200m livre masculino
200 m livre masculino nos Jogos Olímpicos de Paris-2024
Chances do Brasil
O nadador Guilherme Costa, também conhecido como Cachorrão, será o representante do Brasil nos 200m livre masculino de Paris-2024. O jovem talento ganhou destaque na natação brasileira após vencer quatro ouros no Pan-Americano de Santiago-2023. A principal modalidade de Guilherme Costa é nos 400m livre, mas ele tem grandes chances de disputar a final dos 200m livre.
No último campeonato mundial, em Doha-2024, o brasileiro foi finalista da categoria. No entanto, ficou na última colocação com o tempo de 1min46s87, cerca de dois segundos atrás do vencedor Hwang Sun-woo, da Coréia do Sul. Neste mesmo torneio, Guilherme Costa fez o seu melhor tempo na carreira, com 1min46s06. Ou seja, para sonhar com o pódio, o brasileiro precisará marcar o melhor tempo de sua vida.
Fernando Scheffer foi ao pódio nos Jogos Olímpicos de Tóquio, ao ganhar o bronze nos 200m livre masculino. Mas desde então, o nadador não conseguiu repetir a boa atuação que teve em 2021 e que lhe rendeu uma medalha olímpica. Assim, o brasileiro ficou fora da disputa em Paris-2040 na modalidade em que se consagrou medalhista olímpico.
Favoritos
Quem chega aos Jogos Olímpicos de Paris-2024 como o grande nome dos 200m livre masculino não é o atual campeão olímpico, Thomas Dean. Trata-se do sul-coreano Kim Woo-min, que esteve três vezes no pódio dos três campeonatos mundiais que ocorreram neste ciclo olímpico. Kim é o atual campeão mundial da modalidade (Doha-2024), com a marca de 1min44s75. Já em Fukuoka-2023 e Budapeste-2022, ele ficou com o bronze e a prata, respectivamente.
Defendendo o título em Paris-2024, o britânico Thomas Dean também é um nome forte na prova. Dean não fez um grande ciclo, mas conquistou duas medalhas em campeonatos mundiais: prata em 2023 e bronze em 2022. Outros nomes para ficarmos de olho são dos campeões mundiais Matt Richards (Grã-Bretanha) e David Popovici (Romênia).
Histórico dos 200m livre masculino nos Jogos Olímpicos
Uma das mais tradicionais provas do programa olímpico, os 200m livre masculino estreou nos Jogos Olímpicos de Paris-1900 e tem a Austrália, com quatro ouros, sua maior vencedora. É do país, aliás, o primeiro campeão olímpico, com Freddy Lane ganhando a prova e cravando o primeiro recorde mundial da distância (2m25s20). Após Paris, o evento ficou de fora do programa olímpico por 68 anos, regressando apenas na Olimpíada da Cidade do México-1968.
Naquela edição, o americano Don Schollander, então recordista mundial, chegou ao México como favorito, mas foi surpreendido pelo australiano Michael Wenden, que venceu a prova da natação.
O mito Mark Spitz levou ouro da prova em Munique-1972 e batendo o recorde mundial. Nas quatro edições olímpicas seguintes, todos os campeões olímpicos também venceram a prova e quebraram o recorde: Bruce Furniss, dos Estados Unidos, em Montreal-76; Sergey Kopliakov, da União Soviética, em Moscou-1980; Michael Gross da Alemanha Ocidental, em Los Angeles-1984; e Duncan Armstrong, da Austrália, em Seul-1988.
Yevgeny Sadovyi, da Comunidade dos Países Independentes, bandeira pela qual competiram atletas da União Soviética que estava em dissolução, venceu os Jogos de Barcelona-1992, enquanto Danyon Loader, da Nova Zelândia levou o ouro em Atlanta-1996, com Gustavo Borges chegando em segundo lugar e conquistando a primeira medalha brasileira na história da prova.
Duelo de gigantes
A Olimpíada de Sydney-2000 marcou o início de um memorável duelo entre dois dos maiores ídolos na natação, o australiano Ian Thorpe e o holandês Pieter van den Hoogenband. Thorpe era favorito e recordista mundial, baicando o tempo em quatro oportunidades. Mas nem com o apoio da fanática torcida australiana pôde impedir que Pieter levasse o ouro para a Holanda, depois de quebrar o recorde mundial da prova nas semifinais. Thorpe foi prata e o italiano Massimiliano Rosolino ficou com o bronze.
Na revanche em Atenas-2004, Thorpe confirmou o favoritismo e venceu o ouro, deixando Pieter com a prata. A rivalidade entre os dois era restrita as piscinas, pois fora dela os dois tinham uma boa amizade. O bronze em Atenas-2004 ficou para Michael Phelps. Na ocasião, o evento foi chamado pela imprensa internacional como a “prova do século” na natação.
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Phelps, maior nadador de todos os tempos, dominou os 200m livre no ciclo seguinte e nos Jogos de Pequim-2008 confirmou seu favoritismo, faturando um dos oito ouros que conquistou naquela edição. O francês Yannick Agnel fez a terceira melhor marca da história (1m43s14) para ficar com o título olímpico de Londres-2012. Prata em Londres, o chinês Sun Yang conquistou o ouro na Rio-2016.
