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100 m borboleta masculino

Kayky Mota é o representante do Brasil nos 100m borboleta em Paris (Foto: Satiro Sodré/SSPress/CBDA)

Chances do Brasil

Kayky Mota fará a sua estreia nos 100m borboleta nos Jogos Olímpicos de Paris. O atleta brasileiro já possuía índice (51s43 no Mundial de Fukuoka-2023), mas assegurou sua vaga ao vencer a prova na Seletiva Olímpica de Natação, disputada na sede da Comissão de Desportos da Aeronáutica, no Rio de Janeiro. Seu tempo na seletiva foi de 52s56, suficientes para garantir o seu lugar em Paris-2024.

A expectativa para Kayky Mota é de que ele consiga se classificar à final da categoria. Mas, para isso, ele precisará passar perto da sua melhor marca da carreira, quando foi finalista no Mundial de Fukuoka, no Japão. Para se ter ideia, nos Jogos de Tóquio-2020, o tempo de corte para as semis foi de 51s74, do chinês Sun Jiajun. Já para avançar à final, o tempo foi de 51s30, do guatemalteco Luis Martínez.

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Favoritos em Paris

Na história dos 100m borboleta masculino apenas três homens nadaram abaixo dos 50 segundos na prova. Michael Phelps nadou uma, Milorad Cavic também uma e Caeleb Dressel, único do trio em atividade, fez três vezes. Caeleb é a maior estrela masculina da natação americana desde a aposentadoria de Michael Phelps. Em Tóquio-2020 se tornou o primeiro homem da história a vencer em Jogos Olímpicos os 100m borboleta, 100m livre e 50m livre em uma mesma edição. Somando os revezamentos, levou mais dois ouros, cinco títulos olímpicos na mesma edição.

caeleb dressel isl
Caeleb Dressel é o atual campeão olímpico nos 100m borboleta (Mike Lewis/ISL)

No entanto, Caeleb fez um pobre ciclo olímpico. O nadador participou apenas de um dos três mundiais da categoria neste ciclo (Budapeste-2022), no qual sequer marcou finalizou a prova eliminatória. Dressel acumulou resultados decepcionantes em campeonatos nacionais e decidiu tirar um tempo longe das piscinas para cuidar da saúde mental. Desde então, o campeão olímpico vem voltando a forma aos poucos e conseguiu a vaga na seletiva olímpica dos Estados Unidos. Mesmo com o ciclo descompassado, ele ainda é o cara a ser batido na modalidade.

Tentarão impedir a vitória de Dressel nos 100m borboleta e também lutar por um lugar no pódio o húngaro Kristóf Milák, medalhista de prata em Tóquio e campeão mundial em 2022; o francês Maxime Grousset, campéão mundial em 2023; e o português Diogo Ribeiro, atual campeão mundial.

Histórico dos 100m borboleta masculino nos Jogos Olímpicos

As provas do nado borboleta foram as últimas a entrarem no programa olímpico, especialmente por que o estilo foi inventado apenas na década de 30. A estreia olímpica dos 100m borboleta ocorreu nos Jogos da Cidade do México em 1968. Os Estados Unidos, com sete ouros, são os maiores vencedores da prova.

Aliás, os americanos dominaram a prova em suas três primeiras edições, ganhando onze das 12 medalhas disponíveis nas três primeiras edições olímpicas dos 100m borboleta. Doug Russell foi o primeiro campeão, deixando a estrela Mark Spitz com a prata. Nos Jogos de Munique em 72, onde fez história, Mark Spitz levou o ouro marcando 54s27. Em  Montreal-76, novo triunfo americano, desta vez com Matt Vogel.

Pausa no domínio americano

A edição de Moscou-1980 marcaria o fim do domínio americano nos 100m borboleta. Não apenas por causa do boicote aos Jogos na União Soviética, mas também pela ótima fase vivida pelo sueco Par Arvidsson, que já vinha domindo a prova e confirmou seu favoritismo. Michael Gross, da Alemanha Ocidental, apelidado de “Albatroz”, devido à grande envergadura dos braços, venceu a prova nos Jogos de Los Angeles-1984 com novo recorde mundial (53s08).

Um feito histórico acabou reservado para os Jogos de Seul-1988. O favoritismo era todo do americano Matt Biondi, mas a vitória ficou com o jovem Anthony Nesty, do Suriname, país sem qualquer tradição olímpica e que tinha apenas uma piscina de competição em todo o país. Nesty se tornou ainda o primeiro e até hoje único atleta negro a ser campeão olímpico individual de natação.

