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50 m livre masculino

Guilherme Caribé nos 50 m livre dos Jogos Olímpicos de Paris-2024
Guilherme Caribé é o único representante nos 50 m livre masculino (Foto: Satiro Sodré/CBDA/SS Press)

Chances do Brasil

O jovem Guilherme Caribé, de 21 anos, é o representante do Brasil nos 50 m livre masculino dos Jogos Olímpicos de Paris-2024. O atleta tem como melhor tempo na prova a marca de 21s87, obtida em 2022. Neste ano, entretanto, ele chegou muito perto dela ao alcançar 21s88 na seletiva olímpica brasileira e, com ela, garantiu a vaga olímpica.

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Se chegar perto de seu melhor tempo nos Jogos Olímpicos de Paris-2024, Guilherme Caribé tem grandes chances de conseguir avançar, pelo menos, para a semifinal. Para se classificar entre os oito finalistas, no entanto, será preciso baixar algo em torno de 10 centésimos da melhor marca de sua vida. Pelo potencial que ele tem, é possível acreditar. Agora, brigar por medalha mesmo vai ser bastante complicado. Tanto em Tóquio-2020 como nos Mundiais de 2022, 2023 e 2024, quem ficou com o bronze nadou entre 22s54 e 22s58.

Favoritos

Cameron McEvoy chega aos Jogos Olímpicos de Paris-2024 como bicampeão mundial dos 50 m livre masculino
Cameron McEvoy chega aos Jogos Olímpicos de Paris-2024 como bicampeão mundial dos 50 m livre masculino (Divulgação)

Quem chega aos Jogos Olímpicos de Paris-2024 como o grande nome dos 50m livre masculino é o australiano Cameron McEvoy. Aos 30 anos, ele parece ter atingido o auge da forma e é o atual bicampeão mundial. Em 2023, levou o ouro com a marca de 21s06, melhor tempo da carreira, e em 2024 venceu a prova com 21s23.

Quem surge como maior candidato a impedir o sucesso de Cameron McEvoy é o britânico Ben Proud. O atleta de 29 anos, foi campeão mundial em 2022 e se manteve no pódio nos dois Mundiais seguintes com bronze em 2023 e 2024.

Vice-campeão mundial no começo deste ano, o ucraniano Vladyslav Bukhov é outro que certamente vai brigar para estar em um dos três lugares do pódio nos 50 m livre dos Jogos Olímpicos de Paris-2024.

Os veteranos também não podem ser descartados. Dentro de casa, Florent Manaudou, dono de três medalhas olímpicas, ouro em Londres-2012 e prata na Rio-2016 e em Tóquio-2020, não está no melhor de sua forma e pode surpreender.

Já o atual campeão olímpico, o americano Caeleb Dressel, sensação da Olimpíada de Tóquio-2020 com cinco ouros, teve um ciclo muito ruim, mas parece estar se recuperando. Resta saber se será capaz de derrotar na seletiva americana adversários como os vice-campeões mundiais Michael Andrew (prata em 2022) e Jack Alexy (prata em 2023), além de Ryan Held.

Histórico dos 50m livre masculino nos Jogos Olímpicos

A prova mais rápida da natação mundial está presente nos Jogos Olímpicos desde Seul-1988, na Coréia do Sul. O evento é historicamente dominado pelos Estados Unidos, país que já conquistou cinco ouros olímpicos e só não subiu ao pódio da disputa em Pequim-2008. A prova entrou no programa olímpico justamente em um momento de protagonismo e grandes rivalidades de velocistas americanos e soviéticos.

O primeiro campeão de todos foi Matt Biondi, com 22s14, recorde mundial da prova na época. A prata também foi para os Estados Unidos, com Tom Jager e o bronze para o soviétivo Gennadiy Prigoda.

Russo estraga a festa americana

Em Barcelona-1992, o favoritismo da dupla americana era notório, com Biondi buscando seu bicampeonato olímpico e Tom Jager, então recordista mundial com 21s81. A festa dos Estados Unidos foi interrompida por Alexander Popov, russo que deixou Biondi com a prata e Jager com o bronze, se tornando o principal velocista do planeta nos anos 90, pois além de vencer em Barcelona, foi campeão também em Atlanta-1996, tanto nos 50m quantos nos 100m, calando a torcida local. Em Atlanta, o pódio foi completo por Garry Hall Jr, um novo ídolo da torcida americana que terminou com a prata e com Fernando Scherer, o Xuxa, que trouxe ao Brasil a primeira medalha olímpica nacional na prova, o bronze.

Quatro anos depois, em Sydney-2000, foi a vez dos americanos voltarem ao topo do pódio, com direito ao melhor cenário possível para a torcida dos Estados Unidos, com um empate entre Garry Hall Jr e Anthony Ervin pelo ouro, deixando Pieter van den Hoogenband, da  Holanda, com o bronze. Popov apenas em sexto na prova.

