Pesado feminino (+78 kg)
Pesado feminino (+78 kg) – Beatriz Souza – Judô – Jogos Olímpicos de Paris-2024
Chances do Brasil
No peso pesado feminino (+78 kg), a representante brasileira será Beatriz Souza. Ela tem sido uma das judocas mais regulares da seleção brasileira nos últimos anos, sempre nas primeiras posições do ranking mundial e conquistando medalhas em competições importantes. Ela foi vice-campeã mundial em 2022 e medalhista de bronze em 2021 e 2023. Bia também conta no seu currículo com cinco medalhas de ouro em Campeonatos Pan-Americanos.
+ SIGA O OTD NO YOUTUBE, TWITTER, INSTAGRAM, TIK TOK E FACEBOOK
Em 2024, Beatriz Souza foi campeã continental no Pan do Rio de Janeiro e ainda levou uma medalha de ouro no Grand Prix da Áustria. Mas no Mundial, ela parou nas oitavas de final. Com os bons resultados do ciclo olímpico, Bia Souza chega em Paris como quinta colocada do ranking mundial e como candidata ao pódio da categoria acima de 78kg.
As favoritas
Quem chegará nos Jogos Olímpicos Paris-2024 como principal cabeça de chave e líder do ranking mundial será a anfitriã Romane Dicko. A francesa foi medalhista de bronze em Tóquio e campeã mundial em 2022, derrotando Bia Souza na final. Sua principal adversária deve ser a japonesa Sone Akira, atual campeã olímpica e bicampeã mundial (2019 e 2023).
Entres os nomes que também devem brigar com Bia Souza estão atletas que foram ao pódio nos últimos mundiais como a sul-coreana Kim Hayun (bronze me 2024), a turca Kayra Ozdemir (atual vice-campeã mundial) e a israelense Raz Hershko (bronze em 2023).
Outro nome que não dá para descartar é o da cubana Idalys Ortiz, que vai disputar a sua quinta olimpíada e sempre saiu dos Jogos Olímpicos com uma medalha no pescoço. Ela foi bronze em Pequim-2008, prata na Rio-2016 e em Tóquio-2020 e campeã em Londres-2012. Além disso, ela tem no seu currículo simplesmente 14 títulos continentais e é tetracampeã dos Jogos Pan-Americanos. Mas a caribenha não vem em boa fase e foi mal em todos os mundiais desse ciclo olímpico. Seu principal resultados recentes foram o ouro no Pan de Santiago no ano passado.
Brasil no pesado feminino (+78kg) nos Jogos Olímpicos
A primeira participação brasileira na categoria pesado aconteceu na estreia do judô feminino em Barcelona-1992. Edilene Andrade, mineira de Ipatinga, acabou derrotada logo na primeira luta para a japonesa Yoko Sakaue.
Na edição seguinte foi a vez de Edinanci Silva representar o país. A paraibana, da cidade de Souza, começou com o pé direito batendo logo de cara uma das favoritas ao pódio, a japonesa Noriko Anno. No entanto, a brasileira acabou derrotada na luta seguinte pela russa Svetlana Gundarenko. Na repescagem, Edinanci chegou a vencer uma luta, mas acabou sendo superada pela alemã Johanna Lagn, que posteriormente viria conquistar a medalha de bronze.
Em Sidney-2000, o país contou com Priscila Marques. A judoca de Santos estreou com vitória sobre uma atleta de Taiwan e logo em seguida acabou se encontrando com a chinesa Yuan Hua, que naquele mesmo dia se sagraria campeã olímpica. A derrota nas quartas deu à Priscila o direito de disputar a repescagem, quando começou vencendo Iredale, da Nova Zelândia. Porém, no confronto seguinte a santista acabou derrotada por Christine Cicot, da França, e repetiu a mesma posição de Edinanci Silva quatro anos antes.
