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Single Skiff masculino

Lucas Verthein rema seu barco na semifinal C/D do Campeonato Mundial de Remo, paris-2024, jogos olímpicos, single skiff
Lucas Verthein vai para a sua segunda Olimpíada no Single Skiff masculino (Foto: Miriam Jenske/COB)
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Chances do Brasil

Após chegar na Final B dos Jogos Olímpicos de Tóquio e terminar na 12ª colocação geral, Lucas Verthein igualou o melhor resultado da história do Brasil no single skiff masculino, obtido por Paulo Cesar Dvorawski em Moscou-1980. Agora, o atleta do Botafogo sonha melhorar essa classificação agora em Paris-2024 e, se possível, chegar na Final A. Mas não é uma tarefa simples, já que apenas chegam nela os seis melhores que vão brigar pelas três medalhas.

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Para se ter uma ideia da dificuldade, no último Mundial, em 2023, Lucas Verthein não conseguiu chegar às semifinais. Ele foi eliminado nas quartas de final e terminou em 14º. O campeão dos Jogos Pan-Americanos de Santiago-2023, entretanto, chega à capital francesa animado para levar o remo do Brasil ao melhor resultado possível.

Os favoritos

O skiff simples masculino é outra prova de difícil prognóstico por ter um grande equilíbrio entre os remadores, mas dentre os vários candidatos ao pódio podemos destacar alguns. Atual campeão mundial e tricampeão de forma consecutiva, Oliver Zeidler, da Alemanha, surge como um dos principais candidatos ao pódio. O alemão dominou as maiores competições pós-Tóquio, vencendo um campeonato europeu, em 2021 e levando um bronze em 2023. Zeidler também era favorito na última edição dos Jogos Olímpicos, mas amargou apenas a sétima colocação geral. Por isso, ele chega mais “pressionado” para conquistar um bom resultado em Paris-2024.

Já o atual campeão olímpico, o grego Stefanos Ntouskos, não é um grande favorito ao título na capital francesa, assim como não era no Japão. Ntouskos não obteve resultados marcantes em campeonatos mundiais durante o ciclo olímpico. No entanto, o remador grego conquistou três medalhas de pratas seguidas nos torneios europeus da modalidade, em 2022, 2023 e 2024.

Por sua vez, o norueguês Kjetil Borch, atual medalhista de prata no skiff simples masculino olímpico, desponta como um bom nome na briga por medalhas em Paris-2024. Aos 34 anos de idade, Borch conta com a experiência em torneios importantes para seguir competindo no mais alto nível do esporte. O noruegês foi campeão mundial em 2018 e medalhista de bronze em 2019. No entanto, o ciclo olímpico dele foi bastante apagado, sem alcançar nenhum pódio importente.

Outro bons nomes que lutam pelo pódio são do holandês Simon van Dorp, do neozelandês Thomas Mackintosh e do britânico Graeme Thomas. Simon van Dorp é o atual vice-campeão mundial da categoria, enquanto Simon van Dorp e Mackintosh ficaram com o bronze nos últimos mundiais.

Brasil no remo Single Skiff masculino nos Jogos Olímpicos

Ao longo de 28 edições disputadas no single skiff, o Brasil esteve presente em sete. Foram quatro atletas representando o país, sendo o 12º lugar na Olimpíada de Moscou-1980 a melhor posição na prova. A história do Brasil nessa categoria teve início nos Jogos Olímpicos de Berlim-1936, na Alemanha. O paulistano Celestino de Paula foi o 17º colocado na competição após ficar em segundo em sua bateria e em terceiro lugar na repescagem, não avançando para a final.

A segunda participação brasileira ocorreu mais de 40 anos depois da estreia na categoria. A edição era a de Moscou-1980, e foi quando o Brasil alcançou a sua melhor posição no single skiff. Paulo Cesar Dvorawski se classificou em sua bateria de quartas de final em terceiro lugar, mas acabou eliminado nas semifinais. Na final B o carioca acabou na última colocação, terminando na 12ª colocação entre 14 competidores. Apesar disso, o 12º lugar de Dvorawski foi a melhor colocação geral do país na prova.

Oito anos depois o Brasil voltou a disputar as olimpíadas no single skiff masculino. O carioca Dênis Marinho competiu nos Jogos Olímpicos de Seul-1988, não conseguindo avançar em sua bateria e nem na repescagem, terminando em 17º lugar.

