Meio-médio feminino (63 kg)
Meio-médio feminino (63 kg) – Judô – Jogos Olímpicos de Paris-2024
Chances do Brasil
O Brasil será representado por Ketleyn Quadros na categoria em Paris. A brasileira é medalhista olímpica, mas não nos 63 kg, e sim nos 57 kg, com um bronze em Pequim-2008. Foi, aliás, a primeira medalha olímpica feminina do Brasil numa prova individual. A judoca, que também disputou em Tóquio-2020 e foi porta-bandeira na cerimônia de abertura, conquistou a terceira colocação nos 63 kg nos Jogos Pan-Americanos de Santiago-2023.
A brasiliense se encontra na 25ª posição no ranking da sua categoria. Aos 36 anos, Ketleyn Quadros chega a Paris-2024 sem estar cotada à medalha, mas disposta a surpreender nesta que deve ser a última Olimpíada de sua carreira.
+ SIGA O OTD NO YOUTUBE, TWITTER, INSTAGRAM, TIK TOK E FACEBOOK
As favoritas
Uma das três principais favoritas é Joanne van Lieshout. A holandesa é a atual campeã mundial e bateu a polonesa Angelika Szymańska na final, por 1 a 0. Joanne também foi medalha de prata no Campeonato Europeu de Zagreb-2024. A holandesa também faturou o bronze no Mundial de Doha-2023. Além do mais, a judoca é a 1ª colocada no ranking mundial da categoria.
Outra competidora “peso-pesado” será Catherine Beauchemin-Pinard. A canadense é a atual bronze olímpica e top-2 no ranking mundial. Além dos feitos, a judoca foi a 2ª colocada no Mundial de Tashkent-2022.
O terceiro grande destaque é Clarisse Agbegnenou. A francesa defenderá o seu ouro de Tóquio-2020 em sua terra natal. Em 2023, a judoca conquistou seu sexto título mundial na categoria, além do bronze neste ano. Porém, comparada às outras, Clarisse se encontra um pouco atrás no ranking, na 6ª posição.
Outras duas atletas consideráveis são a kosovar Laura Fazliu, bronze no Mundial de Abu Dhabi-2024 e 3ª do ranking, e a polonesa Angelika Szymańska, atual prata mundial e 4ª colocada do ranking.
O Brasil no 63 kg feminino do Jogos Olímpicos
Ao contrário da maioria das categorias do esporte na Olimpíada, o meio médio feminino do Brasil enviou representantes em todas as edições olímpicas em que o judô feminino esteve presente nos Jogos Olímpicos, tendo como o melhor resultado um quinto lugar conquistado na edição do Rio de Janeiro, em 2016.
Nossa primeira judoca na categoria foi Tânia Ishii, filha do lendário Shiaki Ishii, primeiro medalhista no judô brasileiro com o bronze em Munique-1972. Tânia pisou no tatame do Palau Braugrana no dia 30 de julho na capital da Catalunha para enfrentar a chinesa Zhang Di, onde acabou sendo derrotada. A chinesa viria a conquistar a medalha de bronze naquela edição. Quatro anos depois, em Atlanta-1996, foi a vez de Cristiane Parmigiano vestir as cores do Brasil e disputar as Olimpíadas na categoria meio-médio. Assim como Tânia, Cristiane também acabou sendo derrotada na primeira luta.
Vânia Ishii fica nas quartas de final
Em Sidney-2000 a família Ishii enviava mais um de seus membros para as Olimpíadas, dessa vez a irmã mais nova de Tânia, Vânia Ishii. Vânia chegou com o status de atual campeã pan-Americana, medalha conquistada em Winnipeg-1999. Vânia venceu suas duas primeiras lutas, contra a holandesa Danielle Vriezema e contra a espanhola Sara Álvarez, mas acabou caindo nas quartas de final contra a italiana Jenny Gal. Na repescagem, Vânia estreou vencendo a russa Anna Saraeva, mas perdeu na luta seguinte para a belga Vera Vendacaveye, medalhista de prata na edição anterior.
