Meio pesado masculino (100 kg)
Meio pesado masculino (100 kg) – Judô – Jogos Olímpicos de Paris-2024
Chances do Brasil
Leonardo Gonçalves vai representar o Brasil na categoria meio pesado masculino nos Jogos Olímpicos de Paris-2024. O judoca de 28 anos vai para sua primeira Olimpíada da carreira após vencer uma disputa interna contra Rafael Buzacarini, representante nas últimas duas edições, no ranking mundial. Dessa forma, melhor posicionado na lista, Leonardo apareceu na primeira lista de convocados da Confederação Brasileira de Judô (CBJ).
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Assim como nas edições anteriores, o Brasil está fora da lista de favoritos ao pódio da categoria meio pesado masculino. Apesar de títulos recentes em Grand Prix e uma prata no Grand Slam de Tel Aviv 2023, competições do circuito mundial, pode-se dizer que Leonardo Gonçalves entra como um dos azarões em Paris-2024. Além de estar fora das primeiras posições do ranking, Leonardo não conseguiu passar da primeira rodada dos Campeonatos Mundiais que disputou neste ciclo. Em 2023, perdeu para o campeão olímpico de 2016, Lukáš Krpálek, da República Tcheca. Na edição deste ano, perdeu do russo Arman Adamian.
Os favoritos
No ciclo olímpico para os Jogos Olímpicos de Paris-2024, ocorreram três edições do Campeonato Mundial de Judô. Na categoria meio pesado masculino, o torneio contou com um campeão diferente em cada ano. No topo do ranking mundial e atual campeão mundial, Zelym Kotsoiev, do Azerbaijão, aparece como um dos favoritos ao ouro na França. Além do título em 2024, ele levou o bronze em 2022 e 2023.
Prata no Mundial deste ano, o canadense Shady El Nahas também aparece bem cotado para o título. Campeão em 2022, o uzbeque Muzaffarbek Turoboyev não deve surpreender conquistar lugar no pódio. Por fim, o georgiano Ilia Sulamanidze não conseguiu nenhuma medalha em mundiais neste ciclo, mas é o vice-líder do ranking e desponta como favorito.
Brasil na categoria meio pesado masculino do judô
O meio pesado é a categoria mais vitoriosa do judô brasileiro. Presente no programa olímpico desde Munique-1972 a categoria deu ao Brasil sua primeira medalha no judô, logo em sua estreia, com Chiaki Ishii. Foi também no meio pesado a primeira medalha de ouro olímpica do esporte, com Aurélio Miguel em Seul-1988. No total a categoria, que teve brasileiros em todas as edições, conquistou quatro medalhas.
Primeira medalha
O início de tudo, inclusive da vencedora história olímpica do judô brasileiro, começou com Chiaki Ishii em Munique-1972. Japonês, o pai de Tânia e Vânia Ishii, se mudou para o Brasil após a decepção de não conseguir se classificar para a disputa dos Jogos Olímpicos de Tóquio-1964. Por aqui abriu uma academia, fez residência e acabou convidado a se naturalizar. A reviravolta em sua vida foi completada em Munique-1972, quando já defendendo as cores do Brasil conquistou a medalha de bronze.
O representante brasileiro em Montreal-1976 foi Carlos Pacheco, que chegou às quartas de final, terminando em 12º lugar. Quatro anos depois foi a vez do carioca Luiz Moura representar o Brasil, em Moscou 1980.
A segunda medalha do Brasil foi conquistada na edição seguinte, em Los Angeles-1984. Paranaense de Londrina, Douglas Vieira se tornou o primeiro brasileiro a se classificar para uma final no judô olímpico, mantendo a tradição de ineditismos quebrados pela categoria meio-pesado. Na final ele foi derrotado pelo sul-coreano Há Yung-joo.
O primeiro ouro
Se a inédita medalha de ouro passou muito perto de ser conquistada em 1984, ela não escapou em Seul-1988. Aurélio Miguel, na final, conseguiu a vitória contra o alemão Marc Meiling e a primeira medalha de ouro do judô brasileiro.
Aurélio Miguel ainda disputaria mais duas Olimpíadas representando o país. Em Barcelona-1992 ele terminou a competição em nono lugar. Em Atlanta-1996, o paulistano voltou a conquistar um lugar no pódio com a medalha de bronze.
