400m livre masculino
400m livre masculino nos Jogos Olímpicos de Paris-2024
Chances do Brasil
O único brasileiro nos 400m livre nos Jogos Olímpicos de Paris-2024 é Guilherme Costa. Também conhecido como Cachorrão, o carioca de 25 anos se classificou após nadar abaixo do índice olímpico (3min46s78) – em mais de uma oportunidade. Ele foi medalhista de bronze nesta prova no Mundial de Esportes Aquáticos de 2022, e ficou em quarto lugar nas duas últimas edições da competição, marcando 3min43s58 em 2023 e 3min44s22 em 2024.
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Recordista sul-americano com o tempo 3min43s31 feito na conquista do bronze no Mundial de Budapeste, Cachorrão é um nome quase certo para a final olímpica e ainda briga por uma medalha. Ele ficou fora do pódio nos últimos dois Mundiais por cerca de 1s30. Em ambas as ocasiões, os medalhistas de bronze nadaram abaixo de 3min43s, mas o tempo do pódio de Paris deve ser ainda menor. O ouro deve ficar abaixo dos 3min40s.
Favoritos
A prova dos 400m livre masculino está bem aberta para os Jogos Olímpicos de Paris-2024. O tunisiano Ahmed Hafnaoui, que foi campeão de forma surpreendente em Tóquio-2020, não vai à capital francesa defender seu título. O mesmo vale para o australiano Jack McLoughlin, medalhista de prata naquela ocasião.
Nos três Mundiais do ciclo, houve três campeões diferentes: os australianos Elijah Winnington (2022) e Samuel Short (2023) e o sul-coreano Kim Woo-min (2024). Seis atletas conquistaram pelo menos uma medalha nessas competições, incluindo o brasileiro Guilherme Costa, bronze em Budapeste-2022.
único que foi ao pódio nas três edições de Mundial foi o alemão Lukas Martens, prata em 2022 e bronze em 2023 e em 2024. Ao mesmo tempo, Kim Woo-min (Coreia do Sul), Guilherme Costa (Brasil), Elijah Winnington (Austrália) e Felix Aubock (Áustria) – além do próprio Martens – estiveram presentes nas três finais.
No Mundial de 2024, que aconteceu em Doha, no Catar, em fevereiro, Kim Woo-min levou o ouro com 3min42s71, Elijah Winnington foi prata com 3min42s86 e Lukas Martens levou o bronze com 3min42s96. Guilherme Costa foi o quarto colocado com 3min44s22, a cerca de 1s30 do pódio. É bem provável que as medalhas na Olimpíada venham com tempos muito mais rápidos do que estes.
O Brasil nos 400m livre masculino dos Jogos Olímpicos
A participação brasileira nos 400m livre masculino se fez presente em 13 edições olímpicas ao longo dos anos. Os primeiros atletas a levarem a bandeira brasileira para a raia olímpica na prova foram João Havelange, Manoel Villar e Aloísio Lage em Berlim-1936, todos estes não passando das eliminatórias. João Havelange foi um dos mais famosos dirigentes esportivos do mundo, sendo membro do Comitê Olímpico Internacional de 1963 a 2011 e presidente da Federação Internacional de Futebol (FIFA) de 1974 a 1998.
A segunda participação brasileira na prova, em Helsinque-1952, contou com Ricardo Esperard, que parou nas eliminatórias e Tetsuo Okamoto, que chegou até àss semifinais. Dias depois, Okamoto foi bronze nos 1500 m livre, conquistando assim a primeira medalha olímpica da história da natação brasileira. Silvio Padilha em Melbourne-1956 e Alfredo Machado em Munique-1972 foram os representantes da natação brasileira seguintes, onde pararam nas eliminatórias.
Seu madruga
Djan Madruga entrou em cena nas edições olímpicas seguintes, conquistando os principais resultados de um brasileiro na prova em Olimpíadas, ao ficar duas vezes em quarto lugar, tanto em Montreal-1976 quanto em Moscou-1980.
O atleta foi o principal nome da prova na América do Sul no século XX. Durante os Jogos de Montreal-1976, tornou-se o primeiro brasileiro a quebrar a barreira dos quatro minutos, nadando para 3m59s62.
Marcelo Jucá foi companheiro de seleção de Djan em Moscou-1980, ficando nas eliminatórias da prova. Quatro anos depois, em Los Angeles-1984, era o principal atleta brasileiro na distância, ficando em 15º lugar. Em Seul-1988 o Brasil contou com Cristiano Michelena e David Castro, que não passaram das eliminatórias.
Luiz Lima representou o Brasil em duas edições olímpicas, Atlanta-1996 e Sydney-2000. Foi 18º em Atlanta e 17º em Sydney com 3min53s87. Nos Jogos de Atenas-2004, Bruno Bonfim ficou apenas em 38º lugar. Em casa, Luiz Altamir Melo foi 32º colocado nos Jogos Rio-2016 tornando-se o primeiro atleta nascido em Roraima a representar o Brasil em Jogos Olímpicos nos esportes individuais.