Quatro anos mais tarde, em Atenas-2004, Vânia voltou a representar o Brasil e mais uma vez acabou se encontrando com a belga Vendecaveye, mas dessa vez logo na primeira rodada. Vera àquela altura já contava com duas medalhas olímpicas, cinco medalhas em mundiais, sendo duas delas de ouro, e vários títulos europeus, e acabou vencendo a brasileira com um ippon. Danieli Yuri foi a judoca que representou o Brasil nas Olimpíadas de Pequim-2008, caindo na primeira luta diante da sul-coreana Já-Young Kong.
O melhor resultado
As edições de 2012 e 2016 foram disputadas pela paulista Mariana Silva. Medalhista de bronze no Mundial Júnior de 2009, a judoca natural de Peruíbe foi 17ª colocada nas Olimpíadas de Londres-2012, sendo derrotada na primeira luta pela norte-coreana Xu Lili, que viria a ser medalhista de prata.
Quatro anos depois, Mariana Silva conquistaria o melhor resultado para o judô feminino brasileiro na categoria até 63 kg. Competindo em casa na Rio-2016, a judoca começou vencendo a ganesa Szandra Szögedi por ippon e em seguida derrotou a alemã Martyna Trajdos por um yuko. Nas quartas de final a paulista passou por uma das principais favoritas ao pódio, a israelense Yarden Gerbi, também por um yuko. Mariana se tornava assim a quarta mulher do judô brasileiro a avançar para uma semifinal olímpica, igualando os feitos de Sarah Menezes, Mayra Aguiar e Rafaela Silva.
Entretanto, nas semifinais Mariana acabou se encontrando com a principal favorita ao ouro, a eslovena Tina Trstenjak, sendo derrotada por ippon. Após uma luta muito equilibrada contra a holandesa Anicka Van Emden, Mariana Silva acabou derrotada pelo placar mínimo de um yuko, se despedindo da medalha de bronze e terminando em quinto lugar.
Tóquio-2020
Por fim, em Tóquio-2020, Ketleyn Quadros representou o Brasil na categoria. A brasileira começou a lutar nas oitavas, já que sua adversária da primeira fase não esteve presente. Ketleyn despachou a mongol Boldyn Gankhaich, mas logo depois foi eliminada para a canadense Catherine Beauchemin-Pinard, que viria a ser bronze. A brasileira até foi para repescagem para brigar pelo bronze, mas foi novamente eliminada, dessa vez para a holandesa Juul Franssen.
Histórico 63 kg feminino nos Jogos Olímpicos
A categoria meio-médio é a que possui a menor variação de campeãs no judô feminino, com apenas três países tendo subido ao topo do pódio. A França foi o país que mais venceu na categoria -63 kg, com três medalhas de ouro, duas de prata e uma de bronze. Completam os países que já foram campeões o Japão, com três ouros e um bronze, e a Eslovênia com dois ouros e um bronze. A categoria que começou com o limite de pesos até 61 kg tem como melhor resultado brasileiro o quinto lugar de Mariana Silva no Rio de Janeiro em 2016.
Força francesa
A primeira campeã em Olimpíada foi a francesa Catherine Fleury, já mostrando a força da categoria para o país europeu. Na final, a francesa derrotou a israelense Yael Arad. As medalhas de bronze ficaram com Yelena Petrova, da Equipe Unificada, e com Zhang Di, da China. A segunda campeã olímpica foi a japonesa Yuko Emoto, derrotando na final a belga Gella Vandecaveye, campeã mundial de 1993. Os bronzes ficaram com a Coreia do Sul e com os Países Baixos.
A França voltou a fazer uma campeã olímpica em Sidney-2000. Séverine Vandenhende conquistou a segunda medalha francesa ao bater na final a chinesa Li Shufang. Os bronzes ficaram com Vandecaveye, da Bélgica, e com Jung Sung-sook, da Coreia do Sul, que conquistou sua segunda medalha de bronze seguida.
Primeira bicampeã
A japonesa Yumi Tanimoto se tornou a primeira judoca a conquistar o bicampeonato olímpico no peso meio-médio. As medalhas de ouro vieram nas edições de Atenas-2004 e Pequim-2008. Na final de Atenas, a japonesa bateu a judoca austríaca Claudia Heill, e na final de Pequim derrotou a francesa Lucie Décosse, campeã mundial em 2005 e vice-campeã mundial de 2007. No pódio da Olimpíada de 2004 com a medalha de bronze ainda estavam presentes a cubana Driulis González, que já havia conquistado três medalhas olímpicas na categoria abaixo, e a eslovena Urska Zolnir.