Período de seca
As duas edições seguintes foram disputadas por Mário Sabino. Em Sidney-2000, o bauruense ficou muito próximo de conquistar uma medalha, terminando em sétimo lugar. Na Olimpíada seguinte, Atenas-2004, Mário Sabino reencontrou Ze’evi logo em sua primeira luta e foi novamente derrotado por seu algoz.
O brasiliense Luciano Corrêa chegou a Pequim-2008 com o status de vigente campeão mundial, título conquistado no Rio de Janeiro em 2007, e líder do ranking mundial. Mas logo em sua primeira luta Luciano foi derrotado e se despediu em nono lugar. Em Londres-2012 o brasiliense voltou a disputar a Olimpíada e novamente caiu para Henk Grol, dessa vez na segunda rodada.
Nosso último judoca na categoria meio pesado foi Rafael Buzacarini, na Rio-2016 e Tóquio-2020. Na Olimpíada do Brasil, após estrear apenas na segunda rodada com vitória por ippon contra o uruguaio Pablo Aprahamian, Bolo Cru, como é chamado pelos amigos, acabou encarando o japonês Ryunosuke Haga. Após uma luta muito equilibrada e sem pontuações para nenhum dos judocas, o brasileiro foi eliminado pelo excesso de punições. No Japão, acabou superado ainda na primeira luta, contra o belga Toma Nikiforov.
Histórico -100 kg masculino nos Jogos Olímpicos
A categoria meio-pesado entrou no programa olímpico em Munique-1972 e é a mais democrática do judô, tanto masculino quanto feminino. Em 12 edições disputadas, o único país com um bicampeonato é o Japão. Sendo assim, 11 países diferentes já foram ao topo do pódio e outros 12 países conquistaram a prata ou o bronze. Atualmente, com limite de 100 kg, a categoria já contou com judocas com até 93 kg em 1972 e 1976 na disputa, e com até 95 kg entre 1980 e 1996. O meio-pesado é também a categoria com mais destaque do judô masculino brasileiro.
O primeiro campeão olímpico da categoria foi Shota Chochishvili, da União Soviética, em Munique-1972. O soviético derrotou na final o britânico David Starbrook. As medalhas de bronze ficaram com Paul Barth, da Alemanha Ocidental, e com Chiaki Ishi, do Brasil. A medalha de Chiaki Ishi foi a nossa primeira medalha conquistada no judô. A edição seguinte de Montreal-1976, Kazuhiro Ninomiya terminou como vencedor, dando ao Japão sua primeira medalha olímpica no meio pesado.
A Bélgica conquistou sua medalha de ouro com Robert Van de Walle em Moscou-1980, derrotando na final o soviético Tengiz Khubuluri. A medalha de Tengiz era a segunda prata consecutiva da União Soviética, que já contava com o primeiro ouro da categoria em 1972. O ouro sul-coreano veio quatro anos depois, em Los Angeles-1984, batendo na final o brasileiro Douglas Vieira. Apesar da derrota, aquela final de Douglas foi a primeira em que o Brasil chegava na história do judô em Olimpíadas.
De 1988 até hoje
Se a medalha de ouro brasileira passou muito perto da conquista na categoria meio-pesada em 1984, ela não escapou em Seul-1988. O paulistano Aurélio Miguel bateu na final Marc Meiling, da Alemanha Ocidental, trazendo para o Brasil a primeira medalha de ouro do judô em Olimpíadas.
0 húngaro Antal Kovács foi o campeão olímpico de Barcelona-1992, derrotando na final o britânico Raymond Stevens. O ouro polonês veio na Olimpíada seguinte, Atlanta-1996, com Pawel Nastula.
O Japão tornou-se o único país bicampeão da categoria meio-pesado nos Jogos Olímpicos de Sidney-2000, quando o peso limite passou a ser os atuais 100 kg. Kosei Inoue derrotou na final o canadense Nicolas Gill. Em Atenas-2004 foi a vez de Belarus vencer sua medalha de ouro com Ihar Makarau, derrotando na final o sul-coreano Jang Sung-ho.
A Ásia voltou a subir no topo do pódio com a Mongólia, de Naidangiin Tüvshinbayar, em Pequim-2008. Tagir Khaybulaev conquistou o ouro russo em Londres-2012, vencendo na final justamente Movlud Miraliyev, o mongol campeão olímpico quatro anos antes em Pequim.