Nocetti e Verthein consolidam o Brasil na modalidade

O maior nome do Brasil na categoria, e um dos maiores nomes do remo brasileiro, começou sua trajetória olímpica nos Jogos de Sydney-2000. Anderson Nocetti participou de quatro olimpíadas consecutivas, até a edição de Londres-2012, naquela que é a categoria mais tradicional do remo.

Duas vezes medalhista de prata e outras duas de bronze em Jogos Pan-Americanos, o catarinense terminou em 13º lugar em sua primeira participação nos Jogos de 2000, seu melhor resultado, feito repetido quatro anos depois em Atenas-2004. Em Pequim-2008 o catarinense terminou na 14ª colocação. Por usa vez, Londres-2012 marcou a sua despedida olímpica, com Nocetti terminando na 19ª colocação.

Sem representantes na Rio-2016, a modalidade voltou a receber atletas do Brasil em Tóquio-2020. Por lá, Lucas Verthein fez história em sua primeira Olimpíada e alcançou a Final “B” da categoria, na qual ficou na última colocação. Assim, ele terminou na 12ª colocação geral e igualou o melhor resultado da história do país no skiff simples masculino.

Histórico

Prova mais antiga e tradicional do programa olímpico, o skiff simples masculino teve ao longo dos anos alguns dos maiores nomes do remo competindo em suas provas. Em mais de 100 anos de disputa, a União Soviética é a maior campeã olímpica na categoria, tendo conquistado a prova por cinco vezes. Em seguida aparecem a Finlândia, Grã-Bretanha e a Austrália, com três títulos cada. 

O remo estreou em Jogos Olímpicos na edição de Paris-1900 com essa categoria e o Oito Com masculino. Com quase a totalidade dos participantes da prova sendo da França, o campeão e o vice daquele ano no skiff simples masculino acabaram por ser franceses. 

Situação semelhante aconteceu na edição seguinte, em 1904, na cidade estadunidense de Saint-Louis. Apenas atletas do país competiram naquela edição, formando assim um pódio composto por remadores dos Estados Unidos. 

Em 1908, na Olimpíada de Londres, mais uma vez o remador dono da casa saiu com a medalha de ouro. Harry Blackstaffe conquistou a medalha para a Grã-Bretanha. Wally Kinnear deu à Grã-Bretanha a segunda medalha de ouro na categoria em Estocolmo-1912, fazendo do país o primeiro a conquistar um bicampeonato olímpico nesta prova. Já na Olimpíada da Antuérpia-1920 os Estados Unidos conquistaram a sua segunda medalha de ouro com John Kelly, se igualando à Grã-Bretanha como os maiores campeões até então. 

Um dos maiores nomes da história do remo, o britânico Jack Beresford conquistou sua primeira medalha de ouro em olimpíadas ao vencer em Paris-1924 a prova do skiff simples masculino. O remador que já havia sido medalhista de prata quatro anos antes conquistou ainda outras duas medalhas de ouro olímpicas, no skiff duplo e no Quatro Com, e outra prata, no Oito Com, totalizando cinco medalhas e entrando para a seleta lista de maiores vencedores do esporte.  

Primeiro bicampeão e fenômeno soviético

Veio da Austrália o primeiro bicampeão da categoria, Bobby Pearce. O australiano venceu a prova do skiff simples em Amsterdã-1928 e em Los Angeles-1932. Duas décadas depois, uma nova potência dominou a prova nos Jogos Olímpicos, a União Soviética. Foram quatro conquistas seguidas para o país, assumindo assim o topo do quadro de medalhas do skiff simples. 

A dinastia de um dos maiores nomes da história do remo mundial teve início na edição de Melbourne-1956. O soviético Vyacheslav Ivanov venceu por três vezes seguidas a prova do skiff simples masculino, se tornando o primeiro remador a alcançar esse feito. Ao título de Melbourne, Ivanov somou os títulos de Roma-1960 e Tóquio-1964, fazendo com que a União Soviética passasse a Grã-Bretanha e a Austrália assumindo o topo do quadro de medalhas de forma isolada. 

A Finlândia apresentou ao mundo um novo fenômeno da categoria: Pertti Karppinen. O finlandês se sagrou tricampeão olímpico igualando o feito de Vyacheslav Ivanov, escrevendo seu nome entre os grandes do esporte mundial.

