindo para os americanos Bethanie Mattek-Sands e Jack Sock por duplo 6/4.
Feito histórico
Apenas 33 anos depois de sua estreia no tênis dos Jogos Olímpicos, o Brasil pôde comemorar a conquista de uma medalha. Depois de entrar de última hora na chave de duplas, Luisa Stefani e Laura Pigossi derrotaram na estreia as canadenses Gabriela Dabrowski e Sharon Fichmann por 7/6 (7/3) e 6/4.
Na segunda rodada, a vitória foi heroica diante das tchecas Karolina Pliskova e Marketa Vondrousova. Depois de perderem o primeiro set por 6/2, elas venceram o segundo por 6/4 e suaram para vencer por 13/11 no super tie-break.
Veio então as quartas de final e, embaladas, Laura Pigossi e Luisa Stefani venceram com autoridade as americanas Bethanie Mattek-Sands e Jessica Pegula em sets diretos por 7/5 e 6/3.
Na semifinal, entretanto, as brasileiras pararam nas suíças Belinda Bencic e Viktorija Golubic, que venceram por 7/5 e 6/3. Na disputa do bronze, Laura Pigossi e Luisa Stefani jogaram demais para derrotar, de virada, as russas Veronika Kudermetova e Yelena Vesnina. Elas perderam o primeiro set por 4/6, mas depois fizeram 6/4 e 11/9 para conquistar a medalha de bronze.
Grandes nomes do tênis nos Jogos Olímpicos
Um dos maiores esportes e mais populares do mundo possui, obviamente, uma larga lista de ídolos e lendas. Da Alemanha, podemos destacar Boris Becker e Steffi Graf. Graf soma no total 22 Grand Slams em simples e foi campeã olímpica em 1988. Inclusive o ano de 1988 é mágico para a alemã, pois conquistou os quatro Grand Slams e a medalha de ouro olímpica, sendo até hoje a única tenista, entre homens e mulheres, a alcançar esse feito. Já Boris Becker detém nove títulos de simples em Grand Slams, possui três ATP Finals e foi campeão olímpico nas duplas masculinas em Barcelona-1992.
Quatro ouros para Venus Williams
Os Estados Unidos possuem uma quantidade gigantesca de nomes que marcaram a história do esporte. Maiores campeões olímpicos com 21 medalhas de ouro conquistadas, é difícil até selecionar os maiores destaques do país. Uma das maiores de todos os tempos é Serena Williams. A americana ultrapassou a alemã Steffi Graf e se tornou a segunda mulher com mais títulos de Grand Slams da história em simples, com 23.
Serena conquistou quatro medalhas de ouro em Olimpíadas. Uma na disputa de simples de Londres-2012 e as outras três na prova de duplas femininas em Sydney-2000, Pequim-2008 e Londres-2012, todas elas ao lado da irmã mais velha, Venus Williams. Pentacampeã de Wimbledon e bicampeã do US Open, Venus tem em seu currículo o ouro olímpico em simples, conquistado em Sydney-2000, e as três medalhas de ouro conquistadas nas duplas femininas ao lado da irmã.
Destaque também para Andre Agassi, vencedor de todos os quatro torneios Grand Slam. No total foram oito títulos em simples no nível Grand Slam, além de um ATP Finals conquistado em 1990. Dono de 60 títulos em simples, o americano se sagrou campeão olímpico em 1996 na edição disputada na cidade de Atlanta.
Francesa bicampeã olímpica
Os franceses, ao lado dos britânicos, foram os grandes precursores do tênis mundial. Do passado francês, destaque para Suzanne Lenglen, uma parisiense que brilhou na era amadora do esporte, sobretudo na década de 20 do século passado, com 31 títulos em simples, duplas e duplas mistas em Roland Garros e Wimbledon. Além disso, a francesa conquistou duas medalhas de ouro nas Olimpíadas de Antuérpia-1920, nas disputas de simples e duplas mistas, além do bronze nas duplas femininas.
Outros grandes nomes foram Justine Henin, belga sete vezes campeã de simples em Grand Slams e campeã olímpica em Atenas-2004 e Martina Hingis, suíça detentora de 25 Grand Slams, sendo cinco em simples, e medalhista de prata na Rio-2016 na disputa de duplas femininas.
O Big Four
As últimas décadas foram dominadas por um quarteto, apelidado de Big Four, ou os quatro grandes em português. O espanhol Rafael Nadal, o suíço Roger Federer, o sérvio Novak Djokovick e o britânico Andy Murray estão sem dúvidas entre os maiores de todos os tempos.