O último país a conquistar uma medalha de ouro entre os meio-pesados foi o tcheco Lukas Krpalek no Rio de Janeiro, em 2016. Em seguida, na edição de Tóquio, em 2020, o título ficou com o japonês Aaron Wolf.
Medalhistas – judô -100 kg masculino – Jogos Olímpicos
Jogos | Ouro | Prata | Bronze |
Munique-1972 | Shota Chochishvili (URS) | David Starbrook (GBR) | Paul Barth (FRG) Chiaki Ishii (BRA) |
Montreal-1976 | Kazuhiro Ninomiya (JAP) | Ramaz Kharshiladze (URS) | David Starbrook (GBR) Jürg Röthlisberger (SUI) |
Moscou-1980 | Robert Van de Walle (BEL) | Tengiz Khubuluri (URS) | Dietmar Lorenz (GDR) Henk Numan (HOL) |
Los Angeles-1984 | Ha Hyeong-Ju (COR) | Douglas Vieira (BRA) | Bjarni Friðriksson (ISL) Günther Neureuther (FGR) |
Seul-1988 | Aurélio Miguel (BRA) | Marc Meiling (FGR) | Dennis Stewart (GBR) Robert Van de Walle (BEL) |
Barcelona-1992 | Antal Kovács (HUN) | Ray Stevens (GBR) | Dmitry Sergeyev (EUN) Theo Meijer (HOL) |
Atlanta-1996 | Paweł Nastula (POL) | Kim Min-Su (COR) | Aurélio Miguel (BRA) Stéphane Traineau (FRA) |
Sydney-2000 | Kosei Inoue (JAP) | Nicolas Gill (CAN) | Stéphane Traineau (FRA) Yury Styopkin (RUS) |
Atenas-2004 | Ihar Makarau (BLR) | Jang Seong-Ho (COR) | Michael Jurack (ALE) Arik Ze’evi (ISR) |
Pequim-2008 | Naidangiin Tüvshinbayar (MGL) | Askhat Zhitkeyev (CAZ) | Henk Grol (HOL) Mövlud Mirəliyev (AZE) |
Londres-2012 | Tagir Khaybulayev (RUS) | Naidangiin Tüvshinbayar (MGL) | Dimitri Peters (ALE) Henk Grol (HOL) |
Rio-2016 | Lukáš Krpálek (TCH) | Elmar Qasımov (AZE) | Cyrille Maret (FRA) Ryunosuke Haga (JAP) |
Tóquio-2020 | Aaron Wolf (JAP) | Cho Gu-ham (COR) | Jorge Fonseca (POR) Niyaz Ilyasov (RUS) |
Quadro de medalhas – judô -100 kg masculino – Jogos Olímpicos
País | Ouro | Prata | Bronze | Total |
Japão | 3 | 0 | 1 | 4 |
Coreia do Sul | 1 | 3 | 0 | 4 |
União Soviética | 1 | 2 | 0 | 3 |
Brasil | 1 | 1 | 2 | 4 |
Mongólia | 1 | 1 | 0 | 2 |
Bélgica | 1 | 0 | 1 | 2 |
Rússia | 1 | 0 | 2 | 3 |
Bielorrússia | 1 | 0 | 0 | 1 |
República Tcheca | 1 | 0 | 0 | 1 |
Hungria | 1 | 0 | 0 | 1 |
Polônia | 1 | 0 | 0 | 1 |
Grã-Bretanha | 0 | 2 | 2 | 4 |
Alemanha Ocidental | 0 | 1 | 2 | 3 |
Azerbaijão | 0 | 1 | 1 | 2 |
Canadá | 0 | 1 | 0 | 1 |
Cazaquistão | 0 | 1 | 0 | 1 |
Holanda | 0 | 0 | 4 | 4 |
França | 0 | 0 | 3 | 3 |
Alemanha | 0 | 0 | 2 | 2 |
Alemanha Oriental | 0 | 0 | 1 | 1 |
Islândia | 0 | 0 | 1 | 1 |
Israel | 0 | 0 | 1 | 1 |
Suíça | 0 | 0 | 1 | 1 |
Equipe Unificada | 0 | 0 | 1 | 1 |
Portugal | 0 | 0 | 1 | 1 |