Em Tóquio-2020, Guilherme Costa não se classificou para a final por pouco. Ele marcou 3min45s99 nas eliminatórias, ficando em quinto lugar em sua série e em 11º lugar na classificação geral. O último classificado à decisão foi o tunisiano Ahmed Hafnaoui, que anotou 3min45s68, apenas 31 centésimos a frente do brasileiro. Apesar de ter entrado com o último tempo, Ahmed levou o ouro na final.
Histórico dos 400m livre masculino nos Jogos Olímpicos
A prova dos 400m livre masculino é uma das mais antigas do programa olímpico, sendo disputada desde os Jogos Olímpicos de Londres-1908. Os Estados Unidos, com oito ouros, e a Austrália com seis, são os maiores vencedores da história do evento. O primeiro campeão olímpico, entretanto, não foi dos dois países, mas da Grã-Bretanha, Henry Taylor.
George Hodgson, do Canadá, e Norman Ross, dos Estados Unidos, venceram as edições olímpicas seguintes, de Estocolmo-1912 e Antuérpia-1920. Mas foi Johnny Weissmuller, também americano e campeão em Paris-1924, que marcou um dos primeiros grandes feitos da prova, ao se tornar o primeiro homem a nadar os 400m livre em menos de cinco minutos (4m57s00), em março de 1923.
Os Jogos de Amsterdã-1928 viram nos 400m livre o triunfo do argentino Alberto Zorrilla, conquistando o primeiro ouro de um atleta sul-americano na natação.
Os Estados Unidos ganharam as três edições olímpicas seguintes, com Buster Crabbe em Los Angeles-1932, Jack Medica em Berlim-1936 e Bill Smith em Londres-1948. Quem interrompeu o domínio americano foi o francês Jean Boiteux, campeão em Helsinque-1952. Seguido deles, veio o início da tradição australiana na prova, com o bicampeão olímpico Murray Rose em Melbourne-1956 e Roma-1960.
Nos anos seguintes o domínio da prova continuou se revezando entre australianos e americanos. Don Schollander e Mike Burton, dos Estados Unidos, venceram respectivamente os Jogos de Tóquio-1964 e Cidade do México-1968. Já em Munique-1972, o ouro foi para Brad Cooper, da Austrália.
Nos Jogos de Montreal-1976, uma disputa entre os americanos Tim Shaw e Brian Goodell dividiu as atenções, com Goodell ficando com o ouro e Shaw levando a prata.
Com o boicote dos americanos e seus aliados politicamente, Moscou-1980 viu a festa dos soviéticos. Vladimir Salnikov confirmou o favoritismo nesta prova e ficou com o ouro, seguido dos compratiotas Andrey Krylov, com a prata, e Ivar Stukolkin com o bronze. Foi a primeira e até agora única vez que um país fez pódio completo nos 400m livre masculino. Djan Madruga do Brasil repetiu o 4º lugar de quatro anos antes, em Montreal.
Sem Salnikov não estava para defender seu título em Los Angeles-1984, por causa do boicote soviético. Assim, o americano George DiCarlo não teve dificuldades para ficar com a medalha de ouro. Uwe Dassler, da Alemanha Oriental, foi campeão olímpico em Seul-1988 e quebrando o recorde mundial (3m46s95). Na edição de Barcelona-1992, o ouro ficou com Yevgeny Sadovyi, da Comunidade dos Países Independentes, enquanto quen em 1996, nos Jogos de Atlanta, a vitória ficou com o neozelandês Danyon Loader.
A história dos 400m livre muda a partir do ciclo olímpico de Sydney-2000, quando a prova consagrou um dos maiores ídolos do esporte mundial, o australiano Ian Thorpe, que conquistou o título diante da fanática torcida local. Thorpe repetiu o ouro olímpico em Atenas-2004, com outro ídolo australiano em segundo, Grant Hackett, bicampeão olímpico nos 1.500m.
A Olimpíada de Pequim-2008 consagrou um país inédito com o título nos 400m livre, com o triunfo de Park Tae-Hwan obtendo o primeiro ouro da Coréia do Sul na história da natação. Ele foi ainda vice-campeão em Londres-2012, ficando atrás do chinês Sun Yang. Quatro anos depois, na Rio-2016, Yang teve que se contentar com a medalha de prata, ao ser superado pelo australiano Mark Horton.
Já em Tóquio-2020, houve uma grande surpresa. O tunisiano Ahmed Hafnaoui, que não era cotado a uma medalha nas principais projeções, superou os principais favoritos e conquistou a medalha de ouro. O detalhe é que o atleta, na época com 18 anos de idade, entrou na final com o último tempo da eliminatória, por apenas 14 centésimos.