Era “Sussu”
Após ficar ausente por duas edições consecutivas, o Brasil retornou aos Jogos Olímpicos em Londres-2012. Maria Suelen Altheman conquistou para o país o resultado mais expressivo da categoria até hoje na edição disputada em solo britânico. A paulista de Amparo estreou nos Jogos derrotando a francesa Anne-Sophie Mondière e em seguida bateu a turca Cheikh Rouhou. Entretanto na semifinal a brasileira acabou enfrentando uma das favoritas ao pódio, a japonesa Mika Sugimoto, e acabou derrotada. Maria foi então para a repescagem, onde derrotou a cazaque Gulzhan Issanova e se classificou para a disputa de uma das medalhas de bronze. Entretanto, coube a Maria Suelen enfrentar a chinesa Wen Tong, principal favorita ao ouro, mas que havia caído na semifinal para a cubana Idalys Ortiz. A brasileira acabou sendo imobilizada pela chinesa, que conquistou a vitória com um ippon, terminando em quinto lugar.
Quatro anos depois Maria Suelen Altheman voltou a representar o país na edição olímpica de 2016. Aquele havia sido o melhor ciclo olímpico da vida de Maria Suelen, com direito a duas medalhas de prata conquistadas nos mundiais de 2013 no Rio de Janeiro e 2014 em Chelyabinsk. Entretanto, durante a disputa da final do mundial de 2014, a cubana Idalys Ortiz acabou caindo sobre sua perna causando uma grave lesão que acabou comprometendo o final do ciclo. Apesar de ainda conseguir se recuperar e assegurar a vaga olímpica, o desempenho de Maria acabou comprometido e ela foi eliminada logo na primeira luta nos Jogos do Rio de Janeiro-2016 para a sul-coreana Kim Min-jung.
Lesão em Tóquio
Em Tóquio-2020, Maria Suelen chegou em um bom momento após ganhar uma medalha de bronze no Mundial de 2021 e como quarta colocada do ranking mundial. Ela venceu sua primeira luta contra Anamari Valensek, da Eslovênia, por ippon. Mas nas quartas de final, a brasileira perdeu por ippon para a francesa Romane Dicko. Tentando se defender do golpe da adversária, Maria Suelen lesionou o joelho e teve que ser retirada de maca do dojô e não voltou para a repescagem.
Histórico +78 kg feminino nos Jogos Olímpicos
A categoria mais pesada do judô feminino também começou a ser disputada na Olimpíada de Barcelona-1992. Em suas duas primeiras aparições o peso da categoria era acima de 72 kg, passando para os atuais +78 kg na edição de Sidney-2000. Com grande domínio chinês, a disputa ao longo dos anos ficou restrita a poucos países, sendo uma das categorias com menos variações de nações subindo ao pódio.
Foram apenas nove em sete edições disputadas. A China conta com quatro ouros e três bronzes, seguida por Cuba com um ouro, cinco pratas e um bronze, sendo os únicos países presentes no pódio em todas as olimpíadas. Japão e França completam os países que já conquistaram o ouro na +78 kg.
As primeiras edições disputadas foram completamente dominadas pela China, que conquistou três ouros consecutivos. O primeiro ouro veio com Zhuang Xiaoyan na estreia do judô feminino em Barcelona-1992. A chinesa venceu quatro combates até chegar na disputa do ouro, quando bateu a cubana Estela Rodriguez. Natalia Lupino, da França, e Yoko Sakaue, do Japão, conquistaram medalhas de bronze. Quatro anos mais tarde, novamente uma chinesa voltou a derrotar a cubana Estela Rodriguez em uma final. O feito coube a Sun Fuming após vencer três combates anteriores em Atlanta-1996. A França novamente voltou a conquistar um dos bronzes, dessa vez com Christine Cicot. A outra medalha de bronze ficou com a alemã JohannaHagn.
O terceiro ouro dessa sequência chinesa aconteceu em Sidney-2000. Agora já com a categoria nos atuais +78 kg, Yuan Hua venceu a cubana Daima Beltran, fazendo a tradicional dobradinha China-Cuba pela terceira olimpíada consecutiva. No caminho até a final, a chinesa também derrotou a brasileira Priscila Marques nas quartas de final. Coreia do Sul e Rússia completaram o pódio ao conquistarem as medalhas de bronze naquela edição.
Primeiro ouro nipônico
A sequência de vitórias chinesas foi interrompida pela japonesa Maki Tsukada, seis vezes medalhista em mundiais de judô somando as categorias pesada e aberta, na edição de Atenas-2004. No caminho até a final, a japonesa derrotou a australiana Jessica Malone e a ucraniana Maryna Prokofyeva, ambas por ippon, e a russa Tea Donguzashvili. Na final, vitória sobre a cubana Daima Beltran após uma luta bastante disputada. Cuba assim perdia uma final olímpica nos pesos pesados feminino pela quarta olimpíada consecutiva. Completaram o pódio a chinesa Sun Fuming, que já havia sido campeã olímpica em 1996, e a russa Tea Donguzashvili.
