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200m livre feminino

Maria Fernanda Costa nos 200m livre feminino nos Jogos Olímpicos de Paris-2024
Mafê Costa foi finalista nos 200m livre feminino no Mundial de Doha-2024 (Satiro Sodré/CBDA/SSPress)

Chances do Brasil

A jovem Maria Fernanda Costa é a única representante do Brasil nos 200m livre feminino dos Jogos Olímpicos de Paris-2024. Ela se classificou após fazer o índice olímpico (1min57s26) da prova no Mundial de Doha e na Seletiva Olímpica de Natação. Aos 21 anos de idade, Mafê também disputa os 400 m livre e o revezamento 4x200m livre feminino no megaevento da capital francesa.

Treinada por Fernanda Possenti, Mafê Costa foi finalista nos 200m livre no Mundial de Doha, em fevereiro deste ano, e terminou em quinto lugar com o tempo de 1min56s85. Dois meses depois, a carioca melhorou ainda mais essa marca na seletiva brasileira, estabelecendo 1min56s37, novo recorde sul-americano. Com este tempo, ela ficaria a apenas um centésimo do pódio na forte Seletiva Olímpica dos Estados Unidos.

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Mafê é um nome certo para ir à semifinal olímpica em Paris-2024, mas, apesar do crescimento recente, uma final é um passo além. No Mundial de Fukuoka-2023, que contou com a maior parte das principais atletas da prova (Ariarne Titmus, Summer McIntosh, Mollie O’Callaghan) – ausentes em Doha-2024 -, o tempo de corte para a final foi de 1min56s49. Naquela ocasião, o bronze saiu na casa dos 1mi53s65.

Favoritas

Ariarne Titmus (Delly Carr)
Ariarne Titmus é a recordista mundial nos 200m livre feminino (Foto: Delly Carr)

Os 200m livre feminino dos Jogos Olímpicos de Paris-2024 contam com a participação de grandes nomes da natação mundial, mas quem desponta como favorita hoje é a australiana Ariarne Titmus. Atual campeã olímpica, ela quebrou o recorde mundial da prova em junho deste ano, durante a Seletiva Australiana, com a marca de 1min52s23. Titmus disputou um único Mundial no ciclo, em Fukuoka-2023, quando obteve a medalha de prata.

Quem levou o ouro nesta ocasião foi a também australiana Mollie O’Callaghan, com 1min52s85, que também é um nome forte pelo pódio em Paris-2024. A canadense Summer McIntosh, de apenas 17 anos de idade, é a atual recordista mundial júnior e foi medalhista de bronze no Mundial de 2023. Ela é outra que vai brigar no topo em Paris. Destaque também para a honconguesa Siobhán Haughey, ouro no Mundial do ano passado e prata em Tóquio-2020.

O Brasil nos 200m livre feminino dos Jogos Olímpicos

O Brasil esteve presente em cinco edições olímpicas nos 200m livre feminino, com seis atletas. A primeira da lista foi a carioca Lucy Burle, em Munique-1972, que ficou nas eliminatórias da prova. A atleta também nadou os 100m livre na competição.

Confira tudo sobre a prova dos 200m livre feminino dos Jogos Olímpicos Tóquio 2020, que serão disputados entre 23 de julho e 8 de agosto no Japão
Manuella Lyrio foi a primeira brasileira a chegar às semifinais dos 200m livre em Olimpíadas, na Rio-2016 (Divulgação)

A segunda representante nos 200m livre foi Patrícia Amorim, em Seul-1988. Especialista nas provas de fundo, Patrícia terminou em 25º lugar no evento. Além da natação, a atleta ficou conhecida nacionalmente por ser presidente do Clube de Regatas do Flamengo de 2010 a 2012.

Dezesseis anos após Patrícia, foi a vez de Mariana Brochado nadar o evento, terminando em 23º lugar em Atenas-2004. Nessa edição, Mariana fez parte do histórico revezamento 4×200 m livre feminino que foi finalista olímpico, terminando em sétimo lugar, ao lado de Joanna Maranhão, Paula Barracho e Monique Ferreira. Nos Jogos de Pequim-2008, Monique representou o Brasil, terminando a prova em 28º.

Nos Jogos Rio-2016, o Brasil teve duas atletas, sendo Manuella Lyrio a primeira da história do país a chegar às semifinais, terminando a competição em 12º lugar, a melhor colocação brasileira na história da prova. Larissa Oliveira também representou o Brasil, finalizando a competição em 35º lugar.

Histórico dos 200m livre feminino nos Jogos Olímpicos

A prova dos 200m livre feminino estreou nos Jogos Olímpicos da Cidade do México, em 1968. Os Estados Unidos são os maiores vencedores da prova, com cinco campeãs ao longo da história olímpica. Na primeira edição do evento, pódio completo para o país da América do Norte, com ouro para Debbie Meyer, prata para Jan Henne e bronze para Janne Barkman.

Em Munique-1972, o grande duelo foi entre a australiana Shane Gould e a americana Shirley Babashoff, que vinham se revezando na quebra do recorde mundial da prova durante todo o ciclo olímpico. Nos Jogos, Shane se mostrou superior e ficou com o ouro, deixando a prata para Shirley, seguida da compatriota Keena Rothhammer em terceiro.

Alemanha Oriental x EUA

Para Montreal-1976, com a aposentadoria de Shane Gould, Shirley travou uma nova batalha pela hegemonia na prova. A grande adversária da vez foi Kornelia Ender, da Alemanha Oriental. Kornelia, nas seletivas de seu país, nadou para 1m59s78, se tornando a primeira atleta da história a quebrar a barreira dos dois minutos na prova. Na final olímpica, a alemã oriental bateu novamente o recorde (1m59s26), ficou com o ouro e deixou Shirley Babashoff novamente com a prata. Enith Brigitha, da Holanda, completou o pódio.

