Siga o OTD

10 km feminino

Ana Marcela Cunha coroa investimento do Time Nissan
Ana Marcela é a favorita para o ouro olímpico, neste caso, o “bi-ouro” (Divulgação)

Chances do Brasil

Em 2021, Ana Marcela Cunha foi campeã olímpica da maratona aquática em Tóquio-2020 e eleita a melhor do mundo pela sétima vez. No ano seguinte, não diminuiu o ritmo. A nadadora foi bronze nos 10 km do Mundial, mas foi bicampeã dos 5 km e penta dos 25 km. No fim de 2022, foi campeã do circuito mundial pela sexta vez.

+ SIGA O OTD NO YOUTUBETWITTERINSTAGRAMTIK TOK E FACEBOOK

As coisas, entretanto, começaram a mudar no começo de 2023, quando Ana Marcela Cunha teve que se submeter a uma cirurgia no ombro. Não foi uma recuperação fácil. A nadadora chegou até a pensar em parar de nadar. A cabeça não estava boa e, pouco antes do Mundial de 2023, ela rompeu a parceria de uma década de sucesso com o técnico Fernando Possenti.

Com mais foco na saúde mental e na qualidade de vida, Ana Marcela Cunha foi treinar na Itália com Fabrizio Antonelli. O desempenho, entretanto, caiu. Na prova dos 10 km, ela ficou em quinto lugar tanto no Mundial de 2023 quanto no deste ano, apesar de ter ganho o bronze nos 5 km nas duas edições.

Com tudo isso, para muita gente, Ana Marcela Cunha não chegaria a Paris-2024 com chances de medalha na maratona aquática. Mas ela parece estar crescendo no momento certo. Na última etapa do circuito mundial antes dos Jogos Olímpicos, em Golfo Aranci, na Itália, ela não só venceu como foi acompanhada por Viviane Jungblut, medalha de prata, no pódio. Uma cena que a gente pode sonhar sim de ver de novo no Rio Sena.

As favoritas

Sharon van Rouwendaal será a principal adversária de Ana Marcela (BSR Agency)

Campeã olímpica na Rio-2016 e prata em Tóquio-2020, a holandesa Sharon van Rouwendaal aparece mais uma vez como candidata à medalha. Ela venceu dois dos três Mundiais que foram disputados no ciclo, em 2022 e 2024, e ficou em quarto lugar em 2023. É a atleta que foi mais consistente nos anos pré-Paris-2024.

Quinta colocada em Tóquio-2020, a alemã Leonie Beck, que foi campeã mundial em 2023 e vice em 2022, é outra candidata ao pódio na maratona aquática nos Jogos Olímpicos de Paris-2024. Consistente na maior parte do ciclo, ela só falhou no Mundial de 2024, quando terminou apenas em 20º lugar.

Medalhistas do últimos Mundiais, a australiana Chelsea Gubecka e a americana Katie Grimes, respectivamente, prata e bronze em 2022, e a espanhola Maria de Valdés, e a portuguesa Angelica André, prata e bronze em 2023, podem surpreender.

No foco das atenções, no entanto, estarão Ana Marcela Cunha e Sharon van Rouwendaal, que tentarão em Paris-2024 conquistarem a segunda medalha de ouro olímpica na maratona aquática, feito inédito até hoje.

Brasil nos 10 km feminino da maratona aquática

Na disputa inaugural, as brasileiras Ana Marcela Cunha e Poliana Okimoto brigavam por medalhas até o final da prova, mas um jogo de equipes muito bom feito pelas britânicas encurralou as brasileiras que terminaram em 5º e 7º, respectivamente.

Quatro anos depois, em Londres-2012, Ana Marcela não conseguiu classificação olímpica e o Brasil foi representado apenas por Poliana Okimoto, que não completou a prova após sofrer com uma hipotermia no Hyde Park, local de disputa daquela Olimpíada.

Poliana Okimoto se tornou a primeira brasileira a ganhar uma medalha nos esportes aquáticos em Jogos Olímpicos (Divulgação)

Em 2016, no Rio, Poliana Okimoto deu a volta por cima e, após desclassificação da francesa Aurelie Muller, a paulista ficou com o bronze, se tornando a primeira brasileira a ganhar uma medalha em um esporte aquático nas Olimpíadas. Emocionada, relembrou em entrevistas para os veículos de mídia todo o duro processo que levou para chegar até ali, pensando inclusive em desistir do esporte após passar mal em Londres. Ana Marcela, que teve problemas com a alimentação durante a prova, terminou em 10º lugar.

Já em Tóquio-2020 foi a vez de Ana Marcela brilhar, já que a brasileira bateu a, na época, atual campeã olímpica, a holandesa Sharon van Rouwendaal, ficando 0s90 à frente da europeia e conquistando o primeiro ouro da categoria para o Brasil.

Histórico dos 10 km feminino da maratona aquática

A russa Larisa Ilchenko foi a primeira campeã da história da categoria nas Olimpíadas (Reuters)

A prova olímpica dos 10km para as mulheres está presente desde os Jogos Olímpicos de Pequim-2008. Larisa Ilchenko, grande destaque do esporte entre 2006 e 2010, foi a primeira campeã olímpica, colocando a bandeira da Rússia no alto do pódio da prova. Ela foi seguida das britânicas Keri-Anne Payne e Cassandra Pedelton, respectivamente prata e bronze.

Eva Ristov, da Hungria, venceu a prova em Londres-2012, seguida de Hayley Anderson dos Estados Unidos e Martina Grimaldi da Itália. Muitas atletas reclamaram do frio da água na ocasião.

Depois de duas provas em água doce, os Jogos do Rio-2016 foram os primeiros a serem disputados no mar, na famosa praia de Copacabana. Sharon van Rouwendaal, da Holanda, ficou com o ouro, mas a grande história da prova veio com as três atletas a seguir.

Em uma chegada muito agressiva, a francesa Aurelie Muller havia ficado com a prata, seguida de Rachele Bruni da Itália e Poliana Okimoto em quarto. Mas, a festa francesa durou pouco! Após os árbitros analisarem que Muller fez um movimento irregular, usando seu corpo para afundar Bruni e bater no pórtico de chagada antes da adversária.

Muller foi desclassificada, Bruni ficou com a prata e, para uma explosão de alegria da praia de Copacabana, Poliana Okimoto levou o bronze. Ela se tornou a primeira mulher brasileira a conquistar uma medalha olímpica em esportes aquáticos.

Por fim, em Tóquio, Sharon van Rouwendaal viu Ana Marcela Cunha impedir o seu bicampeonato e conquistar o ouro no seu lugar. A holandesa terminou na segunda colocação, enquanto o bronze ficou com a australiana Kareena Lee.

Todos as medalhistas

JogosOuroPrataBronze
Pequim-2008Lara Ilchenko (RUS)Keri-Anne Payne (GBR)Cassie Patten (GBR)
Londres-2012Éva Risztov (HUN)Haley Anderson (USA)Martina Grimaldi (ITA)
Rio-2016Sharon van Rouwendaal (NED)Rachele Bruni (ITA)Poliana Okimoto (BRA)
Tóquio-2020Ana Marcela Cunha (BRA)Sharon van Rouwendaal (NED)Kareena Lee (AUS)

Quadro de medalhas

PaísOuroPrataBronzeTotal
Holanda1102
Brasil1012
Hungria1001
Rússia1001
Grã-Bretanha0112
Itália0112
Estados Unidos0101
Austrália0011