A Olimpíada de Pequim-2008 consagraram um dos maiores nomes da categoria: Tong Wen. Competindo em seu próprio país, a chinesa cinco vezes campeã mundial não tomou conhecimento das adversárias em suas três primeiras lutas, vencendo todas por ippon. Na semifinal Tong encontrou a jovem cubana Idalys Ortiz, que começava a despontar na categoria. Vitória da chinesa por um yuko. Na final Tong derrotou aquela que era a atual campeã olímpica, a japonesa Tsukada. Ortiz ficou com uma das medalhas de bronze e a eslovena Lucija Polavder conquistou a segunda.
A gigante cubana
Após bater na trave por cinco Jogos Olímpicos seguidos, com direito a quatro medalhas de prata, Cuba finalmente conseguiu subir ao topo do pódio do judô na edição britânica de Londres-2012. E a vitória na semifinal veio justamente contra aquela que quatro anos antes havia interrompido seu sonho dourado, a chinesa Tong. Na final, Ortiz precisou derrotar a japonesa Mika Sugimoto para ficar com o tão sonhado ouro para o país caribenho. Na disputa pela medalha de bronze, a chinesa Tong acabou derrotando a brasileira Maria Suelen Altheman por ippon após imobilização. A outra medalha de bronze ficou com a dona da casa Karina Bryant.
A última campeã olímpica foi a francesa Émillie Andeol, que acabou surpreendendo as favoritas e subiu no topo do pódio na Rio-2016. A francesa estreou vencendo as representantes do México e da Turquia. Na semifinal vitória sobre a chinesa Yu Song, campeã mundial de 2015, por ippon. Na final uma nova vitória por ippon de forma surpreendente, dessa vez contra a cubana Idalys Ortiz. Favoritas ao ouro, a chinesa Song e a japonesa Kanae Yamabe completaram o pódio ao conquistarem suas lutas pelas medalhas de bronze.
Medalhistas – judô +78 kg feminino – Jogos Olímpicos
Jogos | Ouro | Prata | Bronze |
Barcelona-1992 | Zhuang Xiaoyan (CHN) | Estela Rodríguez (CUB) | Nathalie Lupino (FRA) Yoko Sakaue (JAP) |
Atlanta-1996 | Sun Fuming (CHN) | Estela Rodríguez (CUB) | Christine Cicot (FRA) Johanna Hagn (ALE) |
Sydney-2000 | Yuan Hua (CHN) | Daima Beltrán (CUB) | Kim Seon-Yeong (KOR) Mayumi Yamashita (JAP) |
Atenas-2004 | Maki Tsukada (JAP) | Daima Beltrán (CUB) | Tea Donguzashvili (RUS) Sun Fuming (CHN) |
Pequim-2008 | Tong Wen (CHN) | Maki Tsukada (JAP) | Idalys Ortiz (CUB) Lucija Polavder (ESL) |
Londres-2012 | Idalys Ortiz (CUB) | Mika Sugimoto (JAP) | Karina Bryant (GBR) Tong Wen (CHN) |
Rio-2016 | Émilie Andéol (FRA) | Idalys Ortiz (CUB) | Kanae Yamabe (JAP) Yu Song (CHN) |
Tóquio-2020 | Sone Akira (JAP) | Idalys Ortiz (CUB) | Romane Dicko (FRA) Iryna Kindzerska (AZE) |
Quadro de medalhas – judô +78 kg feminino – Jogos Olímpicos
País | Ouro | Prata | Bronze | Total |
China | 4 | 0 | 3 | 7 |
Japão | 2 | 2 | 3 | 7 |
Cuba | 1 | 6 | 1 | 8 |
França | 1 | 0 | 3 | 4 |
Alemanha | 0 | 0 | 1 | 1 |
Grã-Bretanha | 0 | 0 | 1 | 1 |
Coreia do Sul | 0 | 0 | 1 | 1 |
Rússia | 0 | 0 | 1 | 1 |
Eslovênia | 0 | 0 | 1 | 1 |
Azerbaijão | 0 | 0 | 1 | 1 |