A vitória em Barcelona-1992 foi do americano Pablo Morales com 53s32, mas quatro anos depois, em Atlanta-1996, nova decepção para os Estados Unidos, graças à vitória do russo Denis Pankratov. Em Sydney-2000, os australianos eram os favoritos da vez para faturarem o ouro com Michael Klim, mas quem levou o ouro foi o sueco Lars Frölander.

Micheal Phelps na Rio 2016
O americano Michael Phelps dominou os 100m borboleta em três Olimpíadas (Reprodução/COI)

Era Michael Phelps

A partir de Atenas-2004, começou a era de domínio de Michael Phelps nos 100m borboleta, emendando triunfos também em Pequim-2008 e Londres-2012. Em Pequim-2008, a vitória foi emocionante, com Phelps chegando apenas 0s01 à frente do sérvio Milorard Cavic, que ficou com a prata. Em Londres-2012 a prova para Phelps teve um gostinho de revanche contra o jovem sul-africano Chad le Clos que havia vencido o americano dois dias antes na final dos 200m borboleta.

O enredo que envolveu a final olímpica dos Jogos do Rio em 2016 foi um dos mais bacanas da história olímpica em todos os eventos. Não só pela marca ou por Joseph Schooling ter conquistado a primeira medalha de ouro da história de Cingapura, mas por mostrar a importância de ídolos no esporte para o surgimento de novos talentos.

Após vencer o ouro, deixando a medalha de prata com um triplo empate entre Michael Phelps, Chad Le Clos e László Cseh, uma foto de um pequeno Joseph, ainda criança, ao lado seu ídolo maior no esporte, o americano Michael Phelps em 2008, acabou viralizando no mundo todo. Provavelmente aquela criança ainda não imaginava que um dia não só venceria seu ídolo em uma final olímpica como bateria o recorde olímpico dele. Ali, os Jogos Olímpicos mostraram a importância da inspiração que aqueles atletas, campeões olímpicos ou não, podem proporcionar para os povos de seus países.

Surge Caeleb Dressel

Em Tóquio-2020 a história continuou a ser escrita nos 100m boboleta masculino. Por lá, o estadunidense Caeleb Dressel conquistou uma medalha de ouro histórica, quebrando o recorde olímpico e mundial na modalidade. Já nas eliminatórias, Caeleb fez o tempo de 50s39 e igualou a marca dopolonês Joseph Schooling. Na sequência, na primeira semifinal, o húngaro Kristóf Milák baixou o tempo para 50s31, porém o estadunidense deu o troco na segunda semifinal e fez 49s71. Na grande decisão, então, Caeleb voltou a nadar abaixo dos cinquenta segundos e estabeleceu o recorde olímpico final: 49s45.

Os medalhistas dos 100m borboleta masculino nos Jogos Olímpicos

JogosOuroPrataBronze
Cidade do México 1968Doug Russell (USA)Mark Spitz (USA)Ross Wales (USA)
Munique 1972Mark Spitz (USA)Bruce Robertson (CAN)Jerry Heidenreich (USA)
Montreal 1976Matt Vogel (USA)Joe Bottom (USA)Gary Hall (USA)
Moscou 1980Pär Arvidsson (SWE)Roger Pyttel (GDR)David López-Zubero (ESP)
Los Angeles 1984Michael Gross (FRG)Pablo Morales (USA)Glenn Buchanan (AUS)
Seul 1988Anthony Nesty (SUR)Matt Biondi (USA)Andy Jameson (GBR)
Barcelona 1992Pablo Morales (USA)Rafał Szukała (POL)Anthony Nesty (SUR)
Atlanta 1996Denis Pankratov (RUS)Scott Miller (AUS)Vladislav Kulikov (RUS)
Sydney 2000Lars Frölander (SWE)Michael Klim (AUS)Geoff Huegill (AUS)
Atenas 2004Michael Phelps (USA)Ian Crocker (USA)Andriy Serdinov (UKR)
Pequim 2008Michael Phelps (USA)Milorad Čavić (SRB)Andrew Lauterstein (AUS)
Londres 2012Michael Phelps (USA)Chad le Clos (RSA)
Yevgeny Korotyshkin (RUS)
Rio 2016Joseph Schooling (SGP)Michael Phelps (USA)
Chad le Clos (RSA)
László Cseh (HUN)
Tóquio 2020Caeleb Dressel (USA)Kristóf Milák (HUN)Noè Ponti (SUI)

Quadro de medalhas dos 100m borboleta masculino nos Jogos Olímpicos

PaísOuroPrataBronzeTotal
Estados Unidos86317
Suécia2002
Rússia1113
Suriname1012
Cingapura1001
Alemanha Ocidental1001
Austrália0235
África do Sul0202
Hungria0202
Alemanha Oriental0101
Canadá0101
Polônia0101
Sérvia0101
Grã-Bretanha0011
Espanha0011
Ucrânia0011
Suiça0011