Nascido na Basileia, Federer conquistou uma medalha de ouro em duplas nas Olimpíadas de Pequim-2008 ao lado de seu compatriota Stanislas Wawrinka. Rafael Nadal tem o apelido de Touro Miúra pela sua força física e estilo de jogo mais agressivo. Em Jogos Olímpicos, Nadal conquistou a medalha de ouro do torneio de simples em Pequim-2008 e a de duplas masculinas em 2016, no Rio de Janeiro.
Dentro do Big Four, apenas o sérvio Novak Djokovic não conquistou nenhuma medalha olímpica de ouro. Dono de 20 títulos em Grand Slams, o atual líder do ranking mundial saiu chorando de quadra na Rio-2016 após cair logo na estreia do torneio de simples diante do argentino Juan Martín del Potro.
O último nome do quarteto é o do britânico Andy Murray. Ele é o único tenista do mundo a conquistar um bicampeonato olímpico em simples no masculino, títulos vencidos em Londres-2012 e Rio-2016.
Nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, nenhum Big Four chegou ao pódio. Novak Djokovic foi o único representante do quarteto perdeu a disputa do bronze para o espanhol Pablo Carreño Busta nas simples masculinas.
Quadro de medalhas do tênis em Jogos Olímpicos
| Clas | País | Ouro | Prata | Bronze | Total |
|---|---|---|---|---|---|
| 1 |  Estados Unidos (EUA) | 21 | 6 | 12 | 39 |
| 2 |  Grã-Bretanha (GBR) | 17 | 14 | 12 | 43 |
| 3 |  França (FRA) | 5 | 6 | 8 | 19 |
| 4 |  Alemanha (GER) | 3 | 6 | 2 | 11 |
| 5 |  Rússia (RUS) | 3 | 3 | 2 | 8 |
| 6 |  Suíça (SUI) | 3 | 3 | 0 | 6 |
| 7 |  África do Sul (RSA) | 3 | 2 | 1 | 6 |
| 8 |  Espanha (ESP) | 2 | 7 | 4 | 13 |
| 9 |  Chile (CHI) | 2 | 1 | 1 | 4 |
| 10 |  República Checa (CZE) | 1 | 3 | 4 | 8 |
| 11 |  Equipe mista (ZZX) | 1 | 2 | 3 | 6 |
| 12 |  República da China | 1 | 2 | 0 | 3 |
| 13 |  Austrália (AUS) | 1 | 1 | 4 | 6 |
| 14 |  Croácia (CRO) | 1 | 1 | 3 | 5 |
| 15 | Checoslováquia (TCH) | 1 | 1 | 2 | 4 |
| 16 |  Bielorrússia (BLR) | 1 | 0 | 1 | 2 |
 Bélgica (BEL) | 1 | 0 | 1 | 2 | |
 China (CHN) | 1 | 0 | 1 | 2 | |
| Alemanha Ocidental (RFA) | 1 | 0 | 1 | 2 | |
| 20 |  Canadá (CAN) | 1 | 0 | 0 | 1 |
 Porto Rico (PUR) | 1 | 0 | 0 | 1 | |
| 22 |  Suécia (SWE) | 0 | 3 | 5 | 8 |
| 23 |  Argentina (ARG) | 0 | 2 | 3 | 5 |
| 24 |  Grécia (GRE) | 0 | 2 | 1 | 3 |
 Japão (JPN) | 0 | 2 | 1 | 3 | |
| 26 |  Países Baixos (NED) | 0 | 1 | 1 | 2 |
| 27 |  Áustria (AUT) | 0 | 1 | 0 | 1 |
 Dinamarca (DEN) | 0 | 1 | 0 | 1 | |
 Romênia (ROM) | 0 | 1 | 0 | 1 | |
| 30 | Equipe Unificada (EUN) | 0 | 0 | 2 | 2 |
| 31 |  Australásia (ANZ) | 0 | 0 | 1 | 1 |
 Boêmia (BOH) | 0 | 0 | 1 | 1 | |
 Brasil (BRA) | 0 | 0 | 1 | 1 | |
 Bulgária (BUL) | 0 | 0 | 1 | 1 | |
 Hungria (HUN) | 0 | 0 | 1 | 1 | |
 Índia (IND) | 0 | 0 | 1 | 1 | |
 Itália (ITA) | 0 | 0 | 1 | 1 | |
 Nova Zelândia (NZL) | 0 | 0 | 1 | 1 | |
 Noruega (NOR) | 0 | 0 | 1 | 1 | |
 Sérvia (SRB) | 0 | 0 | 1 | 1 | |
 Ucrânia (UKR) | 0 | 0 | 1 | 1 | |
| Totais (41 entradas) | 71 | 71 | 86 | 228 | |