Garry Hall Jr venceu também em Atenas-2004, seguido pelo croata Duje Draganja e por Roland Schoemann, da África do Sul, com o bronze.

O ano de 2008 elevou extremamente o nível da prova, especialmente pelo uso dos trajes tecnológicos, que melhoravam a flutuabilidade dos atletas na piscina, o que ajuda bastante nadadores de provas de velocidade. Até aquela temporada, o recorde mundial era de 21s64, de Alexander Popov, feito em junho de 2000.

A era Cesar Cielo

César Cielo comemora a medalha de ouro nos 50 m livre masculino nos Jogos Olímpicos de Pequim-2028
(Divulgação/COB)

Só antes dos Jogos de Pequim a marca foi quebrada quatro vezes, com Eamon Sullivan chegando aos Jogos como recordista mundial da prova com 21s28, feitos na seletiva australiana. Sullivan decepcionou em Pequim, ficando em sétimo lugar. Na China, o mundo viu a ascensão de César Cielo, um dos maiores velocistas de todos os tempos, que conquistou para o Brasil o primeiro e até hoje único ouro olímpico da história da natação do país, com o tempo de 21s30.

Esta marca até os dias atuais segue como recorde olímpico. Prata e bronze para a França, respectivamente para Amaury Leveaux e Alain Bernard com. Para se ter uma ideia do nível da prova em Pequim, o tempo de 21s98 que deu a Garry Hall Jr o ouro em Atenas-2004 sequer seria suficiente para chegar na final, pois o oitavo colocado das semifinais foi o americano Ben Wildman-Tobriner com 21s76.

Em Londres-2012 Cielo, que além de campeão olímpico era na ocasião bicampeão mundial, era o franco favorito da prova, mas foi vencido pelo francês Florent Manaudou, que chegou sem ser considerado favorito, avançou em sexto para a final e conquistando o ouro com 21s34. Cielo terminou com o bronze, a terceira medalha olímpica do Brasil na prova, com 21s59, superado também pelo americano Cullen Jones. Outro resultado positivo do Brasil foi o quarto lugar de Bruno Fratus, com 21s61, a apenas 0s02 do pódio olímpico.

O bronze de Bruno Fratus

Nos Jogos Rio-2016, Cielo não se classificou ao ficar em terceiro lugar na seletiva olímpica brasileira, atrás de Bruno Fratus e Ítalo Manzine. Fratus já era o principal velocista brasileiro, vindo de um bronze mundial em 2015 e ganhou toda a atenção com a ausência de Cielo. Na final, ficou em sexto lugar, vendo o ouro voltar para as mãos dos Estados Unidos com Anthony Ervin. Campeão olímpico em Sydney-2000, o americano surpreendeu o mundo ao levar o bi com 35 anos. A prata ficou com o francês Florant Manaudou e o bronze com o americano Nathan Adrian.

Nos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, Bruno Fratus enfim conseguiu subir no pódio. O brasileiro conquistou a medalha de bronze com a marca de 21s57. O vencedor foi americano Caeleb Dressel, que ganhou cinco ouros na capital japonesa, que marcou 21s07. O francês Florant Manaudou conquistou sua terceira medalha olímpica nos 50 m livre masculino ao ficar com o bronze com 21s55.

Os medalhistas dos 50m livre masculino nos Jogos Olímpicos

JogosOuroPrataBronze
Seull 1988Matt Biondi (USA)Tom Jager (USA)Gennady Prigoda (TRS)
Barcelona 1992Aleksandr Popov (EUN)Matt Biondi (USA)Tom Jager (USA)
Atenas 1996Aleksandr Popov (RUS)Gary Hall Jr. (USA)Fernando Scherer (BRA)
Sydney 2000Gary Hall Jr. (USA)
Anthony Ervin (USA)
Pieter van den Hoogenband (NED)
Atenas 2004Gary Hall Jr. (USA)Duje Draganja (CRO)Roland Schoeman (RSA)
Pequim 2008César Cielo Filho (BRA)Amaury Leveaux (FRA)Alain Bernard (FRA)
Londres 2012Florent Manaudou (FRA)Cullen Jones (USA)César Cielo Filho (BRA)
Rio 2016Anthony Ervin (USA)Florent Manaudou (FRA)Nathan Adrian (USA)
Tóquio 2020Caeleb Dressel (USA)Florent Manaudou (FRA)Bruno Fratus (BRA)

Quadro de medalhas dos 50m livre masculino nos Jogos Olímpicos

PaísOuroPrataBronzeTotal
Estados Unidos64212
França1315
Brasil1034
Rússia1001
Equipe Unificada1001
Croácia0101
Holanda0011
África do Sul0011
União Soviética0011