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Surfe masculino

Gabriel Medina pega tubo numa onda em Teahupo'o em etapa da WSL, Paris 2024, Jogos Olímpicos, Surfe
Gabriel Medina tem histórico vitorioso em Teahupo’o, local sede Jogos Olímpicos de Paris-2024 (@WSL / Beatriz Ryder)

Chances do Brasil

O Brasil chega com força máxima no surfe masculino dos Jogos Olímpicos de Paris-2024. O país conquistou todas as vagas possíveis, tendo Gabriel Medina, Filipe Toledo e João Chianca como representantes brasileiros.

A disputa do surfe vai acontecer no Taiti, ilha da Polinésia Francesa, na Oceania, a 15.600 km de Paris. Apesar da escolha da sede tirar completamente o esporte do centro dos Jogos Olímpicos, a escolha favorece o brasileiro Gabriel Medina, que coleciona grandes resultados nas ondas de Teahupo’o, local da competição.

Desde que começou a participar do Mundial de surfe, Gabriel Medina competiu em Teahupo’o oito vezes, chegou em seis finais e foi campeão em duas (2014 e 2018). Além disso, ficou em terceiro em 2016 e 2014. Não há nenhum outro surfista no mundo com um desempenho tão incrível no local. Medina ainda carrega no currículo um tricampeonato mundial, e um quarto lugar nas Olimpíadas de Tóquio 2020.

Em Paris 2024, o Brasil também terá o atual bicampeão mundial Filipe Toledo, que tirou uma folga da WSL nesta temporada e preferiu se focar na preparação olímpica, e o jovem João Chianca, que fez ótima temporada em 2023, mas ficou fora de boa parte de 2024 por ter sofrido uma lesão após uma queda no free surf em Pipeline. Ambos também tem chances de ir ao pódio. Ítalo Ferreira, medalhista de ouro nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, não estará presente em Teahupo’o para defender o título. Ele sofreu com lesões nos últimos anos, não conseguiu a vaga via WSL e também não participou do Isa Games (torneio que garantiu Gabriel Medina no Jogos).

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Os favoritos

Os brasileiros são os grandes favoritos do surfe masculino em Paris 2024. O país detém a atual e única medalha de ouro da modalidade e ainda venceu os últimos cinco campeonatos mundiais da WSL, com Gabriel Medina, Ítalo Ferreira e Filipe Toledo. Mesmo dominantes, os surfistas do Brasil terão adversários duros que podem atrapalhar o caminho das medalhas.

Com muita tradição no esporte, a Austrália contará com dois atletas no surfe masculino: Jack Robinson e Ethan Ewing. Robinson, inclusive, foi campeão da etapa de Teahupo’o no circuito mundial de surfe de 2023, local da disputa de Paris 2024. Pela WSL, o australiano conquistou o seu melhor resultado em 2022, quando ficou em 3º lugar.

John John Florence é bicampeão mundial da WSL, e atual vice-campeão da etapa de Teahupo’o do circuito mundial de Surfe (Divulgação)

Outro país de tradição no surfe são os Estados Unidos. Os norte-americanos também levarão dois representantes para as Olimpíadas: John John Florence e Griffin Colapinto. Nascido no Havaí e atual líder do ranking da WSL, Florence é o principal nome do país na modalidade, e um dos grandes favoritos em Paris 2024. Ele é conhecido como um dos melhores surfistas de tubos na história, e ganhou títulos mundiais consecutivos da WSL em 2016 e 2017. Além disso, John John vem de um vice-campeonato em Teahupo’o, neste ano, quando eliminou Gabriel Medina na semifinal, além de outro vice na etapa de 2016.

Por fim, o japonês Kanoa Igarashi é um dos surfistas que pode surpreender em Paris 2024. Na verdade, não seria uma grande surpresa, pois o japonês já fez isso antes. Em Tóquio-2020, em casa, Kanoa Igarashi não era cotado como favorito, mas conseguiu conquistar a medalha de prata, despachandonada mais nada menos que Gabriel Medina nas semifinais. O japonês se classificou aos Jogos através do ranking da WSL, e pode aprontar novamente.

Brasil no surfe masculino dos Jogos Olímpicos

Italo Ferreira Surfe Jogos Olímpicos de Tóquio
Italo Ferreira, medalha de ouro no surfe masculino, nos Jogos Olímpicos de Tóquio (Jonne Roriz/COB)

O Brasil começou com tudo no surfe olímpico ao sagrar o primeiro campeão olímpico da história: Ítalo Ferreira. Por pouco, entretanto, o país não teve os dois finalistas. Na semifinal, Gabriel Medina foi derrotado pelo japonês Kanoa Igarashi numa controversa disputa por 17,00 a 16,76. Na decisão do bronze, ele caiu diante do australiano Owen Wright em outra bateria apertadíssima: 11,97 a 11,77.

Ítalo Ferreira, por sua vez, não deu nenhuma chance a Kanoa Igarashi na final e venceu por 15,14 a 6,60 para conquistar a medalha de ouro.

Histórico do surfe masculino nos Jogos Olímpicos

A edição de Tóquio 2020 marcou a estreia do surfe no programa olímpico. O esporte entrou com a sua modalidade “mais tradicional”, o shortboard, disputado com pranchas que têm um tamanho médio de cinco pés e onze polegadas, sendo a modalidade mais popular do surfe.

No torneio inaugural do surfe na história das Olimpíadas, vinte atletas competiram entre si em busca da glória olímpica. Eles foram divididos em cinco baterias de quatro competidores no primeiro round, com o primeiro e segundo colocados avançando direto para o Round 3, enquanto os terceiros e quarto colocados terão uma segunda chance no Round 2. Na fase de repescagem, foram mais duas baterias de cinco atletas, com os três primeiros avançando para o Round 3. Na última fase de grupos, foram quatro baterias com quatro atletas, com os dois melhores de cada chave avançando para a fase de quartas de final, onde a partir dali a disputa será atleta x atleta para definir os medalhistas.

Os brasileiros Ítalo Ferreira e Gabriel Medina participaram da primeira semifinal olímpica do surfe masculino. Ítalo superou o australiano Owen Wright e avançou à final, enquanto Medina caiu diante do japonês Kanoa Igarashi. Na final, Ítalo venceu Igarashi e faturou o ouro. Por outro lado, Medina perdeu a decisão do bronze para Wright por dois décimos.

Todos os medalhistas do surfe masculino

OlimpíadaOuroPrataBronze
Tóquio 2020Ítalo Ferreira (BRA)Kanoa Igarashi (JPN)Owen Wright (AUS)

Quadro de medalhas

PaísOuroPrataBronzeTotal
Brasil1001
Japão0101
Austrália0011