A prata de Gustavo Borges e o histórico do Brasil
O resultado mais importante da história do Brasil nos 200m livre masculino é a medalha de prata de Gustavo Borges em Atlanta-1996. O paulista fez 1m48s08, chegando atrás do neozelandês Danyon Loader.
A marca de Gustavo foi recorde sul-americano até a Olimpíada de Pequim em 2008, quando Rodrigo Castro fez 1m47s87 para chegar às semifinais da prova naquela ocasião.
Alfredo Machado e Ruy de Oliveira foram os primeiros representantes do Brasil na prova, ficando nas eliminatórias da prova em Munique-1972. Na Olimpíada de Moscou-1980, o Brasil teve Jorge Fernandes (16º), Marcus Matiolli (17º) e Cyro Delgado (19º).
Cristiano Michelena e Júlio César Rebolal representaram o Brasil em Seul-1988, também ficando nas eliminatórias. Antes de ser semifinalista na Olimpíada de Pequim 2008, Rodrigo Castro foi 33º em Sydney-2000 e 20º em Atenas-2004.
O bronze de Fernando Scheffer
Fernando Scheffer carimbou seu passaporte para o Japão na Seletiva Olímpica de Natação. Por lá, o jovem talento brasileiro terminou em primeiro lugar com um tempo abaixo do índice de 1min47s02 e confirmou a vaga para Tóquio-2020 nos 200m livre. Na Olimpíada do Japão, Scheffer ainda teve a companhia de Murilo Sartori, que assumiu a vaga de Breno Correia nos 200m livre.
Na baterias eliminatórias em Tóquio, apenas Fernando Scheffer conseguiu se classificar às semifinais da categoria, fazendo o segundo melhor tempo entre os nadadores com a marca 1min45s05. Nas semis, acabou fazendo um tempo um pouco pior, mas conseguiu avançar na oitava e última vaga à final. Por fim, na grande decisão, Scheffer fez uma ótima prova, baixou da casa dos 45 segundos e levou a medalha de bronze olímpica para o Brasil. Seu tempo foi de 1min44s66, pouco abaixo dos britânicos Tom Dean (1min44s22) e Duncan Scott (1min44s26), que fizeram a dobradinha.
Os medalhistas dos 200m livre masculino nos Jogos Olímpicos
Jogos | Ouro | Prata | Bronze |
Paris 1900 | Fred Lane (GBR) | Zoltán Halmay (HUN) | Karl Ruberl (AUT) |
Cidade do México 1968 | Mike Wenden (AUS) | Don Schollander (USA) | John Nelson (USA) |
Munique 1972 | Mark Spitz (USA) | Steve Genter (USA) | Werner Lampe (FRG) |
Montreal 1976 | Bruce Furniss (USA) | John Naber (USA) | Jim Montgomery (USA) |
Moscou 1980 | Sergey Koplyakov (URS) | Andrey Krylov (URS) | Graeme Brewer (AUS) |
Los Angeles 1984 | Michael Gross (FRG) | Mike Heath (USA) | Thomas Fahrner (FRG) |
Seul 1988 | Duncan Armstrong (AUS) | Anders Holmertz (SWE) | Matt Biondi (USA) |
Barcelona 1992 | Yevgeny Sadovy (EUN) | Anders Holmertz (SWE) | Antti Kasvio (FIN) |
Atlanta 1996 | Danyon Loader (NZL) | Gustavo Borges (BRA) | Daniel Kowalski (AUS) |
Sydney 2000 | Pieter van den Hoogenband (NED) | Ian Thorpe (AUS) | Massimiliano Rosolino (ITA) |
Atenas 2004 | Ian Thorpe (AUS) | Pieter van den Hoogenband (NED) | Michael Phelps (USA) |
Pequim 2008 | Michael Phelps (USA) | Park Tae-Hwan (KOR) | Peter Vanderkaay (USA) |
Londres 2012 | Yannick Agnel (FRA) | Park Tae-Hwan (KOR) Sun Yang (CHN) | — |
Rio 2016 | Sun Yang (CHN) | Chad le Clos (RSA) | Conor Dwyer (USA) |
Tóquio 2020 | Thomas Dean (GBR) | Duncan Scott (GBR) | Fernando Scheffer (BRA) |
Quadro de medalhas dos 200m livre masculino nos Jogos Olímpicos
País | Ouro | Prata | Bronze | Total |
Estados Unidos | 3 | 4 | 6 | 13 |
Austrália | 3 | 1 | 2 | 6 |
Grã-Bretanha | 2 | 1 | 0 | 3 |
Holanda | 1 | 1 | 0 | 2 |
China | 1 | 1 | 0 | 2 |
União Soviética | 1 | 1 | 0 | 2 |
Alemanha Ocidental | 1 | 0 | 2 | 3 |
França | 1 | 0 | 0 | 1 |
Nova Zelândia | 1 | 0 | 0 | 1 |
Equipe Unificada | 1 | 0 | 0 | 1 |
Coreia do Sul | 0 | 2 | 0 | 2 |
Suécia | 0 | 2 | 0 | 2 |
Brasil | 0 | 1 | 1 | 2 |
Hungria | 0 | 1 | 0 | 1 |
África do Sul | 0 | 1 | 0 | 1 |
Áustria | 0 | 0 | 1 | 1 |
Finlândia | 0 | 0 | 1 | 1 |
Itália | 0 | 0 | 1 | 1 |