Últimos campeões

Nas cinco edições dos Jogos Olímpicos deste século, dois atletas conseguiram conquistar o bicampeonato de forma consecutiva. O primeiro deles foi o norueguês Olaf Tufte, que venceu em Atenas-2004 e Pequim-2008. Em seguida, foi a vez do neozelandês Mahé Drysdale vencer os Jogos de Londres-2012 e Rio-2016. Por fim, o grego Stefanos Ntouskos levou o ouro na última edição, conquistando a primeira medalha do país na categoria. Ntouskos tentará, mais uma vez, fazer história e se sagrar bicampeão olímpico em Paris-2024

Todos os medalhistas do remo Single Skiff masculino

JogosOuroPrataBronze
Paris-1900Hermann Barrelet (FRA)André Gaudin (FRA)St George Ashe (GBR)
St. Louis-1904Frank Greer (EUA)Jim Juvenal (EUA)Constance Titus (EUA)
Londres-1908Harry Blackstaffe (GBR)Alexander McCulloch (GBR)Károly Levitzky (HUN)
Bernhard von Gaza (ALE)
Estocolmo-1912Wally Kinnear (GBR)Polydore Veirman (BEL)Mart Kuusik (RUS)
Everard Butler (CAN)
Antuérpia-1920Jack Kelly, Sr. (EUA)Jack Beresford (GBR)Darcy Hadfield (NZL)
Paris-1924Jack Beresford (GBR)Garrett Gilmore (EUA)Josef Schneider (SUI)
Amsterdã-1928Bobby Pearce (AUS)Ken Myers (EUA)David Collet (GBR)
Los Angeles-1932Bobby Pearce (AUS)Bill Miller (EUA)Guillermo Douglas (URU)
Berlim-1936Gustav Schäfer (ALE)Josef Hasenöhrl (AUT)Dan Barrow (EUA)
Londres-1948Merv Wood (AUS)Eduardo Risso (URU)Romolo Catasta (ITA)
Helsinque-1952Yury Tyukalov (URS)Merv Wood (AUS)Teodor Kocerka (POL)
Melbourne-1956Vyacheslav Ivanov (URS)Stuart MacKenzie (AUS)Jack Kelly, Jr. (EUA)
Roma-1960Vyacheslav Ivanov (URS)Achim Hill (ALE)Teodor Kocerka (POL)
Tóquio-1964Vyacheslav Ivanov (URS)Achim Hill (ALE)Göpf Kottmann (SUI)
Cidade do México-1968Jan Wienese (HOL)Jochen Meißner (FRG)Alberto Demiddi (ARG)
Munique-1972Yury Malyshev (URS)Alberto Demiddi (ARG)Wolfgang Güldenpfennig (GDR)
Montreal-1976Pertti Karppinen (FIN)Peter-Michael Kolbe (FRG)Joachim Dreifke (GDR)
Moscou-1980Pertti Karppinen (FIN)Vasily Yakusha (URS)Peter Kersten (GDR)
Los Angeles-1984Pertti Karppinen (FIN)Peter-Michael Kolbe (FRG)Robert Mills (CAN)
Seul-1988Thomas Lange (GDR)Peter-Michael Kolbe (FRG)Eric Verdonk (NZL)
Barcelona-1992Thomas Lange (ALE)Václav Chalupa, Jr. (TCH)Kajetan Broniewski (POL)
Atlanta-1996Xeno Müller (SUI)Derek Porter (CAN)Thomas Lange (ALE)
Sydney-2000Rob Waddell (NZL)Xeno Müller (SUI)Marcel Hacker (ALE)
Atenas-2004Olaf Tufte (NOR)Jüri Jaanson (EST)Ivo Yanakiev (BUL)
Pequim-2008Olaf Tufte (NOR)Ondřej Synek (CZE)Mahé Drysdale (NZL)
Londres-2012Mahé Drysdale (NZL)Ondřej Synek (CZE)Alan Campbell (GBR)
Rio-2016Mahé Drysdale (NZL)Damir Martin (CRO)Ondřej Synek (CZE)
Tóquio-2020Stefanos Ntouskos (GRE)Kjetil Borch (NOR)Damir Martin (CRO)

Quadro de medalhas

PaísOuroPrataBronzeTotal
União Soviética5106
Grã-Bretanha3238
Austrália3205
Nova Zelândia3036
Finlândia3003
Estados Unidos2439
Alemanha2237
França2204
Noruega2103
Suíça1124
Alemanha Oriental1034
Holanda1001
Grécia1001
Alemanha Ocidental0404
República Tcheca0213
Canadá0123
Argentina0112
Uruguai0112
Croácia0112
Áustria0101
Bélgica0101
Tchecoslováquia0101
Estônia0101
Polônia0033
Bulgária0011
Hungria0011
Itália0011
Rússia0011