Nos anos seguintes o posto de melhor do mundo continuou em um revezamento entre alemãs e americanas. Em Moscou-1980, com os Estados Unidos de fora dos jogos devido ao boicote, Barbara Krause da Alemanha Oriental manteve o título para o país.

Quatro anos depois, o cenário se inverteu. Em Los Angeles-1984, sem a Alemanha Oriental, que aderiu ao boicote da União Soviética, a vida dos americanos em algumas provas ficou mais fácil. Entre elas, os 200m livre feminino, que teve dobradinha dos Estados Unidos com Mary Wayte ficando com o ouro e Cynthia Woodhead com a prata.

Em novo duelo EUA x Alemanha Oriental nos Jogos de Seul-1988, o ouro ficou mais uma vez com as alemãs, com o triunfo de Heike Friedrich. Os Estados Unidos não subiram ao pódio, e assim a prata ficou com Silvia Poll, da Costa Rica, conquistando a primeira medalha olímpica da história do país.

A briga entre Estados Unidos e Alemanha continuou mesmo após a reunificação do país europeu, ocorrida em 1989. O “toma lá dá cá” se manteve em Barcelona-1992, com o ouro voltando para os Estados Unidos de Nicole Haislett, prata para a alemã Franziska van Almsick e bronze para a também alemã Kerstin Kielga.

Em Atlanta-1996, quando se imaginava um novo duelo entre americanas e alemãs nos 200m livre, a costa-riquenha Claudia Poll quebrou a sequência de ouros entre os dois países e conquistou a primeira medalha dourada da história do pequeno país da América Central. Ela e sua irmã Silvia Poll são até os dias de hoje as únicas medalhistas olímpicas da Costa Rica. Franziska repetiu a prata de Barcelona na natação.

Novo cenário

Em Sydney-2000, pela primeira vez na história, o pódio olímpico dos 200m livre não contava com a presença de Estados Unidos ou Alemanha. Já a Austrália, voltava ao pódio da prova em grande estilo, com ouro de Susie O’Neill, deixando com a prata Martina Moravcová da Eslováquia e Claudia Poll, bronze, para a Costa Rica.

Nos Jogos de Atenas-2004, o ouro ficou para Camelia Potec, da Romênia, enquanto a italiana Federica Pellegrini fez sua estreia olímpica, levando a prata e iniciando uma trajetória espetacular na prova. Em Pequim-2008, ficou com a medalha de ouro e também bateu o recorde mundial da prova, que baixou no Mundial de 2009 e até hoje está em seu poder.

Federica foi sexta colocada em Londres-2012 e quarta colocada no Rio-2016, quase se aposentando da prova por se sentir muito frustrada. Para a alegria da torcida italiana, a atleta não seguiu com o plano e vive atualmente sua melhor fase na carreira desde 2009. A americana Allison Schmitt, campeã olímpica em Londres-2012, é quem mais se aproximou do recorde de Pellegrini desde que a marca foi obtida em 2009. A atleta foi campeã olímpica com 1m53s61, recorde americano e segunda melhor marca de todos os tempos na natação. A terceira é de Katie Ledecky, campeã da Olimpíada do Rio-2016, com 1m53s76.

Em Tóquio-2020, a grande vencedora foi a australiana Ariarne Titmus, que bateu o recorde olímpico na final com 1min53s50. A honconguesa Siobhán Haughey levou a prata com 1min53s92, enquanto a canadense Penny Oleksiak foi bronze com 1min54s70. Foram as primeiras medalhas de Hong Kong e Canadá nesta prova.

Os medalhistas dos 200m livre feminino nos Jogos Olímpicos

JogosOuroPrataBronze
Cidade do México 1968Debbie Meyer (USA)Jan Henne (USA)Jane Barkman (USA)
Munique 1972Shane Gould (AUS)Shirley Babashoff (USA)Keena Rothhammer (USA)
Montreal 1976Kornelia Ender (GDR)Shirley Babashoff (USA)Enith Brigitha (NED)
Moscou 1980Barbara Krause (GDR)Ines Diers (GDR)Carmela Schmidt (GDR)
Los Angeles 1984Mary Wayte (USA)Sippy Woodhead (USA)Annemarie Verstappen (NED)
Seul 1988Heike Friedrich (GDR)Sylvia Poll (CRC)Manuela Stellmach (GDR)
Barcelona 1992Nicole Haislett (USA)Franziska van Almsick (GER)Kerstin Kielgass
Atlanta 1996Claudia Poll (CRC)Franziska van Almsick (GER)Dagmar Hase (GER)
Sydney 2000Susie O’Neill (AUS)Martina Moravcová (SVK)Claudia Poll (CRC)
Atenas 2004Camelia Potec (ROU)Federica Pellegrini (ITA)Solenne Figuès (FRA)
Pequim 2008Federica Pellegrini (ITA)Sara Isakovič (SLO)Pang Jiaying (CHN)
Londres 2012Allison Schmitt (USA)Camille Muffat (FRA)Bronte Barratt (AUS)
Rio 2016Katie Ledecky (USA)Sarah Sjöström (SWE)Emma McKeon (AUS)
Tóquio 2020Ariarne Titmus (AUS)Siobhán Haughy (HKG)Penny Oleksiak (CAN)

Quadro de medalhas dos 200m livre feminino nos Jogos Olímpicos

PaísOuroPrataBronzeTotal
Estados Unidos54211
Alemanha Oriental3126
Austrália3025
Costa Rica1113
Itália1102
Romênia1001
Alemanha0224
França0112
Eslováquia0101
Eslovênia0101
Suécia0101
Hong Kong0101
Holanda0022
Canadá0011
China0011