Os medalhistas dos 400m livre masculino nos Jogos Olímpicos
Jogos | Ouro | Prata | Bronze |
Paris 1908 | Henry Taylor (GBR) | Frank Beaurepaire (ANZ) | Otto Scheff (AUT) |
Estocolmo 1912 | George Hodgson (CAN) | Jack Hatfield (GBR) | Harold Hardwick (ANZ) |
Antuérpia 1920 | Norman Ross (USA) | Ludy Langer (USA) | George Vernot (CAN) |
Paris 1924 | Johnny Weissmuller (USA) | Arne Borg (SWE) | Boy Charlton (AUS) |
Amsterdã 1928 | Alberto Zorrilla (ARG) | Boy Charlton (AUS) | Arne Borg (SWE) |
Los Angeles 1932 | Buster Crabbe (USA) | Jean Taris (FRA) | Tsutomi Oyokota (JPN) |
Berlim1936 | Jack Medica (USA) | Shunpei Uto (JPN) | Shozo Makino (JPN) |
Londres 1948 | Bill Smith (USA) | Jimmy McLane (USA) | John Marshall (AUS) |
Helsinque 1952 | Jean Boiteux (FRA) | Ford Konno (USA) | Per-Olof Östrand (SWE) |
Melbourne 1956 | Murray Rose (AUS) | Tsuyoshi Yamanaka (JPN) | George Breen (USA) |
Roma 1960 | Murray Rose (AUS) | Tsuyoshi Yamanaka (JPN) | John Konrads (AUS) |
Tóquio 1964 | Don Schollander (USA) | Frank Wiegand GER) | Allan Wood (AUS) |
Cidade do México 1968 | Mike Burton (USA) | Ralph Hutton (CAN) | Alain Mosconi (FRA) |
Munique 1972 | Brad Cooper (AUS) | Steve Genter (USA) | Tom McBreen (USA) |
Montreal 1976 | Brian Goodell (USA) | Tim Shaw (USA) | Vladimir Raskatov (URS) |
Moscou 1980 | Vladimir Salnikov (URS) | Andrey Krylov (URS) | Ivar Stukolkin (URS) |
Los Angeles 1984 | George DiCarlo (USA) | John Mykkanen (USA) | Justin Lemberg (AUS) |
Seul 1988 | Uwe Dassler (GDR) | Duncan Armstrong (AUS) | Artur Wojdat (POL) |
Barcelona 1992 | Yevgeny Sadovy (EUN) | Kieren Perkins (AUS) | Anders Holmertz (SWE) |
Atlanta 1996 | Danyon Loader (NZL) | Paul Palmer (GBR) | Daniel Kowalski (AUS) |
Sydney 2000 | Ian Thorpe (AUS) | Massimiliano Rosolino (ITA) | Klete Keller (USA) |
Artenas 2004 | Ian Thorpe (AUS) | Grant Hackett (AUS) | Klete Keller (USA) |
Pequim 2008 | Park Tae-Hwan (KOR) | Zhang Lin (CHN) | Larsen Jensen (USA) |
Londres 2012 | Sun Yang (CHN) | Park Tae-Hwan (KOR) | Peter Vanderkaay (USA) |
Rio 2016 | Mack Horton (AUS) | Sun Yang (CHN) | Gabriele Detti (ITA) |
Tóquio 2020 | Ahmed Hafnaoui (TUN) | Jack McLoughlin (AUS) | Kieran Smith (USA) |
Quadro de medalhas dos 400m livre masculino nos Jogos Olímpicos
País | Ouro | Prata | Bronze | Total |
Estados Unidos | 9 | 6 | 7 | 22 |
Austrália | 6 | 5 | 6 | 17 |
Grã-Bretanha | 1 | 2 | 0 | 3 |
China | 1 | 2 | 0 | 3 |
União Soviética | 1 | 1 | 2 | 4 |
Canadá | 1 | 1 | 1 | 3 |
França | 1 | 1 | 1 | 3 |
Coreia do Sul | 1 | 1 | 0 | 2 |
Tunísia | 1 | 0 | 0 | 1 |
Argentina | 1 | 0 | 0 | 1 |
Alemanha Oriental | 1 | 0 | 0 | 1 |
Nova Zelândia | 1 | 0 | 0 | 1 |
Equipe Unificada | 1 | 0 | 0 | 1 |
Japão | 0 | 3 | 2 | 5 |
Suécia | 0 | 1 | 3 | 4 |
Australasia | 0 | 1 | 1 | 2 |
Itália | 0 | 1 | 1 | 2 |
Alemanha | 0 | 1 | 0 | 1 |
Áustria | 0 | 0 | 1 | 1 |
Polônia | 0 | 0 | 1 | 1 |