Surge a Eslovênia
A Eslovênia se tornou o terceiro país a conquistar a medalha de ouro no peso meio-médio dos Jogos Olímpicos, se juntando ao Japão e França. O país conquistou as duas medalhas de ouro em Londres-2012 e Rio-2016. A primeira foi vencida por Urska Zolnir em Londres, oito anos depois de ter sido medalhista de bronze em Atenas. Na final, a eslovena bateu a chinesa Xu Lili . Yoshie Ueno, do Japão, e Gevrise Emane, da França, completaram o pódio.
A segunda medalha foi conquistada por Tina Trstenjak, em uma das finais mais esperadas do judô no Rio de Janeiro. Tina tinha sido a campeã do último campeonato mundial, disputado em 2015, enquanto do outro lado estava a francesa Clarisse Agbegnenou, que havia sido campeã do mundial de 2014. Tina levou a melhor e deu ao seu país o bicampeonato olímpico. Os bronzes ficaram com Yardem Gerbi, de Israel, e com Anicka van Emden, dos Países Baixos, que derrotou a brasileira Mariana Silva na disputa pela medalha por um yuko.
Ouro volta para França
Já em Tóquio-2020, o ouro voltou para a mão das francesas, isso porque Clarisse Agbegnenou foi a campeã após vencer na final Tina Trstenjak e impedir o tri-olímpico da eslovena. A medalha de bronze ainda ficou com a italiana Maria Centracchio e com a canadense Catherine Beauchemin-Pinard, que deram as primeiras medalhas da categoria para seus respectivos países.
Medalhistas – judô 63 kg feminino – Jogos Olímpicos
Jogos | Ouro | Prata | Bronze |
Barcelona-1992 | Catherine Fleury (FRA) | Yael Arad (ISR) | Zhang Di (CHI) Yelena Petrova (EUN) |
Atlanta-1996 | Yuko Emoto (JAP) | Gella Vandecaveye (BEL) | Jenny Gal (HOL) Jeong Seong-Suk (COR) |
Sydney-2000 | Séverine Vandenhende (FRA) | Li Shufang (CHI) | Gella Vandecaveye (BEL) Jeong Seong-Suk (COR) |
Atenas-2004 | Ayumi Tanimoto (JAP) | Claudia Heill (AUT) | Urška Žolnir (ESL) Driulis González (CUB) |
Pequim-2008 | Ayumi Tanimoto (JAP) | Lucie Décosse (FRA) | Elisabeth Willeboordse (HOL) Won Ok-Im (PKR) |
Londres-2012 | Urška Žolnir (ESL) | Xu Lili (CHI) | Yoshie Ueno (JAP) Gévrise Émane (FRA) |
Rio-2016 | Tina Trstenjak (ESL) | Clarisse Agbegnenou (FRA) | Yarden Gerbi (ISR) Anicka van Emden (HOL) |
Tóquio-2020 | Clarisse Agbegnenou (FRA) | Tina Trstenjak (ESL) | Maria Centracchio (ITA) Catherine Beauchemin-Pinard (CAN) |
Quadro de medalhas – judô 63 kg feminino – Jogos Olímpicos
País | Ouro | Prata | Bronze | Total |
França | 3 | 2 | 1 | 6 |
Japão | 3 | 0 | 1 | 4 |
Eslovênia | 2 | 1 | 1 | 4 |
China | 0 | 2 | 1 | 3 |
Bélgica | 0 | 1 | 1 | 2 |
Israel | 0 | 1 | 1 | 2 |
Áustria | 0 | 1 | 0 | 1 |
Holanda | 0 | 0 | 3 | 3 |
Coreia do Sul | 0 | 0 | 2 | 2 |
Itália | 0 | 0 | 1 | 1 |
Canadá | 0 | 0 | 1 | 1 |
Cuba | 0 | 0 | 1 | 1 |
Coreia do Norte | 0 | 0 | 1 | 1 |
Equipe Unificada | 0 | 0 | 1 | 1 |